Topo

Qwant quer ser alternativa ao Google ao oferecer busca sem rastreamento

Desenvolvido na França, buscador Qwant diz não monitorar navegação dos usuários - Reprodução
Desenvolvido na França, buscador Qwant diz não monitorar navegação dos usuários Imagem: Reprodução

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em São Paulo

07/02/2015 15h49

O mercado das buscas é dominado pelo Google no Ocidente, enquanto o destaque no Oriente é o chinês Baidu. Mesmo assim, o motor de busca francês Qwant quer convencer os internautas com a proposta de não rastrear a navegação deles na rede. Presente em todos os países da Europa, o motor de busca estreou uma versão adaptada ao mercado brasileiro durante a Campus Party.

“Não somos uma empresa de propaganda, mas um mecanismo de busca. Por isso, não rastreamos. Nossa preocupação é em entregar os melhores resultados ao usuário”, disse Eric Leandri, diretor-executivo do Qwant, em entrevista ao UOL Tecnologia.

Fundado em 2013, o sistema de busca diz não usar cookies (pequenos arquivos gravados no computador para identificar o internauta) para rastrear as pegadas digitais dos usuários. Outro diferencial comparado ao Google é que eles exibem resultados de redes sociais (Twitter, Facebook e Google+) durante a busca.

Na Europa, o buscador tem a vantagem do sentimento anti-Google que vigora no continente. A empresa foi alvo de críticas por uma série de polêmicas, como a dos carros do Google Street View que coletavam informações de redes Wi-Fi. Mas e no Brasil?

“É simples: os brasileiros não querem ser monitorados pelos Estados Unidos nem pela China”, afirmou Leandri, referindo-se aos países-sede dos principais buscadores.

A companhia trabalha junto com o governo francês. Uma das últimas novidades da empresa é o Qwant Junior, uma versão do buscador da empresa para crianças, que bloqueia conteúdo pornográfico e violência. De acordo com a companhia, o Ministério da Educação da França vai testá-lo antes de implementar nas escolas públicas do país.

Como não monitora os usuários, o diretor-executivo da companhia disse que não tem o número de visitantes únicos do serviço. No entanto, informou que em 2013 houve 507 milhões de buscas, enquanto 2014 fechou com 1,6 bilhão. A maior parte do tráfego, diz, vem da França e da Alemanha.

Como funciona

O navegador não foge muito do padrão das ferramentas existentes. Além da questão de privacidade, um dos diferenciais é a disposição dos resultados de busca, que são exibidos em colunas por padrão. Conforme o usuário faz uma requisição, os resultados são filtrados em  “web” (apresenta resultados gerais), notícia, social (que indexa resultados de redes sociais, como Twitter e Facebook), mídia (exibe vídeos e imagens relacionados) e compras.

Há ainda na página inicial uma área chamada “tendências recentes”, que mostram os assuntos mais comentados na rede. Segundo a empresa, essas informações são colhidas do monitoramento de redes sociais e sites de notícias. 

Ao fazer uma requisição, motor de busca também retorna resultados de redes sociais - Reprodução - Reprodução
Ao fazer uma requisição, motor de busca também retorna resultados de redes sociais
Imagem: Reprodução

Com o item compras é que a empresa diz estar baseado seu modelo de negócio. Cada vez que um usuário compra direcionado pelo Qwant, o navegador ganha uma comissão. Por enquanto, a empresa não tem sites parceiros no Brasil — então, ao buscar algum produto, são exibidos resultados da Amazon, por exemplo.

“Nosso objetivo no Brasil é melhorar o processo de busca e crescer no número de requisições nos próximos seis meses. Após isso, temos planos de iniciar uma atividade formal no país com algum escritório em Rio de Janeiro ou em São Paulo. Além disso, queremos que nossa área de desenvolvimento local fique em Campina Grande (PB), pois lá conta com um polo tecnológico com vários talentos”, informou o diretor-executivo do Qwant.