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Brindes são um bom negócio na Campus Party - para quem dá e para quem ganha

Ana Carolina Prado

Do UOL, em São Paulo

10/02/2012 17h57

Quem acompanha o que rola na Campus Party pelo Twitter (especialmente seguindo a hashtag #cpbr5) sabe que filas gigantes são coisas comuns por ali. Apesar de muitos campuseiros acreditarem que a oferta está mais fraca este ano, as chances de sair de lá sem pelo menos uma camiseta ou chaveiro é muito pequena. E isso se revelou um ótimo negócio tanto para quem dá quanto para quem recebe os mimos.

  • Arquivo pessoal

    Thomás Leal com alguns dos prêmios que levou na Campus Party este ano: dois tablets e um celular

“Eu fico feliz e entro em filas mesmo que seja para ganhar algo simples. Nós somos fãs das marcas que estão aqui, então serve como recordação”, contou Geovani Morales, de Porto Alegre (RS), enquanto esperava em uma fila enorme para ganhar uma camiseta -- quando falou com a reportagem, ele já estava ali havia uma hora. Muitos chegam sem nem saber o que é, como conta Rodrigo Motta, de Tupaciguara (MG). “Se a fila é grande, é porque a coisa vale a pena”, acredita.

Além das marcas patrocinadoras do evento, os próprios campuseiros também têm permissão para distribuir brindes e fazer sorteios para divulgar seus blogs. Gustavo Lima, do blog Coruja de TI, é um dos que melhor usa essa possibilidade. Só nesta edição da Campus Party, ele disse já ter dado, sorteado ou rifado mais de 700 itens, entre iPods, canecas, livros e brinquedos, entre outros. E ainda tem muita coisa guardada na mesa para distribuir.

“Todo ano, trago pelo menos 1.000 brindes, a maioria comprada com os recursos que consigo com meu blog”, conta ele. O blogueiro calcula ter gastado cerca de R$ 5.000 com isso e até contratou duas pessoas para o ajudarem durante o evento. “Meu objetivo não é financeiro. Minha intenção é ajudar os meninos que não têm condições de comprar essas coisas.”

Mesmo assim, a tática funciona para tornar seu nome mais conhecido e triplica o acesso ao seu blog na época do evento. “Eles sempre se lembram de mim, inclusive os famosos. Dei uma caneca ano passado para o PC Siqueira e ele passou por mim agora há pouco e comentou que eu tinha sido a única pessoa que lhe deu alguma coisa aqui”, conta.

Disputa
As regras para faturar os brindes de Gustavo variam. Pode ser desde um retuíte até um flash mob. Às vezes, leva quem chegar primeiro a sua mesa – uma das mais movimentadas por ali. Mas ele disse ter parado um pouco com as corridas por achar essa regra um pouco injusta.
 

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A campuseira paulistana Carla Maia, 20, agradece. “Ganhei muitos dos meus brindes assim, mas não gosto. Muitas promoções duram poucos segundos porque se dá melhor quem está sentado mais perto de quem anuncia. Como ficam aqueles que estão do outro lado?”, questiona ela, que chegou a distender um músculo da perna numa dessas corridas.

Carla também reclama de quem sorteia brinde e não diz antes o que é. “Uma vez corri minha vida pra chegar primeiro e descobri que era um chaveiro. Nada contra os chaveiros, acho ótimo, mas é frustrante.” Seu objetivo agora é ganhar um celular. Para isso, está sempre atenta ao Twitter e ao Facebook, os meios mais usados para a divulgação das promoções.  

Só rapidez não basta: é preciso prestar atenção nas regras. Carla perdeu um iPad 2 por não ter feito isso. Na promoção, era preciso juntar e decifrar códigos postados no Twitter de uma empresa para formar uma frase. Ganhava quem chegasse primeiro no seu estande e dissesse quem era o autor da frase. Carla foi a primeira a chegar, mas errou o nome.

Quem levou o iPad foi Thomás Leal, 22, de Recife. Ele contou com a ajuda de mais dois amigos para juntar as dicas e decifrar os códigos. E essa não foi a única vez em que ele faturou prêmios legais: teve também outro tablet da Multilaser e um celular Galaxy s2, além de camisetas, chaveiros, bolsas, pijama, adesivos e antivírus.

Se Camila foi preparada para ganhar, Thomás nem fazia ideia de que poderia levar tanta coisa pra casa. “É minha primeira Campus Party e eu nem tinha muita noção do que iria encontrar”, conta ele, que ainda concorre a um celular. O resultado sai dia 12. Quem será que leva?