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Homens recebem notificação via SMS se mulheres saírem da Arábia Saudita, diz jornal

Mulher saudita caminha em shopping na cidade de Riad; "guardiões" recebem notificação via mensagem de texto informando se mulheres estão deixando o país - Fayez Nureldine/AFP
Mulher saudita caminha em shopping na cidade de Riad; "guardiões" recebem notificação via mensagem de texto informando se mulheres estão deixando o país Imagem: Fayez Nureldine/AFP

Do UOL, em São Paulo

23/11/2012 16h12

Desde a semana passada, os guardiões de mulheres na Arábia Saudita começaram a ser informados via mensagem de texto se suas mulheres estão deixando o país, mesmo se eles estão viajando juntos. As informações são do jornal britânico “The Telegraph”.

Sob as leis do Wahhabismo, movimento muçulmano, as mulheres não podem deixar o país sem a permissão de seu guardião masculino (que pode ser marido, pai ou irmão). O “responsável” deve assinar uma espécie de formulário no aeroporto permitindo a saída da Arábia Saudita.

De acordo com a publicação, Manal Al Sherif, ativista do direito das mulheres, disse que um homem a contatou informando que havia recebido um SMS das autoridades de imigração do país. A mensagem dizia que a mulher dele estava deixando o país, apesar de eles viajarem juntos.

“As autoridades estão usando a tecnologia para monitorar mulheres”, disse Badriya al-Bishr, jornalista saudita, que critica o “estado de escravidão o qual as mulheres são submetidas”.

Em junho de 2011, ativistas dos direitos das mulheres lançaram uma campanha para que as mulheres sejam autorizadas a dirigir no país. Muitas acabaram sendo presas, em seguida soltas com o pagamento de fiança e obrigadas a assinar um termo dizendo que nunca mais iriam dirigir. A Arábia Saudita é o único país do mundo que proíbe mulheres de dirigir.

No último ano, o rei da Arábia Saudita deu o direito de voto às mulheres nas eleições municipais que vão ocorrer em 2015. O fato foi considerado histórico no país.

Em outubro deste ano, o Ministério da Justiça da Arábia Saudita permitiu que advogadas, que têm ensino superior e que trabalharam pelo menos três anos em um escritório, pudessem assumir casos. A lei, que deveria começar a valer neste mês, ainda não foi implementada.

(Com The Telegraph)