Relógios inteligentes sofrem com falta de interatividade para serem úteis
Eis por que você provavelmente queira um relógio inteligente: você pode usá-lo para fazer coisas legais, como abrir portas, comprar café e ligar carros. Eis por que provavelmente você não vai comprar um por pelo menos cinco anos: ainda não existem muitas portas, lojas ou carros compatíveis com seu relógio inteligente.
Na exposição de eletrônicos IFA em Berlim nesta semana, a Samsung Electronics Co., a Lenovo Group e a Huawei exibiram relógios atualizados com recursos aprimorados, como pagamento por NFC e capacidade de interagir com outros aparelhos, como seu telefone celular, termostato ou minivan.
O obstáculo é que faltam vários anos para que existam sensores suficientes nas casas, nas empresas e nos veículos para que valha a pena usar um relógio inteligente. "Para que os relógios se tornem mais populares e dominantes, eles precisam oferecer diversas capacidades para serem relevantes", disse Andy Griffiths, diretor da divisão do Reino Unido e Irlanda da Samsung. "Nosso cronograma previsto é para 2020".
Empresas como Samsung, Intel Corp. e Philips NV estão fazendo a parte delas para criar um ecossistema, lançando kits de sensores domésticos que controlam termostatos, luzes e eletrodomésticos por meio de um smartphone, e pressionando para o desenvolvimento de sistemas de pagamento com tecnologia móvel.
Obstáculos
As barreiras são enormes. Na IFA, a Intel fez uma demonstração de placas de carregamento wireless que podem ser colocadas sob escrivaninhas ou mesas para carregar aparelhos, mas disse que esse sistema não estará disponível, no mínimo, até o fim do ano que vem.
"Temos que inventar isso do zero", disse Kirk Skaugen, vice-presidente sênior da Client Computing Group, da Intel, na apresentação em que anunciou a iniciativa.
Enquanto isso, novos fabricantes de relógios inteligentes estão enchendo o mercado. A Gartner Inc. estima que cerca de 40 milhões desses aparelhos serão vendidos neste ano. Apesar de que as empresas de tecnologia vão vender 40 vezes mais telefones celulares do que relógios neste ano, as vendas de relógios inteligentes se multiplicarão por oito, disse a Gartner.
O relógio inteligente da Apple, que chegou ao mercado em abril, deve equivaler a cerca de metade das vendas em 2015, disse Annette Zimmermann, analista da Gartner. Também haverá uma "avalanche de fornecedores chineses" vendendo relógios inteligentes em uma escala reduzida por apenas US$ 30, principalmente na China, o que equivalerá a uma fatia crescente do mercado.
"A pergunta é sempre a mesma: 'Com que rapidez as pessoas vão mudar?'", disse Zimmermann. "De fato, parece ser prático sair para correr com seu Apple Watch, você não precisa nem levar seu smartphone e, na volta, dá até para passar pelo Starbucks e comprar algo sem estar com sua carteira nem com seu telefone. Mas isso requer uma mudança de comportamento".
Prepare seu punho
Eis alguns dos mais novos relógios inteligentes:
- Samsung Gear S2: pode ser usado ao nadar; utiliza o novo sistema operacional Tizen, da Samsung
- Sony SmartWatch 3: aparelho controlado por voz com GPS integrado e resistente à água até 1,5 m de profundidade
- Apple Watch: o líder do mercado; leia e-mails, convoque o Siri e faça e receba ligações no seu punho
- Huawei Watch: design com visor redondo, inspirado nos relógios suíços, com um monitor de ritmo cardíaco integrado e seis sensores de movimento
- Motorola Moto 360: vem em versões masculina e feminina; monitora seus passos, calorias e ritmo cardíaco
- Asus Zenwatch: inclui designs para mais de 50 visores e um aplicativo que permite criar o seu próprio visor.
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