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Celular brasileiro tem desempenho de top, bom preço, mas peca na câmera

Larissa Leiros Baroni

Do UOL, em São Paulo

15/12/2016 06h00

Em meio ao concorrido mercado de smartphones --disputado principalmente por empresas estrangeiras --, há um modelo brasileiro que merece atenção especial daqueles que buscam por um aparelho bom, mas não podem gastar mais do que R$ 1.500. Estamos falando do Quantum Fly, que, com configurações de peso, próximas a de celulares top de linha, chega para roubar espaço dos intermediários Moto G4 Plus e Galaxy A7

O lançamento da Quantum --divisão de celulares da Positivo-- custa R$ 1.449, mesmo valor do aparelho da Samsung e um pouco mais caro do que o Motorola, que pode ser encontrado no mercado varejista por a partir de R$ 1.100. 

QuantumFly - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Não que o Quantum Fly seja feio, mas seu acabamento traseiro de plástico acaba perdendo um pouco o glamour –que é o forte do A7.  Com tela Full HD (1.080 x 1.920) de 5,2 polegadas, o aparelho tem bordas ligeiramente curvas que facilitam a pegada. Pode ser comprado nas cores azul, cinza e rosa. Pena que é muito frágil. Uma queda de menos de 30 cm foi suficiente para trincar a tela. 

Mas o brasileirinho se destaca por ser o único smartphone no país a contar com um processador de dez núcleos de até 2,1GHz (MediaTek Helio X20). E conta ainda com o reforço dos 3GB de memória RAM [mesma quantia que o A7 e até mesmo que o iPhone 7 Plus]. 

Vale lembrar que o processador é o "cérebro" do celular, capaz de "ler" o código dos programas, para assim executar uma série de operações lógicas e aritméticas que vão resultar na realização de tarefas. Já a função da memória RAM é armazenar dados temporários para que o processador possa acessar informações importantes com rapidez. Uma memória RAM alta contribui para o desempenho do sistema operacional e facilita a abertura de vários aplicativos simultaneamente sem que o aparelho trave.

No teste de desempenho realizado pelo UOL Tecnologiao aparelho da Quantum se mostrou mais rápido do que o iPhone 7 Plus, Moto Z e Xperia XZ, só perdeu para o Galaxy S7, que conseguiu abrir oito aplicativos em 27,1 segundos. O Fly realizou o processo em 28,8 segundos. 

Com o aplicativo de benchmark Greekbench 4 --que avalia a agilidade e eficiência do processador--, o brasileirinho alcançou 1.573 pontos quando considerado o desempenho médio de cada um de seus núcleos e 4.355 pontos quando considerado o desempenho dos múltiplos núcleos. Resultado inferior ao alcançado pelo Galaxy S7, mas superior ao S6, por exemplo. 

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Imagem: Reprodução

Na prática, as configurações do Quantum Fly são suficientes para aguentar jogos pesados sem engasgos ou lentidão. Também é uma boa para os amantes de filmes e para os multitarefas, que usam vários aplicativos ao mesmo tempo. O único problema é que o aparelho é um pouco esquentadinho, mas nada que prejudique o seu desempenho.

Câmera principal decepciona, mas flash frontal compensa 
FotoClaro_QuantumFly - Larissa Leiros Baroni/UOL - Larissa Leiros Baroni/UOL
Imagem: Larissa Leiros Baroni/UOL
FotoEscuro_QuantumFly - Larissa Leiros Baroni/UOL - Larissa Leiros Baroni/UOL
Imagem: Larissa Leiros Baroni/UOL

O ponto fraco do aparelho é a câmera de 16MP, capaz de produzir fotos com razoável qualidade, mas abaixo do resultado apresentado pelo Moto G4 Plus e pelo A7. Isso não quer dizer que as imagens sejam ruins. Longe disso! No claro, até é possível registrar imagens com precisão de cores (graças a seu filtro infravermelho), boa definição e boa profundidade de campo, com pequenos borrões --principalmente nas laterais do quadro-- que não chegam a incomodar.

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Imagem: Larissa Leiros Baroni/UOL
O problema --como na maioria dos celulares-- é no escuro, em que os detalhes das fotos são ofuscados pelos borrões.  Mas o destaque do Quantum Fly está no tempo entre um clique e outro (0,3 segundo). Tem ainda flash frontal, que, diferentemente de seus concorrentes, garante boas selfies em ambientes sem iluminação.

O smartphone ainda ganha pontos com o modo câmera lenta e o Picture in Picture, que inclui em uma mesma fotografia imagens da câmera frontal e da traseira. Os vídeos podem ser gravados em Full HD, uma qualidade mais do que suficiente para fazer boas gravações, mas talvez a Quantum pudesse ter investido na tecnologia 4K e se diferenciado um pouco mais de seus concorrentes.

A empresa brasileira, no entanto, decidiu não abandonar um recurso que já vem sendo extinto pela maioria das fabricantes: a rádio FM. Um recurso que acaba consumindo a bateria de 3.000 mAh: em uso comum pode durar um pouco mais de um dia (dentro da média para o segmento). Mas para economizar ainda mais o seu consumo, é possível ativar o modo Doze (soneca), que "hiberna" apps que não estão em uso quando o smartphone está ocioso. 

Vale ou não comprar?

O Quantum Fly é mais uma prova de que produções nacionais podem ser tão boas quanto as internacionais. E pode ser uma excelente opção para aqueles que buscam um celular com alto desempenho, mas não liga muito para o quesito câmera.

Direto ao ponto: Quantum Fly

  • Tela: 5,2 polegadas de Full HD (1920x1080)
  • Sistema Operacional: Android 6.0 
  • Processador: MediaTek Helio X20 (dez núcleos de até 2,1GHZ)
  • Memória:  32 GB de memória interna e 3 GB de memória RAM
  • Câmeras: 16 MP (principal) e 8 MP (frontal)
  • Dimensões e peso: 14,9 x 7,3 cm; 7,5 mm de espessura; 140 gramas
  • Pontos positivos: memória RAM, processador e flash frontal
  • Pontos negativos: câmera frontal e design