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Campuseira relata que roupas, celular e dinheiro foram levados de sua barraca

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em São Paulo

10/02/2012 20h18

A campuseira Nilma Santos, 20, afirma ter sido furtada na madrugada de quinta (9) para sexta-feira na área de camping da Campus Party 2012. Esse não é o primeiro caso registrado na quinta edição brasileira do evento: um homem foi detido em flagrante na quinta-feira com três notebooks e um tablet em sua mochila. Outro participante calcula ter sofrido um prejuízo de R$ 4 mil com o sumiço de sua mochila cheia de gadgets.

Nilma diz que, de eletrônico, somente seu celular desapareceu. A jovem que foi até o evento com a caravana da Bahia disse que também sumiram de sua barraca dinheiro, roupas, brindes. “As roupas estavam todas molhadas na barraca", disse ao UOL Tecnologia.

A campuseira registrou a ocorrência no Deatur (Delegacia de Apoio ao Turista), que fica bem em frente ao local do evento, no Anhembi. Segundo ela, a organização pediu a que esperasse até domingo (12), último dia do evento, para ver o que será feito.

O mesmo pedido (esperar até o fim do evento) foi feito para Kenneth Corrêa, 28. Ele relata que estava assistindo a uma palestra sobre desenvolvimento na linguagem PHP quando começou a chover na última terça-feira (7).  Assustados, os participantes deixaram as cadeiras com medo de o palco cair. Nessa hora, Corrêa olhou para o lado e disse ter notado o sumiço de sua mochila. O prejuízo, estimado por ele mesmo, foi de R$ 4 mil.

Diante dos acontecimentos, o organizador Mario Teza anunciou que o número de seguranças na área de camping será aumentado ainda nesta sexta. "Em breve, chegará um reforço para o evento." Diante dos planos, um campuseiro questionou: "Por que vocês esperam até o fim do evento para fazer isso?".

Prisão
Na  Campus Party 2012, por vacilo do dono ou malandragem de infiltrados, vários usuários tiveram de periféricos a computadores portáteis furtados. 

Na tarde de quinta-feira (9), a polícia prendeu um jovem colombiano que furtou três laptops de campuseiros. Ele, segundo testemunha ouvida pela reportagem, conseguiu entrar no evento sem identificação e colocou os computadores em uma mochila. Um participante estranhou o comportamento do suspeito e alertou os responsáveis. Em tese, sem credencial ou mesmo com a credencial de outra pessoa, o suspeito não poderia nem ter entrado.

Apesar de a própria polícia ter apontado o campuseiro como testemunha, a organização do evento tem outra versão para a história. Em comunicado emitido poucos minutos após o flagrante, a assessoria de imprensa informou que o suspeito foi preso em função do “forte esquema de segurança”. “Houve o flagrante de um suspeito que portava três notebooks em sua mochila ao passar pela segurança que monitora a saída da Arena dos Campuseiros”, informou a nota.

Questionada sobre o número de ocorrências durante o evento, a Deatur informou que só terá informação consolidada no domingo (12), dia que os campuseiros deixam o local.

 

Outras reclamações
Outro campuseiro também afetado por furto é o estudante Miguel Povh, 20. Ele disse ter tido seu mouse furtado, enquanto participava de uma oficina para modificação de gabinetes. “Estava ajudando na área de modding e, quando eu voltei, até brinquei com os meus amigos perguntando com quem estava. No entanto, meu mouse foi mesmo roubado”, disse.

Apesar de ser apenas um mouse, Miguel disse que o periférico era específico para jogos e custa aproximadamente R$ 200. “Eu não sei como o cara conseguiu tirar meu mouse. Estava uma ‘emboleira’ de fios, que eu nunca imaginei que alguém teria paciência para desconectar o mouse.”

O sistema de segurança da Campus Party checa a credencial e a etiqueta do computador da pessoa para que ela possa entrar e sair na área de campuseiros. Mas segundo relatos de participantes, em algumas ocasiões a segurança apenas confere o rosto da pessoa, sem verificar se o computador na mochila, de fato, pertence ao portador.

Outro ponto lembrado pelos participantes é a falta de cadastro para tablets. Enquanto os computadores (laptops, netbooks e desktops) devem ser catalogados e etiquetados, os portáteis não têm este tipo de tratamento, mesmo que em alguns casos os tablets sejam mais caros que “computadores convencionais”. 

A assessoria de comunicação do evento foi procurada para saber o motivo pelo qual os tablets não são cadastrados, mas até a publicação desta reportagem não houve resposta.