Moto Z é celular top com acessórios que ampliam suas funções
O Moto Z da Lenovo talvez não seja o melhor smartphone lançado em 2016 --iPhone 7 (Apple) e Galaxy S7 (Samsung) devem disputar esse título no pesar da balança. Não é nem mesmo o mais ousado, já que a proposta dos Moto Snaps veio depois do design modular do LG G5. Mas consegue juntar especificações próximas dos dois primeiros, com acessórios similares ao LG G5 por R$ 2.898.
Suas configurações são poderosas, com um ou outro ponto fraco. Foi o primeiro a surgir no Brasil com o processador Snapdragon 820, anunciado lá fora no segundo semestre de 2015. Mas no Brasil e no mundo, o clock no aparelho da Lenovo caiu de 2,2 para 1,8 GHz.
De resto, traz 4 GB de RAM, 64 GB de armazenamento, câmeras de 13 MP e 5 MP e bateria de 2.600 mAh. Outros modelos de ponta e intermediários da concorrência trazem uma câmera com sensor mais potente, ou mais memória interna ou uma bateria mais duradoura. Mas o bom conjunto do Moto Z e o charme dos Moto Snaps podem te convencer a deixar essa guerra de especificações um pouco de lado.
Ao pegar no Moto Z, a primeira impressão é de leveza imensa: com apenas 136 gramas, ele é dois gramas mais leve que o iPhone 7, que tem uma tela de apenas 4,7 polegadas --a do Moto Z tem 5,5, quase uma polegada a mais! E apesar de ser superfino, com corpo de 5,19 mm (fora a lente da câmera), suas arestas não chegam a machucar a mão durante o manuseio graças às bordas curvas de alumínio.
Claro, por ser grande, quem tem mão pequena pode apanhar um pouco. O interessante é que o recurso de reduzir dimensões da tela, presente no G4 e G4 Plus, também está presente aqui.
E se o sensor de impressão digital na parte de baixo é uma mão na roda para destravar rapidamente a tela --assim como já era no Moto G4 Plus--, o aquecimento ocasional na parte traseira, principalmente na região do conector dos Snaps, é um pequeno incômodo na experiência.
Snaps: um pequeno e limitado luxo
Falando nos Moto Snaps, eles de fato são uma experiência mais prática e interessante do que a LG fez com o G5. Se no aparelho da empresa sul-coreana você precisa desconectar a bateria inteira pra encaixar um acessório, e de quebra precisar desligar o celular para isso, aqui você só precisa encaixar o Snap magneticamente no conector. Ele "gruda" e o sistema operacional já reconhece o produto anexo.
Simples e eficiente, sim. Mas é útil pelo que cobra? Bom, um Snap do alto-falante JBL SoundBoost, com 6W de potência (suficiente apenas para uma sala pequena), custa R$ 698, mais caro que alguns minisystems com recurso de bluetooth.
Da mesma forma, o Insta-Share Projector transforma a parede de um quarto pequeno em um cineminha, mas com brilho de 50 lumens, tamanho de projeção de até 70 polegadas, ele custa sozinho R$ 1.449, quase dois terços do Moto Z e bem mais caro que muitos projetores normais.
Claro, nesses preços está inclusa o charme de dar "superpoderes" ao seu smartphone e a praticidade; afinal, acessórios de mesa são mais trambolhentos e bem menos portáteis. Mas o Moto Z já não é um celular barato, e esses acessórios só funcionam nele e no Moto Z Play, também lançado neste ano (hoje por R$ 2.199). O projetor é legal para quem trabalha com apresentações todo dia, mas você precisa estar com dinheiro sobrando.
O que já é vantajoso é comprar o pacote básico do Moto Z que já vem incluso o Snap Power Pack (à venda em separado ele custaria R$ 399). Ele aumenta bem a vida útil da bateria do Z, que por si só já é suficiente para terminar um dia de uso moderado com uns 15% de carga. Com a energia extra, dependendo do uso, você pode durar até o final da tarde do dia seguinte sem precisar de carregadores.
Um problema real, embora menor, é que o conceito do Moto Z sacrificou demais o design do celular, deixando-o com uma protuberante câmera traseira e excesso de detalhes que o deixaram meio "poluído" --os conectores dourados atrás parecem até pequenos rebites. E também resta saber por quantos anos a linha Z será toda compatível com os Snaps lançados desde este ano.
E o que mais?
No mais, o Moto Z é interessante o suficiente para você não precisar de acessórios. Mesmo com o processador menor do que o vendido nos EUA, ele e os 4 GB de RAM dão conta do recado muito bem, com desempenho rápido em multitarefa e jogos --tirando as sessões de aquecimento, claro.
As câmeras são hoje as melhores da linha Moto da Lenovo. Mesmo com sensor apenas mediano, o software tem vários "brinquedos" legais como câmera manual, estabilização ótica (que evita fotos tremidas) e HDR automático (que impede que as fotos saiam estouradas). No entanto, sua entrada de luz é um pouco deficiente, e talvez seja uma das câmeras mais escuras dos tops de linha deste ano.
Veredito: um barato celular caro
O Moto Z é um celular bastante recomendável para quem espera o melhor de um celular e não tem grana para os modelos mais caros da Samsung, Sony e Apple.
É evidente que mesmo assim há de se fazer um certo "investimento" nele, pois não é todo mundo que pode pegar quase R$ 3 mil em um smartphone. Isso sem falar nos Snaps já lançados e os que estão por vir. Mas o fato de "jogar bem em todas as posições" o fazem dele um dos lançamentos mais interessantes da Lenovo nos últimos anos.
Direto ao ponto: Moto Z
- Tela: Super AMOLED de 5,5 polegadas [Quad HD 1440p (2560 x 1440)]
- Sistema Operacional: Android 6.0 (Marshmallow)
- Processador: Snapdragon 820
- Memória: 64 GB armazenamento interno (compatível com cartão microSD de até 2 TB) e 4GB de RAM
- Câmeras: 13 MP (principal) e 5 MP (frontal)
- Dimensões e peso: 75,3 x 153,3 x 5,19 mm; e 136g
- Preço sugerido pela Motorola: R$ 2.898,99
- Pontos positivos: configurações bem equilibradas no quesito top de linha; leveza; facilidade para conectar Moto Snaps
- Pontos negativos: preço dos Snaps; câmera um pouco escura para a categoria; ocasional aquecimento
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