Dobradiça e bateria gigante? Celulares falham ao tentar resolver nossa vida
Acha a bateria do seu celular muito fraca? O seu aparelho é muito frágil? A tela é pequena demais? Algumas empresas trouxeram possíveis soluções para você no Mobile World Congress (MWC) de Barcelona. Só não vai ser o que você esperava. Na verdade, parecem ser típicos exemplos da emenda pior que o soneto, que nos fazem repensar o que desejamos.
Comecemos pelo ZTE Axon M, talvez um dos primeiros celulares --se não o primeiro-- a trazer duas telas de mesmo tamanho em um formato dobrável. O produto é até interessante e o sistema permite quatro modos de visualização. Combinadas, elas totalizam 6,75 polegadas.
A única câmera dele de 20 MP é ao mesmo tempo traseira e frontal. Hein? É assim: quando você abre o app de câmera com o celular todo aberto, o enquadramento é de selfie. Mas ao dobrar a segunda tela para trás da primeira e girar o aparelho, o app automaticamente passa a funcionar como câmera traseira, com a segunda tela funcionando de preview. Além disso, tem um recurso para chamar a atenção de bebês na tela extra.
Tudo interessante, mas não muda o fato de que é um celular com dobradiça. Com o bom, porém defasado, processador Snapdragon 821, bateria de 3.180 mAh, 64 GB de armazenamento e 4 GB de RAM, o Axon M custa US$ 724 (R$ 2.461).
Da supertela para a superbateria agora. A fabricante de pilhas Energizer está prometendo para setembro, em parceria com a empresa francesa Avenir Telecom, o lançamento na Europa do modelo Power Max P16K Pro, com capacidade de 16.000 mAh, praticamente cinco vezes mais que os modelos atuais.
É discutível se eles conseguirão essa façanha --no MWC só havia uma carcaça que sequer ligava. O problema maior é que ele é pesado e imenso. Tem 1,4 cm de espessura e 350 g de peso (por incrível que parece, os funcionários não souberam especificar altura e largura). É como segurar dois celulares empilhados na mão.
E, aos interessados, trará ainda Android 8, tela de 5,99 polegadas, câmeras de 16 MP + 13 MP traseiras e 13 MP + 5 MP na frente, 128 Gb de armazenamento e 6 GB de RAM, além de processador Helio P23.
Configurações legais, mas considerando o peso e a feiura dele, prefiro continuar nos carregadores portáteis. Custará US$ 599 (R$ 2.036) e sem lançamento previsto no Brasil.
Falando em feiura, você pode reclamar muito que seu celular é frágil, mas a empresa chinesa EL trouxe um bom exemplo de por que não queremos smartphones resistentes demais: para não parecerem tijolões de bolso.
O EL S50 tem um formato nada inspirado --é idêntico ao Cat S50, de 2014-- e é feito para usar em situações físicas mais desafiadoras para eletrônicos, como obras em construção, natureza, altas pressões etc. A atendente me disse que ele aguenta até radioatividade, mas não vi nenhum reator nuclear no MWC para testar. O preço nos EUA é US$ 189 (R$ 642).
Pode até ser meio chato digitar no teclado virtual do celular, mas recuperar os teclados físicos iguais aos de um PC a essa altura do campeonato? É o que fez o Gemini, um celular que arrecadou US$ 1,9 milhão (R$ 6,46 milhões) na plataforma Indiegogo para viabilizar sua fabricação.
Chamá-lo de celular é quase uma licença poética, já que o Gemini PDA tem um teclado acoplado e a tela só funciona na posição vertical --você pode navegar entre ícones com as teclas de setas-- como se fossem aquelas agendinhas eletrônicas do século passado. A empresa Planet deve vendê-lo na Europa ainda neste ano, por US$ 599 (R$ 2.036). Sim, ainda por cima é caro.
E se você busca luxo e riqueza, mas não quer gastar seu dinheiro num Galaxy ou num iPhone --vai saber? Tem o 8848 Ti Série M3, da Beijing Everest, com visual croco e detalhes dourados. O site oficial cobra 19 mil yuans chineses, o que dá US$ 2.999 (R$ 10.196).
* O jornalista viajou para a MWC a convite da Motorola
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