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Facebook anuncia compra do aplicativo WhatsApp por US$ 16 bilhões

Do UOL, em São Paulo

19/02/2014 19h11Atualizada em 29/07/2014 10h43

O Facebook anunciou nesta quarta-feira (19) ter chegado a um acordo para a compra do aplicativo WhatsApp. A transação totalizará US$ 16 bilhões (cerca de R$ 38,25 bilhões): US$ 4 bilhões (R$ 9,56 bilhões) em dinheiro e aproximadamente US$ 12 bilhões (R$ 28,68 bilhões) em ações da rede social. 

A aquisição pode chegar a US$ 19 bilhões (R$ 45,42 bilhões), porque prevê pagamento adicional de US$ 3 bilhões (R$ 7,17 bilhões) em ações, para fundadores e funcionários, nos próximos quatro anos. 

Curiosidades sobre a compra

  • Arte/UOL

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“Isso é o que mudará para vocês, nossos usuários: nada”, diz um post publicado no blog oficial do WhatsApp. “O WhatsApp continuará autônomo e operando de forma independente. [...] Não haveria parceria entre as duas empresas se tivéssemos de comprometer os princípios que sempre definirão nossa companhia, nossa visão e nosso produto.”  

Para especialistas, a aquisição pode aumentar a representatividade do Facebook em alguns mercados e entre diferentes públicos (os jovens, por exemplo, que vêm abandonando a rede social).

O aplicativo de comunicação instantânea e o Facebook Messenger funcionarão de forma separada. A marca WhatsApp será mantida, e a sede da empresa adquirida continuará funcionando em Mountain View (o Facebook fica em Menlo Park; as duas cidades são na Califórnia). Jan Koum, hoje diretor-executivo do WhatsApp, se juntará à diretoria do Facebook.  

Em comunicado oficial, o Facebook anunciou que mais de 450 milhões de pessoas usam o WhatsApp mensalmente, sendo que 70% deles usuários diários ativos. A companhia divulgou ainda que o “volume de mensagens se aproxima à quantidade total de mensagens de texto via celular [SMS] em todo o mundo”. 

As empresas declararam que a aquisição está alinhada com a missão que as duas têm de “levar mais conectividade e utilidade ao mundo, entregando serviços de internet importantes de forma eficiente e acessível”.

“O WhatsApp está a caminho de conectar 1 bilhão de pessoas. Os serviços que conseguem esse feito são incrivelmente valiosos”, afirmou Mark Zuckerberg em comunicado (o Facebook tem 1,23 bilhão de usuários ativos no mês).  

Em fevereiro de 2012, a maior rede social do mundo comprou o aplicativo Instagram por US$ 1 bilhão - na época, o serviço de fotos tinha 30 milhões de usuários.

Histórico

O WhatsApp foi criado por Brian Acton e Jan Koum em 2009. Ambos eram ex-funcionários do Yahoo!.

O aplicativo é um substituto do SMS (mensagens de texto via celular). Ele usa o plano de dados de um smartphone para enviar mensagens aos contatos que também têm o software. O programa está disponível gratuitamente, por um ano, para as principais plataformas de sistema operacional (iOS, Android, Windows Phone e BlackBerry). Depois de 12 meses, a empresa cobra US$ 1 (cerca de R$ 2,35) para cada ano de uso.

Em dezembro de 2013, o WhatsApp anunciou a marca de 400 milhões de usuários ativos. "Quando dizemos que vocês [usuários] fizeram isso ser possível, falamos sério. O WhatsApp só tem 50 funcionários, e a maioria é composta por engenheiros. Chegamos a esse ponto sem gastar um dólar em propagandas ou em campanhas de marketing", informa um post da companhia.

Diferente de seus concorrentes, o WhatsApp ganha dinheiro apenas com a anuidade paga pelos usuários. O aplicativo não oferece jogos ou recursos extras pagos.

Namoro antigo 
De acordo com o site "Business Insider", o namoro entre o Facebook e o WhatsApp começou em 2012 e foi selado na última sexta-feira (14) – data em que se comemora o dia dos namorados nos Estados Unidos. Mark Zuckerberg teria se encontrado duas vezes em 2012 com Koum e, depois disso, mantiveram contato em durante alguns jantares e caminhadas.

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As fontes do site dizem que Zuckerberg interessou-se pelo WhatsApp por três motivos: o serviço deve chegar a 1 bilhão de usuários logo, o aplicativo tem uma taxa de retorno (pessoas que voltam a usá-lo diariamente) de 70% e por ele achar que a plataforma será tão grande quanto a busca do Google ou o YouTube.

A conversa ficou séria em 9 de fevereiro, quando Zuckerberg, durante um jantar em sua casa, fez a proposta de "fusão" entre as companhias. De acordo com o site, Zuckerberg disse que não seria um processo de aquisição convencional, mas sim uma "parceria". O diretor-executivo do WhatsApp não respondeu na ocasião.

Na sexta-feira, Koum foi até a casa de Zuckerberg. Ele interrompeu o jantar do dia dos namorados entre o fundador do Facebook e Priscilla Chan, sua mulher, para falar que gostaria de fechar o negócio. Os valores, diz o site, foram discutidos durante a sobremesa de morangos com chocolate.

Aquisições

O valor pago pelo Facebook é um dos maiores do ramo de tecnologia. A transação mais recente e com valor aproximado foi quando o Google comprou a Motorola, em 2011, por US$ 12,5 bilhões.

Recentemente, a varejista japonesa Rakuten comprou um dos competidores do WhatsApp, o aplicativo Viber – que, além de enviar mensagens instantâneas, também permite ligações pela web. O valor pago pelo grupo asiático foi de US$ 900 milhões.

Em abril de 2013, havia rumores de que o Google compraria o WhatsApp por US$ 1 bilhão. No entanto, os fundadores da companhia disseram na época que a companhia não estava à venda. A "Fortune" divulgou também que o Google teria oferecido US$ 10 bilhões pelo app