O 4G é mais caro? Consome mais dados? Capa interfere? Veja mitos e verdades
Se você mora numa cidade grande, é provável que use bastante o sinal de 4G no seu celular --segundo a Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações) a banda larga de quarta geração está disponível em 1.158 municípios brasileiros que respondem por 66,4% da população brasileira. Mas você já parou para pensar sobre ele?
Diferentemente das conexões Wi-Fi, as redes 3G e 4G fornecidas pelas operadoras de telefonia cobrem longas distâncias (WWAN). Por elas, são transmitidos os dados para celulares. Por isso, para que funcionem bem, é necessário ter um bom sinal de cobertura.
O 4G é a versão mais eficiente do 3G, que foi o sucessor da conexão GPRS. A quarta geração alcança velocidades bem maiores, em torno de quatro a 100 vezes mais rápidas que a 3G. O 5G também já está sendo testado, mas deve demorar para virar realidade.
Confira alguns mitos e verdades sobre o assunto.
Internet 4G é mais cara do que a 3G
Mito. Atualmente, as operadoras oferecem o serviço de internet com base na franquia de dados contratada, independentemente da tecnologia utilizada.
O 4G consome mais pacote de dados
Mito. Não é a tecnologia que consome o pacote de dados e, sim, o usuário. O que acontece é que, por ter uma velocidade maior, a tecnologia permite o uso de aplicações que usam mais dados, como streaming de música e vídeos. Você acaba usando mais dados do que usaria no seu smartphone 3G.
O 4G consome mais bateria que o 3G
Mito. O consumo da bateria também está atrelado à frequência do uso do dispositivo. Usar o celular apenas para chamada de voz consome menos bateria do que ver vídeos, por exemplo. Segundo João Carlos Lopes, professor de engenharia de computação do Instituto Mauá de Tecnologia, com a velocidade da conexão do 4G é possível inclusive gastar menos a bateria: "Uma consulta na internet pelo 3G leva mais tempo do que pelo 4G".
O 4G funciona em qualquer telefone
Mito. Não há incompatibilidade entre as tecnologias 2G, 3G e 4G --chips 3G funcionam em celulares 2G e os 4G funcionam nos aparelhos 3G- e a mudança de rede ocorre de forma automática. Sempre que houver cobertura de 4G, o celular vai captar o sinal. Mas se o celular é 3G, você não consegue aproveitar a internet com alta velocidade do chip 4G, por exemplo. O 4G é uma nova tecnologia e só funciona em aparelhos com o chamado LTE --que é um padrão de redes celulares que permite banda larga móvel com velocidades de conexão de até 100 Mbps.
Smartphones 4G comprados no exterior funcionam no Brasil
Mito. O aparelho precisa ser compatível com a banda utilizada no país. Para checar isso, olhe na caixa do produto se ele é compatível com as bandas 28, 3 e 7.
Posso viajar com meu smartphone 4G que funciona
Mito. Para navegar na rede 4G de outro país, é preciso um aparelho compatível com a frequência do local visitado e um chip da tecnologia de quarta geração. Se você vai viajar e quer saber se seu celular vai funcionar lá fora, cheque a compatibilidade no site Will My Phone Work? (meu celular vai funcionar?).
No Brasil, quase não pega sinal 4G fora de grandes cidades
Depende. As operadoras de telefonia brasileira estão investindo para ampliar a rede 4G no Brasil (veja no Teleco, portal de consultoria de telecomunicação, o mapa de cobertura das empresas). Já são mais de mil cidades cobertas, mas isso é pouco se considerarmos que existem 5.570 municípios no país.
A principal diferença entre a rede 4G e a 3G é a velocidade
Verdade. O 3G focava as ligações, enquanto o 4G foi criado para a experiência de dados. Na prática, isso significa mais velocidade e qualidade na transmissão. Em aplicativos como o SpeedTest, por exemplo, você pode medir a velocidade da conexão na região onde está e verifica como a rede 4G, mesmo com um sinal baixo, está a frente da 3G.
Ter 4G é garantia de velocidade
Mito. O acesso ao 4G depende de uma série de fatores. Além de ter um smartphone adaptado e um plano de dados que libera o acesso ao padrão de alta velocidade, o usuário precisa estar em uma região coberta pela tecnologia --e quanto mais próximo da antena, melhor o sinal, que também está sujeito à instabilidade diante do congestionamento de acessos e de variações climáticas.
O 4G ainda é mais lento que a internet fixa
Mito. A rede 4G pode superar a velocidade da internet fixa, dependendo do pacote que você tem em casa ou na empresa. Em locais afastados e de difícil acesso para a chegada de infraestrutura, como em Fernando de Noronha (PE), por exemplo, a rede móvel tem velocidade superior à rede fixa. Esta vantagem só não ocorre quando a internet fixa é entregue por fibra óptica.
Dá para aumentar o sinal do 4G no smartphone
Depende. Não é possível aumentar o sinal com soluções ''caseiras''. Seria como colocar palha de aço na antena da TV. A qualidade da conexão depende da localização do usuário. Mas existem aparelhos, como as antenas externas e os repetidores de sinal, que ajudam. Eles funcionam bem, por exemplo, em áreas afastadas das Estações Rádio Base de operadoras, como zonas rurais.
Carregar o smartphone enquanto usa melhora o sinal
Mito. Além de não ser recomendada por causa dos riscos de segurança, a conexão do aparelho a uma fonte de energia não traz nenhum ganho a recepção de sinal.
Conectar o celular ao fone de ouvido melhora o sinal
Mito. Embora os fones de ouvido assumam a função de antena para a captação do sinal de rádio, eles não trazem ganho na captação de sinal 4G.
O modo como seguramos o smartphone influencia no sinal
Parcialmente verdade. Dependendo da posição da Estação Rádio Base (que emite o sinal para o celular), é possível que o sinal já esteja fraco e a mão vire um obstáculo à antena interna do celular. Ao segurar o dispositivo, o usuário pode acabar tapando a antena interna com a mão e diminuir o alcance do sinal.
Capas com partes metálicas interferem no sinal
Verdade. Por serem condutores de energia, os materiais metálicos podem atrapalhar a recepção do sinal 4G nos smartphones. Ainda que a interrupção seja pequena, é melhor optar por capas de plástico e sem acabamento em metal.
Quando o 5G chegar vai extinguir o 4G e 3G
Mito. As tecnologias são complementares e não deixarão de existir.
Fontes: João Carlos Lopes, professor de engenharia de computação do Instituto Mauá de Tecnologia; Coriolano Silveira da Mota, presidente da Associação dos Engenheiros de Telecomunicações; e Homero Salum, gerente de Engenharia da TIM.
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