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Laboratório no Facebook simulará uso de internet móvel em países emergentes

Engenheiros observam comportamento do programa em uma rede fraca durante Hackaton realizado pelo Facebook e pela Ericsson; empresas vão construir um laboratório para testar aplicações - Reprodução
Engenheiros observam comportamento do programa em uma rede fraca durante Hackaton realizado pelo Facebook e pela Ericsson; empresas vão construir um laboratório para testar aplicações Imagem: Reprodução

Ana Ikeda

Do UOL, em Barcelona*

25/02/2014 12h01Atualizada em 25/02/2014 14h44

O Facebook e a Ericsson anunciaram a construção de um laboratório para simular os problemas de rede enfrentados em países emergentes.  A iniciativa faz parte do projeto Internet.org, que tem como objetivo conectar os 5 bilhões de pessoas ainda sem acesso à internet.

Anunciado durante o MWC (Mobile World Congress), evento de tecnologias móveis realizado em Barcelona (Espanha),  o laboratório localizado no campus do Facebook (Menlo Park, Califórnia) deve ficar pronto na segunda metade de 2014. O objetivo é testar serviços e dispositivos de rede em ambientes com condições adversas. Dessa forma, as companhias poderão trabalhar em formas para otimizá-los.

Segundo as companhias, os desenvolvedores acabam tendo acesso apenas ao seu ambiente de rede atual, que geralmente conta com bom sinal de internet. Com os consumidores operando em diferentes localidades e dispositivos, a complexidade para a criação de serviços de qualidade pode ser alta. 

Elaine Weidman-Grunewald, vice-presidente de sustentabilidade da Ericsson, afirmou ao UOL Tecnologia que a empresa terá de instalar uma rede 2G em pleno campus do Facebook – onde só há conexões superiores, como a 4G. Além disso, terão também de procurar aparelhos compatíveis com a realidade que pretendem estudar.

Durante entrevista no MWC, Mark Zuckerberg, fundador e diretor-executivo do Facebook, relatou a experiência de um programa do Facebook para recém-formados. Depois de visitarem uma região emergente (o executivo não revelou a localidade, mas o entrevistador citou a África), eles perceberam que era preciso fazer muitos ajustes no aplicativo da rede social, para que ele funcionasse bem naquele ambiente. “A experiência nos mostrou como ainda temos de melhorar”, afirmou Zuckerberg.

"Tentamos aproveitar nosso conhecimento desses mercados em países emergentes. A Ericsson tem uma história de trabalho há pelo menos cem anos na África e isso se repete em outras localidades do Oriente Médio e Ásia", explicou ao UOL Elaine. Segundo pesquisa do Ericsson Labs, oito em cada dez usuários de redes móveis nessas regiões usam 2G.

Parcerias
A Ericsson e o Facebook mantêm uma parceria, junto com outras companhias (como Samsung, Qualcomm, MediaTek, Nokia e Opera Software), para tocar o projeto Internet.org. Além do anúncio do laboratório, Zuckerberg afirmou que a associação tem trabalhado em uma espécie de “190 da internet.

"Um dos modelos que temos é a telefonia fixa. Ao ligar para o 911 [número de emergência nos Estados Unidos], você consegue falar gratuitamente com a polícia ou os bombeiros. Queremos fazer algo parecido com, por exemplo, serviços de mensagem, Wikipedia e talvez a previsão do tempo", afirmou. Ele também citou o Facebook e WhatsApp entre os exemplos.

* A jornalista viajou a convite da Ericsson