Uber dos caminhões conta com financiamento de grandes empresas americanas
O transporte com caminhão não é a primeira coisa que vem à cabeça quando se pensa em setores prontos para serem revolucionados.
Talvez o CEO da Amazon, Jeff Bezos, o CEO da Salesforce.com, Marc Benioff, e o fundador do eBay, Pierre Omidyar, discordem. Junto com outros investidores, eles estão financiando a Convoy, uma startup com sede em Seattle que aposta que este é o momento ideal para levar algumas ideias usadas pela Uber - estabelecer uma conexão entre motoristas e clientes por meio da tecnologia móvel - ao mercado de US$ 749 bilhões de transporte de fretes e mercadorias.
Ah, e um dos fundadores da Uber, Garrett Camp, também está ajudando a financiar a Convoy.
A Convoy, que os despachantes podem utilizar para solicitar um caminhão, obter imediatamente orçamentos de preços e acompanhar os motoristas da coleta até a entrega, teria captado US$ 2,5 milhões em financiamento inicial, dizem fontes. A startup está focada principalmente em transporte de curta distância, geralmente viagens de um dia entre empresas.
"É provável que o transporte com caminhões seja o maior setor desatualizado do país", disse o fundador Dan Lewis, que saiu da Amazon em fevereiro com a ideia de montar sua própria empresa.
Hadi Partovi, um dos fundadores do site Code.org e um dos primeiros investidores da Facebook, estimulou Lewis a analisar o setor de transporte com caminhões e apresentou-o a investidores.
Oportunidade de mercado
Levar tecnologia ao setor de transporte não é uma novidade. Amazon, Postmates e Uber estão se expandindo (e acelerando) a distribuição capilar de bens e serviços. Em maio, a Flexport captou financiamento da Google Ventures posicionando-se como a Uber dos contêineres marítimos.
"Como investidor-anjo, esta é a maior oportunidade de mercado que já vi, pelo menos desde que analisei a Facebook em 2005", disse Partovi.
Lewis, 34, tinha um pouco de experiência com logística e transporte marítimo. Ele forneceu materiais de escritório quando estava na faculdade e realizou trabalhos de consultoria para o Canal do Panamá, mas ainda tinha muito para aprender. Depois de se formar em Yale ele passou alguns meses conversando com transportadoras e perambulando em paradas de caminhões. Alguns refugiados do Leste Europeu, que sua família abrigou quando Lewis era criança, mais tarde se tornaram motoristas de caminhão e foram um recurso valioso, disse ele.
A Convoy começou a funcionar em abril e vem atendendo clientes no estado de Washington, mas a startup só aparecerá publicamente nesta terça-feira. O número de clientes está na casa das dezenas e há quase 100 caminhões entre os fornecedores pré-aprovados na rede da Convoy, disse Lewis. A ideia é concorrer com os intermediários, chamados corretores, que lidam com as solicitações dos expedidores, negociam os preços e organizam para que os caminhões façam o frete das mercadorias.
Investimentos
O software da Convoy permite que os clientes especifiquem o tipo de caminhão de que precisam e escolham acessórios como lona impermeável, plataforma elevatória ou equipamentos de proteção. Os preços são definidos por um algoritmo e o software também identifica qual caminhoneiro está melhor localizado e disponível para realizar a tarefa.
Entre os outros investidores da Convoy estão o CEO e um dos fundadores da Dropbox, Drew Houston, o CEO da Expedia, Dara Khosrowshahi, o ex-executivo da Starbucks, Howard Behar, o ex-diretor do Microsoft Windows, Brad Silverberg, e o banco de investimento Allen Co.
A Convoy pretende se expandir para outras regiões no próximo ano e poderia captar mais dinheiro, disse Lewis. Embora não existam outras startups no mesmo espaço, existem outras nas zonas adjacentes, então a companhia pretende agir rapidamente, disse Partovi. No entanto, Lewis admitiu que o transporte com caminhões é um mercado incomum para a inovação tecnológica.
"Os estudantes de Stanford não acordam pensando em revolucionar caminhões", disse Lewis.
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