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MWC 2015 tem novos Galaxy S6 e neutralidade de rede como destaque

Guilherme Tagiaroli

Do UOL,* em Barcelona

06/03/2015 06h00

A edição de 2015 do Mobile World Congress, maior evento de mobilidade do mundo, ficou marcada por conversas relacionadas à legislação da internet, debates sobre 5G (tecnologia que deve substituir o 4G) e poucos lançamentos de produtos de vulto. A exceção foi a Samsung, que lançou dois aparelhos um dia antes do início oficial do evento realizado anualmente em Barcelona (Espanha).

Muitos smartphones e poucos destaques

Depois de muitos rumores, a Samsung revelou em 1º de março os aparelhos Galaxy S6 e Galaxy S6 Edge. Com o lançamento, a fabricante sul-coreana tenta retomar a dianteira do mercado de aparelhos topo de linha após um 2014 difícil: o Galaxy S5 não empolgou tanto, o lançamento da Apple fez muito sucesso e a companhia ainda perdeu participação na China (o maior mercado de smartphones do mundo) para a Xiaomi.

Para contra-atacar, a companhia sul-coreana disse que ouviu os consumidores e reinventou a série S com um corpo de alumínio, tela curva (no caso do S6 Edge) e reformulação da interface do aparelho, deixando-a mais simples. Apenas em abril, quando eles começam a ser vendidos, será possível medir o resultado da investida da Samsung.

Com a abertura oficial da feira em 2 de março, não faltaram smartphones expostos nos estandes do Fira Gran Via, local onde ocorre o congresso de mobilidade há três anos. No entanto, a maioria das marcas preferiu deixar guardado na manga seus lançamentos para eventos próprios.

A LG mostrou no evento sua linha de aparelhos intermediários. A Microsoft também foi conservadora e trouxe dois novos Lumias, sendo um de entrada e outro intermediário --nenhum com Windows 10 embarcado, porém ambos vão receber a atualização assim que sair.

A japonesa Sony expandiu a linha Xperia com o modelo à prova d’água M4 Aqua, que, pelas características deve se posicionar, em uma faixa de preços próxima a R$ 1.000.

Paralelo a isso, empresas chinesas aproveitaram para mostrar uma série de dispositivos com recursos bacanas, como a ZTE que trouxe um smartphone que desbloqueia o aparelho pela leitura dos olhos do dono do smartphone. Já a Huawei mostrou a série Honor que, por enquanto, deve ser comercializado pela marca apenas no mercado asiático.

Ainda no quesito inovação, houve dois destaques com Firefox OS: o FX-0 (um smartphone exclusivo do mercado japonês, cuja capa é transparente, permitindo ver os componentes) e o Runcible (conceito de celular com tela arredondada).

Tablets e wearables

Sensação de alguns anos atrás, o lançamento de tablets está cada vez menos frequente entre as companhias. A Sony mostrou o Z4, que também pode ser tornar um "computador" com um teclado móvel. Já a Nokia exibiu pela primeira vez o N1, seu tablet com sistema Android que, por enquanto, só será vendido na China.

As fabricantes têm investido cada vez mais em aparelhos vestíveis, sobretudo relógios. O interessante sobre o assunto é que dos gadgets mostrados no Mobile World Congress, LG Watch Urbane e o Huawei Watch adotaram um visual clássico, menos nerd.

Conexão 5G e legislação da internet

Fora da área de produtos, o Mobile World Congress reuniu uma série de palestras de operadoras, empresários e legisladores de várias partes do mundo.

Um dos assuntos mais comentados foi uma recente decisão do FCC (órgão regulador das telecomunicações nos Estados Unidos) referente à neutralidade de rede, conceito que impede a criação de "pistas" mais rápidas que outras na internet.

As teles acham injusto que companhias como Google e Facebook lucrem com usuários, sendo que elas não ajudam na construção de infraestrutura. Em comparação, as operadoras querem implementar essas "pistas" de velocidade distintas para poder investir na manutenção e expansão de redes.

O Brasil mal começou a usar smartphones 4G e a indústria de telecomunicações já está pensando em 5G (quinta geração de telefonia móvel). O único problema é que há diferentes frentes de trabalho e ainda não há um consenso sobre padrões e velocidade. A previsão é que em 2018 comecem os primeiros testes públicos da internet banda larga móvel ultrarrápida na Coreia do Sul.

*O jornalista viajou a convite da Samsung.