Fim de uma era: Blackberry anuncia que vai parar de produzir smartphones
O CEO da Blackberry, John Chen, disse em um novo relatório, divulgado nesta quarta-feira (28) sobre o desempenho da empresa no segundo trimestre deste ano, que ela não vai mais fabricar os smartphones pelos quais ficou conhecida.
"A nossa nova estratégia de Soluções de Mobilidade está mostrando sinais de impulso (...) No âmbito desta estratégia, estamos nos concentrando no desenvolvimento de software, incluindo a segurança e aplicações. A companhia planeja encerrar todo o desenvolvimento de hardware interno e vai terceirizar essa função para os parceiros", disse Chen.
A fabricação dos futuros smartphones com software da Blackberry ficará a cargo da empresa BB Merah Putih, da Indonésia. Segundo a nota, a joint-venture vai "produzir, distribuir e promover aparelhos BlackBerry rodando apps e programas BlackBerry no [sistema operacional] Android".
Fundada em 1984 com o nome RIM (sigla de Research In Motion, "pesquisa em movimento") e renomeada Blackberry em 2013, a empresa canadense na década de 2000 foi pioneira no segmento de smartphones --principalmente no mercado corporativo-- poucos anos antes do iPhone ditar novas regras para o mercado de telefonia.
Em 2003, a popular apresentadora norte-americana Oprah Winfrey elegeu o Blackberry como seu aparelho favorito, impulsionando as vendas e fazendo com que a empresa chegasse a 3 milhões no começo de 2005.
Com um sistema operacional próprio, o Blackberry OS, a linha Blackberry tinha bastante foco em utilização de e-mails. Com os aparelhos da empresa era possível sincronizar a caixa postal com as contas de e-mail mais conhecidas, como Hotmail, Gmail, Yahoo! e outros, antes dos apps concorrentes obterem esse recurso.
Os Blackberrys também traziam o Blackberry Messenger, um dos melhores do ramo na era pré-WhatsApp. O app era mais confiável que outras alternativas, com direito a aviso de recebimento e lida de mensagens, outro recurso que WhatsApp e afins passaram a adotar depois.
Lançado em 2007, o iPhone da Apple trazia telas touchscreen, o que a longo prazo significaria uma lenta derrocada nos modelos com teclado físico da Blackberry.
Em 2009 o modelo 8900 da Blackberry ainda era o smartphone mais vendido nos Estados Unidos. A empresa ocupava quatro posições dentro dos dez primeiros colocados nas vendas.
Até 2013 --ano em que a empresa mudou de nome e lançou seus primeiros celulares com tela touch o Z10 e o Q10-- a concorrência ainda era acirrada: a empresa dizia ter uma base de 80 milhões de usuários.
Também em 2013, a empresa de investimentos canadense Fairfax Financial Holdings comprou a Blackberry por US$ 4,7 bilhões. Mas naquele ano a empresa já mostrava sinais de enfraquecimento, com um prejuízo de quase US$ 1 bilhão.
A Blackberry também apostou no mercado de tablets. Veja abaixo o Playbook, tablet lançado por ela em 2011.
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