Rede social para amigos íntimos, Path chega a 2 milhões de usuários
Se você tem um smartphone e está cansado da super-exposição em redes sociais como Facebook, Orkut ou Twitter, o Path pode ser uma opção.
Na visão do vice-presidente de negócios do Path, Matt van Horn, o Facebook (www.facebook.com) é uma rede social-social, o LinkedIn é uma rede profissional-social enquanto o Path é uma rede pessoal. Ou seja, o momento em que a pessoa faz uma espécie de curadoria radical dos seus contatos em outras redes, deixando no Path apenas as pessoas em quem mais confia.
O Path existe hoje em duas versões: para iPhone e para Android. O aplicativo só funciona em celulares pois a empresa aposta que os smartphones serão supercomputadores que vão simplesmente substituir os computadores de mesa e os notebooks.
Segundo dados da empresa, o Path acaba de superar a marca de 2 milhões de usuários no mundo.
No Path, cada pessoa tem em média 6 amigos. O limite máximo que cada um pode ter são 150 amigos. Esse número foi tirado de um estudo do professor britânico Robin Dunbar, da Oxford University, mostrando quantas relações confiáveis um ser humano é capaz de manter ao longo da vida.
A conclusão do professor Dunbar, simplificadamente, é que cada pessoa tem em média 5 melhores amigos, 15 bons amigos, 50 amigos próximos e familiares, e 150 amigos no total ao longo da vida.
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Dave Morin, cocriador e CEO da rede social Path
Para os brasileiros, isso pode ser pouco! Mas a ideia do Path é mesmo essa: ser um ambiente íntimo o bastante para que a pessoa fique confortável em publicar muito sobre si mesma.
Lançado em novembro de 2010, o Path ganhou nova versão em novembro passado, quando o número de downloads passou a crescer mais rapidamente. Ganhou ainda atualização no último dia 13 de fevereiro.
Sua cotação na loja da Apple é excelente: 4,5 estrelas de um total de cinco. Só para comparar, os aplicativos do Facebook, do Google+ e do Twitter (o oficial) estão com 2,5 estrelas.
Em número de pessoas de avaliaram o aplicativo na loja da Apple, o Path também está na frente das outras redes, exceto o Facebook.
Os países que mais usam o Path são hoje Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Alemanha e Canadá. O Brasil já aparece no top 10.
A empresa tem hoje 28 funcionários e está sediada em San Francisco, Califórnia, cidade que eles veem como o novo epicentro de criatividade do Vale do Silício.
Eles insistem que seus verdadeiros concorrentes são o e-mail e o MSN, não o Facebook nem o Twitter. Um outro concorrente de peso certamente é o Instagram, o mais popular e bem avaliado publicador instantâneo de fotos para iPhone.
“O Path é um jornal moderno que permite que você compartilhe sua vida com as pessoas que você mais ama, ou seja, seus amigos mais íntimos e seus familiares”, diz o CEO da empresa, Dave Morin, egresso da Apple e do Facebook.
No menu principal do serviço há a hora em que você acorda, a hora em que vai dormir, a música que você está ouvindo, o lugar onde você está a cada momento do dia, suas fotos e o já clássico “em que você está pensando”.
“A gente realmente acredita que dividir certas informações apenas com as pessoas em quem você mais confia permite com que você seja você mesmo, seja autêntico e possa compartilhar sem medo. A gente realmente acredita que menos é mais”, disse Dave Morin.
O fato é que a Path já recebeu investimentos de US$ 13 milhões. Seu primeiro modelo de negócios é vender bens virtuais, como filtros para aplicar nas fotos feitas com o celular. Sua segunda frente será fazer parcerias com empresas. Nas próximas semanas, deverá vir a público uma parceria com a Nike, para se compartilhar detalhes de atividades esportivas pelo Path.
O primeiro revés também já veio. O escândalo do mês foi quando um programador de Cingapura descobriu que o Path estava sugando para seus computadores as agendas de contatos de todos os seus usuários. A primeira reação do CEO foi dizer que a empresa seguia as “melhores práticas da indústria”. Ele possivelmente disse nada mais do que a verdade. Tanto que logo veio a público que também o Twitter, entre outros, funciona da mesma forma.
O problema é que “as melhores práticas da indústria” não são necessariamente as melhores práticas na opinião geral.
Nos EUA, o presidente Obama, o poder judiciário, o Congresso e muitas entidades de defesa do consumidor se movimentam para garantir ao público um melhor controle sobre como suas informações pessoais são rastreadas, armazenadas e usadas pelas empresas de internet.
Sob pressão da Justiça, a Apple e o Google entraram num acordo semana passada tendo em vista controlar melhor como os aplicativos que vendem em suas lojas lidam com as informações pessoais dos clientes.
Quando a opinião pública discordou do Path, o CEO veio novamente a público, desta vez para pedir desculpas. “We are sorry” era o título do seu texto no blog da empresa, em que admitia a prática, prometia apagar tudo e passar a usar esse sistema apenas se o usuário previamente consentisse.
Demorei um dia para descobrir que o Path vem pré-programado não apenas para usar a geolocalização do meu celular como publicar essa informação a cada dia ou a cada vez que eu mudo de lugar. Sim, é possível desabilitar isso no Path. Mas me pergunto se a graça que as pessoas veem no serviço não é justamente essa: que ele faça publicações exigindo o menor esforço da pessoa.
As principais qualidades do Path estão na suavidade com que o software se relaciona com sua agenda pessoal, o GPS e a câmera do seu celular, seu Twitter e seu Facebook. Para alguns, essa suavidade é mais do que desejada. Para outros, ela é inadmissível.
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