Por menos de R$ 1.000, celular Moto G5 deve fazer as pazes com seus fãs
O Moto G5 parece ser a prova de que o patamar de preço de R$ 1.000 é o limite do que a maioria das pessoas está disposta a pagar em um celular decente --leia-se com tela nítida, câmera mediana, com memória suficiente para fotos e vídeos e que não trave por qualquer coisa. O celular intermediário da Lenovo/Motorola lançado no mês passado custa R$ 999 e faz isso tudo muito bem.
O antecessor, Moto G4, chegou custando um pouco mais caro (R$ 1.299) e assim se afastou do seu público-alvo. O fato de a Lenovo ter baixado o preço sugerido é louvável, porque soa como um pedido de desculpas aos antigos fãs da linha Moto G.
A diferença entre o Moto G5 e sua versão melhorada, o G5 Plus, também está menor neste ano. O G4 não trazia sensor de digitais e tinha metade do armazenamento interno do G4 Plus. Agora os dois modelos estão equiparados nestes dois pontos. Por outro lado, você terá as maiores diferenças entre três novos modelos em dois pontos importantes: processador, câmera e a proporção tela/corpo.
Engasgos aqui, fotos tremidas ali
O processador do G5 comum é o inferior Snapdragon 430, que roda a até 1,4 GHz, enquanto o G5 Plus vem com Snapdragon 625, que roda a 2 GHz. Na prática, isso faz muita diferença para o público médio do celular, que só quer algo para navegar na internet e redes sociais sem problemas.
Mas é bom alertar: vi alguns bugs de desempenho no meu tempo de uso, como problemas de exibição na gaveta de notificações, engasgo na animação de abertura da Motorola (quando liga o celular), aquecimento ao rodar jogos pesados (que rodaram tranquilo, vale reforçar).
Talvez isso não faça diferença para você, mas quando o celular ficar lotado de apps e arquivos os bugs podem aumentar e afetar de forma mais evidente a experiência de uso.
Sobre a câmera, já comentamos sobre o fato curioso do G5 ter sensor de 13 MP, enquanto o Plus ficou "menor", com 12 MP. A Motorola explicou que o Plus traz tecnologia Double Pixel, que capta a luz emitida por cada pixel da imagem, individualmente, garantindo assim melhor foco e fidelidade de cores.
Quando comparamos as fotos das duas câmeras, vemos que o megapixel extra no G5 não faz diferença -- a captação de luz e o foco na do G5 Plus são melhores. A do G5 demorou alguns segundos para conseguir focar a maçã. Por isso, a câmera traseira do G5 sofre para tirar qualquer foto se você não ficar bem parado (e as pessoas a serem fotografadas também).
Há ainda um problema antigo das câmeras da Motorola: apesar de oferecer um ajuste de exposição, você vai sofrer para achar a luz certa se estiver em contraluz, por exemplo --ou você escurece bem uma parte da imagem ou estoura outra. Tenta achar um meio termo provavelmente vai te deixar um pouco insatisfeito.
Mas em condições normais, no automático, você vai conseguir tirar boas imagens, como esta aqui:
A terceira diferença a ser dita entre G5 e G5 Plus é a tela, que é 0,2 polegadas menor (5,0, contra 5,2 do modelo melhor) e um pouco mais escura também. Ela, na verdade, é ainda mais escura que a da quarta geração, do ano passado, o que é uma bola fora da Motorola.
Se você não é louco por telonas, o tamanho é bem irrelevante. E o corpo do menor é mais agradável de pegar que o Moto G5 Plus.
Só é uma pena que o bonito corpo do G5 tenha mantido o plástico (o Plus ganhou metal), mas um upgrade provavelmente teria impacto no preço final do modelo.
E o resto?
O armazenamento de 32 GB é ótimo para muitos de nós --os 16 GB do modelo de 2016 já não dão conta. A memória RAM de 2 GB deve dar conta do básico, e não mais que isso. O som, de novo, é apenas razoável, com pouco grave. Os fones têm volume baixo e escorregam do ouvido.
O sensor de digitais vai abrir sua tela sem senhas e pode ser usado para navegar pelo celular, fazendo com que os três botões home, multitarefa e voltar do Android saiam da tela.
O Android 7.0 de fábrica flui bem, e os recursos de gestos do app Moto para abrir rapidamente câmera, lanterna e reduzir a tela do celular continuam bem práticos.
E claro, a bateria de 2.800 mAh ainda é ótima, como de costume em modelos Moto, e dura mais de um dia de uso mesmo com meia hora de jogos e mais meia hora de Netflix, não devendo nada ao Moto G5 Plus.
Com os descontos de 5% a 10% à vista das lojas, o Moto G5 consegue ser uma das melhores opções no quesito custo-benefício do Brasil, sendo melhor até que o G5 Plus. Seu maior rival hoje é o LG K10 Novo, que é uns R$ 100 mais barato, mas inferior em alguns pontos: tela, câmeras e sistema operacional. Ou o Zenfone 3 Max, com sua avantajada bateria de 4.130 mAh.
Concorrentes no mercado
- LG K10 Novo (R$ 899): processador um pouco melhor, mas com resolução de tela HD e não tem leitor de digitais
- Asus Zenfone 3 Max (R$ R$ 989): Bateria maior, mas com Android modificado e pesado
- Sony Xperia E5 (R$ R$ 1.044): É mais caro e não tem leitor de digitais
- Samsung Galaxy J7 Prime (R$ 1.155): com bateria maior (3.300 mAh), mas mais caro
Direto ao ponto: Moto G5
Tela: 5,0 polegadas Full HD
Sistema Operacional: Android 7.0
Processador: Snapdragon 430 octa-core (1.4 GHz)
Memória: 32 GB de armazenamento interno (cartão microSD de até 128 GB) e 2 GB de RAM
Câmeras: 13 MP (principal) e 5 MP (frontal)
Dimensões e peso: 150,2 x 74,0 x 7.7 a 9.7 mm (na câmera); e 155 g
Bateria: 2.800 mAh
Pontos positivos: tamanho bom para pegada, bateria dura mais de um dia. bom custo-benefício
Pontos negativos: corpo de plástico, tela escura, câmera com imagens tremidas e luz irregular
Preço: R$ 949
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