IFA 2013 destaca TVs de ultradefinição e relógios inteligentes

A feira de tecnologia e utilidades domésticas IFA 2013, realizada até esta quarta-feira (11) em Berlim (Alemanha), teve como principal destaque as TVs de 4K (ultra-alta definição) e os relógios inteligentes. Todos os grandes fabricantes do setor abraçaram a primeira categoria de produtos, indicando que são grandes as chances de o seu próximo televisor oferecer essa tecnologia. Já os smartwaches ainda precisam mostrar a que vieram e se podem, realmente, facilitar a vida do usuário.

Estrela do evento, o 4K corresponde a quatro vezes a definição do Full HD. Enquanto a alternativa já popularizada exibe imagens em 1.920 pixels x 1.080 pixels, a nova aposta do mercado oferece 3.840 pixels x 2.160 pixels. Com ela, as cores ficam muito vivas e brilhantes, criando a impressão de que as imagens são até mais verdadeiras que a própria realidade.

O mercado parece convencido que o consumidor, hipnotizado por cenários tão nítidos e vibrantes, topará pagar uma boa quantia de dinheiro e abrir espaço na sala para ter acesso a essa nova realidade. LG, Panasonic, Philips, Samsung, Sony e Toshiba mostraram alternativas que chegam facilmente à casa de dois dígitos (em milhares de euros) e não ocupam menos que 55 polegadas. Conexão à internet é praticamente obrigatória para esses aparelhos.

Como a produção de conteúdo para o 4K ainda é escassa, as empresas tentam driblar esse obstáculo com tecnologias que dão um "upgrade" nas imagens Full HD. Surgem também aparelhos que fazem capturas com essa definição, como os smartphones Galaxy Note 3 e Acer Liquid S2.

Relógios quase inteligentes
Se a tecnologia 4K parece de fato estar engrenada, o mesmo não acontece com os relógios inteligentes de pulso, também chamados de “smartwatches”. Com recursos limitados e sem acesso à internet, esses gadgets precisam se conectar aos smartphones para receber conteúdo. Somente assim, conseguem levar até o pulso as informações exibidas na tela do celular.

Nessa categoria, o destaque da feira ficou com o Galaxy Gear, da Samsung. Ele será vendido a partir de 25 de setembro e custará US$ 299 (cerca de R$ 684) nos Estados Unidos.

Com microfone e alto-falante integrado, o gadget permite que o usuário fale ao telefone quando leva a mão à orelha (para isso, é preciso ter por perto um da linha Galaxy). Um recurso interessante é a câmera com 1,9 megapixel posicionada na parte externa da pulseira – na tela sensível ao toque do relógio, o usuário visualiza a imagem a ser clicada. Além disso, ele roda alguns poucos aplicativos.

O Smartwatch 2, segunda geração do relógio inteligente da Sony, consegue ser ainda mais limitado que o modelo da Samsung – ele só sai na frente se o recurso de lanterna for considerado uma vantagem. Seu lançamento está previsto para setembro, com preço sugerido de 199 euros (cerca de R$ 600).

A exceção nessa área fica por conta de um desconhecido modelo da empresa alemã Pearl, que teve a (inteligente) ideia de acoplar um chip de celular ao relógio, tornando-o autossuficiente. Ele funciona como um smartphone com plataforma Android. O modelo está disponível no mercado europeu por 200 euros (cerca de R$ 600).

Celulares

Se considerados os telefones celulares, a feira em Berlim teve alguns lançamentos interessantes. O Galaxy Note 3, da Samsung, teve melhorias de hardware e ganhou novas funções com a caneta S Pen. Ela agora abre um menu rápido, cheio de ferramentas que prometem agilizar o uso do telefone com tela de 5,7 polegadas.

Já o Sony Xperia Z1 chama atenção principalmente por causa da câmera de 20,7 megapixels de uso descomplicado e variedade de recursos (também fáceis de usar). A boa impressão foi prejudicada, no entanto, pelo aquecimento do smartphone durante os testes do UOL Tecnologia.

O LG G2, com botão somente na parte de trás, mostrou-se extremamente confortável. Essa peça traseira controla a câmera, elimina a necessidade de malabares para fazer autorretratos (os chamados "selfies").

Antes mesmo do início da IFA, a Acer anunciou o smartphone Liquid S2, que faz vídeos em 4K. Esse recurso não pôde ser testado no evento, e o aparelho decepcionou, indicando que promete mais do que cumpre em vários aspectos.

Por outro lado, a empresa Binatone surpreendeu com um celular no estilo tijolão. Com dimensões que lembram as de antigos telefones sem fio, o Brick não tem a pretensão de roubar o lugar dos novos telefones. Ele entra, basicamente, como uma segunda opção quando o usuário quiser fazer graça e chamar atenção.

Utilidades domésticas

Além de eletrônicos, a IFA também é forte na área de eletrodomésticos e utilidades domésticas. O que se viu nesta última edição foi a aposta em ambientes coloridos e também produtos para a casa conectados com a internet (na chamada 'internet das coisas').

Não há nada, no entanto, revolucionário. As tarefas de cozinhar, lavar e passar roupa podem ficar mais simples, mas a base de seu funcionamento continua sendo a mesma. Quem sabe no ano que vem...

* A jornalista viajou a convite da Philips