CEO da Apple critica empresas que comercializam dados de clientes
Em discurso, o diretor-executivo da Apple, Tim Cook, criticou de forma dura as empresas de tecnologia do Vale do Silício (região da Califórnia, nos Estados Unidos, que concentra as maiores companhias do ramo) que comercializam os dados de usuários em troca de serviços "gratuitos".
O discurso de Cook foi proferido durante a entrega do prêmio “Epic's Champions of Freedom”, dado a personalidades que lutam pelos direitos à privacidade.
"Falo a vocês daqui do Vale do Silício, onde algumas das empresas de maior sucesso criaram seus negócios baseados em tornar seus consumidores complacentes sobre seus dados pessoais. Elas estão devorando tudo que podem para saber sobre vocês e tentando faturar em cima disso. Nós achamos isso errado e não é o tipo de companhia que a Apple quer ser", disse Cook.
Apesar de não ter citado Google e Facebook, o diretor-executivo da Apple condenou a atitude dessas companhias, que faturam alto com venda de publicidade dirigida. Por conhecerem bem os usuários dos seus serviços, as empresas podem exibir propagandas para públicos específicos.
"Acreditamos que os consumidores deveriam ter controle de suas próprias informações. Vocês podem gostar desses serviços gratuitos, mas não achamos que vale a pena ter seu e-mail, histórico de busca e agora até suas fotos de família vendidas para fins de publicidade. Achamos que, em algum momento, os consumidores perceberão isso", afirmou.
Neste último trecho, Cook se referia a um serviço do Google, apresentado durante o Google I/O na última semana. Durante o evento, a empresa anunciou uma atualização do aplicativo Fotos, que disponibiliza espaço ilimitado para armazenar imagens nos servidores da gigante das buscas. Além disso, o serviço categoriza fotos, cria álbuns e até produz animações.
A Apple tem o serviço iCloud que fornece gratuitamente um espaço para guardar arquivos na internet, porém cobra caso o usuário precise de mais. Outras companhias do ramo, como Dropbox e Microsoft (com o One Drive), atuam com o mesmo tipo de modelo.
Ainda em seu discurso, o diretor-executivo condenou as tentativas de autoridades do governo dos Estados Unidos de impedir que a empresa codifique informações dos clientes. Sem essa proteção seria mais fácil o acesso de agências de espionagem a dados dos consumidores.
"Se você abrir uma brecha para a polícia [poder espionar], os ladrões também poderão encontrá-la. Cibercriminosos estão usando todos os recursos de tecnologia possíveis para acessar dados das pessoas. Se eles sabem que há algo escondido, não pararão até achar", declarou. (Com "TechCrunch").
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