Fotógrafos da velha guarda usam celular pela 1ª vez e arrasam nas fotos
A curiosidade e o estímulo para sair da zona de conforto foram os motivos que levaram quatro ícones da fotografia brasileira a aceitarem um convite inusitado: deixar seus equipamentos de lado e fotografar pela primeira vez usando a câmera de um celular.
German Lorca, 95, Maureen Bisilliat, 86, Nair Benedicto, 77 e Penna Prearo, 68, foram os nomes escolhidos para participar da mostra fotográfica “Avessos e Paradigmas”, que fica em exibição até o dia 25 de maio no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo.
Para quem construiu boa parte da carreira fotografando com máquinas de filmes, que precisavam ser revelados a partir do negativo, a experiência de fazer imagens instantâneas e com boa qualidade surpreendeu, explicou Maureen Bisilliat em entrevista ao UOL.
As imagens da fotógrafa foram feitas durante uma madrugada no Ceagesp, grande centro de comércio atacadista de flores, frutas, verduras e pescados em São Paulo.
Uma vez que me deram uma instrução [de produzir as imagens] fui fazendo. E me surpreendi com a qualidade das imagens, porque tudo foi feito com a luz ambiente, muitas vezes no escuro e algumas foram com o carro em movimento
Maureen Bisilliat
"O meu desejo é ter permissão de ficar mais três noites no Ceagesp e fazer as fotos da parte dos pescados e também da feira. Será muito bonito", contou.
Os fotógrafos usaram os modelos Xperia XZ, Xperia X, Xperia Z5 Premium e Xperia Z5, da Sony, que possuem câmera principal com 23 MP --resolução maior do que a existente em muitas câmeras digitais no mercado.
Quando perguntada se tinha achado difícil a experiência de fotografar pela primeira vez com um celular, Bisilliat respondeu rapidamente: “Não foi difícil fazer esse trabalho, foi prazeroso”.
“Para mim não foi muito diferente, porque mexo muito em vídeo, mexo com todo tipo de máquina. Estou sempre ao lado da computação”, brincou a fotógrafa com 55 anos de carreira, que ressaltou que nunca havia mexido direito num smartphone, apesar de ter tido facilidade.
Cadu Lemos, fotógrafo e um dos organizadores da mostra, acredita que o projeto consegue incluir novas tecnologias à fotografia ao mesmo tempo em que traz o olhar apurado desses fotógrafos para o mundo da imagem massificada do Instagram, por exemplo.
Fausto Chermont, curador da exposição, também acredita que um dos pontos mais interessantes da mostra é a inclusão e experiência tecnológica que o projeto proporcionou:
"O Lorca não estava fotografando mais. Ele está com artrose e tem dificuldades nos movimentos finos [como regular uma câmera fotográfica]. O celular possibilitou a ele voltar a fotografar. Ele colocou o equipamento num tripé e com um controle conseguia tirar as fotografias que desejava”, afirmou.
Para Bisilliat, o segredo para quem ama fotografar, com celular ou câmeras comuns, é saber o que se quer antes de apertar o botão. "Se você sabe o que você quer, consegue transmitir sua imagem, você vai longe."
“E não precisa ser fotógrafo [profissional]. O que acontece é que você vai ficar tão contagiado pelo que consegue fazer que talvez abra um pequeno caminho não profissional, mas amador. Só que amador no sentindo de amar mesmo o que faz”, acrescentou.
A exposição
A exposição "Avessos e Paradigmas" traz 60 fotografias e faz parte da mObgraphia Cultura Visual, projeto que reúne e incentiva a produção de fotos feitas com celulares.
Ela fica em exibição até o dia 25 de maio no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo.
Endereço: Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo | (11) 2117 4777
Horário: terças a sábados, das 12h às 21h; domingos e feriados, das 11h às 20h
Ingresso: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)
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