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Nos EUA, sites fazem campanha contra fim da neutralidade de rede

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Imagem: iStock

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/12/2017 09h45

Já pensou ter de pagar para acessar determinados sites só por eles não fazerem do seu plano? A proposta pode parecer esquisita, mas pode acontecer em breve isso nos Estados Unidos, com a aprovação de uma regra, marcada para ser divulgada nesta quinta-feira (14), que pode acabar com a neutralidade da rede. Por essa razão, vários sites norte-americanos fizeram campanhas para tentar reverter uma possível decisão da FCC (espécie de Anatel dos EUA).

Participaram da campanha sites como o Kickstarter (plataforma de financiamento coletivo), Mozilla (desenvolvedora do navegador Firefox), Pornhub (de conteúdo adulto), Reddit (site que é uma espécie de fórum), entre outros. 

Basicamente, todos eles traziam um link para que as pessoas enviassem um e-mail para congressistas americanos e com uma mensagem criticando a proposta. “Sem neutralidade de rede = menos internet. Aja agora”, diz o site da Mozilla. “Desculpe-nos, mas você excedeu seu pacote de dados para o site reddit.com", informa o site do Reddit. 

Esta não foi a primeira campanha para apoiar que a internet continue neutra. Em 14 de julho, houve outra parecida com participação de várias empresas de tecnologia, como Google, Netflix, Twitter, Spotify, Facebook, Amazon, entre outras.

A ocorrida nesta terça-feira (12) e que continua nesta quarta (13) tem como objetivo retomar a discussão, com a proximidade da tomada de decisão agendada para a quinta-feira (14).

Entendendo a neutralidade de rede

A neutralidade de rede consiste em que o tráfego da internet seja tratado de forma igualitária para quem fornece a conexão ao usuário — ou seja, as operadoras de internet fixa e móvel. Atualmente, por exemplo, as pessoas pagam por um plano de internet e não são cobradas a mais ou a menos por acessar a plataforma de vídeos Netflix. 

Uma das principais críticas ao possível fim da neutralidade de rede é que grandes empresas poderão, por exemplo, pagar por “vias de acesso rápido”. Uma dentre as muitas plataformas de vídeo que existem poderia fazer um contrato com uma operadora e exigir que seu serviço seja acessado mais rapidamente.

Apesar de a ideia não parecer ruim à primeira vista, ela pode ajudar fragmentar a internet e ainda inibir a concorrência — quem tem mais dinheiro para estabelecer contratos poderia evitar a entrada do mercado de um novo competidor. 

Por parte das operadoras, elas dizem que cabe a elas controlarem o fluxo de dados. E que a priorização de tráfego não trará prejuízo aos consumidores.

A questão dos Estados Unidos pode parecer isolada, mas, caso seja confirmado o fim da neutralidade de rede por lá, poderá haver consequências no Brasil. 

Aqui, o Marco Civil da Internet define que as operadoras não podem priorizar dados. Com uma possível mudança nos Estados Unidos, as teles locais vão querer pressionar as autoridades para que a internet no Brasil não seja neutra.