Moto G Play tem bateria que dura o dia todo, e custa menos de R$ 1.000
A Lenovo/Motorola ampliou a família Moto G neste ano. Em vez daquele modelo único bom e barato que surgiu em 2013, agora são três modelos de perfis distintos. O Moto G4 e o G4 Plus passaram do limite de R$ 1.000 com folga, e ganharam boas atualizações de hardware. Já o caçula G4 Play, último a estrear, é o mais barato, com bom desempenho e destaque para a poderosa bateria, capaz de durar mais que um dia.
O que quer dizer isso? Esse aparelho é para quem acha um absurdo gastar mais de R$ 1.000 em um smartphone.
Essa pessoa, no entanto, quer um aparelho com bateria que dura pelo menos o dia todo, sistema que não trava, memória suficiente para apps básicos e uma câmera pelo menos razoável. O Moto G Play faz isso tudo.
O preço dele também está dentro de bolsos modestos: R$ 869 (sem TV digital) e R$ 899 (com TV digital). Apesar de ter encarecido um pouco em relação aos antigos Moto G, ainda se sustenta como uma boa opção entre smartphones "intermediários de entrada", tão valorizados nesses tempos de crise econômica.
O visual deixou de ter as costas curvadas e texturizadas da geração passada e está mais alinhado com o Moto G4 e G4 Plus, com traseira mais reta com plástico que imita a textura da borracha, para ajudar na pegada. Porém, o G4 Play é o mais "gordinho" da atual linha Moto G, e isso faz com que ele seja um pouco mais escorregadio, sobretudo em mãos pequenas.
Isso passa a ser um problema quando o usuário precisar de uma capa extra para protegê-lo -- e vai precisar, pois o vidro da tela não é o resistente Gorilla Glass, presentes no G4 e G4 Plus. Vale dizer que o G4 Play acabou estilhaçado em nosso teste, quando caiu acidentalmente em uma calçada.
A tela de cinco polegadas tem resolução apenas HD (e não Full HD) com uma luminosidade aceitável; sob sol forte, precisa estar no nível máximo para ficar legível. Também dá para notar que a tela fica um pouco amarelada em certos ângulos, mas como costumamos usar o celular frontalmente isso não chega a ser um problema.
O desempenho é um dos pontos altos do G4 Play.
A combinação do Android 6.0, vindo de fábrica e "quase puro" (com poucos apps pré-instalados pela Motorola), com os 2 GB de memória RAM deixam o aparelho rápido no uso regular.
É possível que ele piore com o tempo: afinal, o processador é o Snapdragon 410, de pouca velocidade (1,2 GHz) e já um pouco antigo, mas estamos falando de um smartphone barato, afinal.
Já a câmera é um pouco mais difícil de justificar.
O Moto G4 Plus tem uma câmera traseira ótima. O G4, apenas boa, pois não conta com o foco a laser do "irmão". Já a do G4 Play é bem inferior.
Além do sensor de apenas 8 MP, as fotos não ficam estáveis em locais com pouca luz. Outro ponto negativo é a ausência dos recursos de câmera lenta e ajustes manuais (de foco, velocidade, ISO, etc.) presentes nos outros modelos da linha.
Uma pena também que a Motorola não tenha colocado os controles por gestos, que permitem abrir a câmera e acender a lanterna rapidamente com a tela travada.
Em compensação, o aparelho conta com o modo de redução de tela para quem tem mãos pequenas --é só deslizar o polegar da parte inferior (aquela com os três botões virtuais do Android) para cima. Só não dá para regular o nível de zoom dessa telinha virtual, infelizmente.
A bateria é bem interessante.
Este talvez seja o modelo com a melhor autonomia neste segmento. O G4 e o G4 Plus já são bons nesse quesito, mas como o G4 Play tem a ótima capacidade de 2.800 mAh (os outros dois têm 3.000) e tela de resolução inferior, que gasta menos energia, sua bateria dura até dois dias de uso fraco a moderado. Com uso intenso, deve aguentar até o fim do dia com uns 15%.
Mas vale?
Para muita gente, um smartphone por R$ 900 ainda é muito caro. A questão é que modelos com preços bem abaixo dessa faixa estão ficando escassos. Aparelhos que custem bem menos que isso e tenham um conjunto razoável, que não vão te deixar na mão em seis meses, são ainda mais difíceis de encontrar.
Nestas condições, o Moto G4 Play é um aparelho honesto.
Podia ser mais barato? Podia, mas provavelmente algo teria que ser sacrificado --1 GB em vez de 2 GB de RAM ou tela menor que cinco polegadas.
Sim, é uma pena que não exista mais Motos G de R$ 700. Mas, considerando que o Moto G4 Play custa quatro vezes menos que um iPhone, Galaxy S7 ou outros "flagships", dá para dizer que a Lenovo/Motorola tentou manter o custo-benefício em nome do menor preço final possível.
Outras alternativas
O melhor concorrente do G4 Play é um aparelho da própria empresa: o Lenovo Vibe K5, que traz um processador melhor, o Snapdragon 616, e configuração restante similar, pela mesma faixa de preço (cerca de R$ 899).
Há ainda o LG K10 ou mesmo o Moto G da terceira geração, que ainda é um aparelho legal, ganhou atualização para o Android 6.0 e tem uma câmera melhor que a do G4 Play (13 MP). A bateria, porém, é inferior (2.470 mAh) e, dependendo do modelo, conta com apenas 1 GB de RAM --alguns saíram com 2 GB, mas são difíceis de achar.
Direto ao ponto: Moto G Play
- Tela: 5 polegadas HD
- Sistema Operacional: Android 6.0 Marshmallow
- Processador: Qualcomm Snapdragon 410 quad-core
- Memória: 16 GB, com suporte para cartões microSD de até 128 GB
- Memória RAM: 2 GB
- Câmeras: 8 MP (principal) e 5 MP (frontal)
- Dimensões e peso: 144,4 x 72 x 8,9 mm e 137 g
- Preço sugerido: R$ 869,00 (sem TV digital) e R$ 899,00 (com TV digital)
- Pontos positivos: bom desempenho, Android 6.0, bateria duradoura e recurso de redução de tela
- Pontos negativos: preço um pouco caro, ausência da ativação da câmera e da lanterna por gestos, tela "amarelada" e frágil, corpo escorregadio
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