Modelo do Uber só funciona porque motorista ganha muito mal, diz estudo
Não adiantou o diretor executivo da Uber, Dara Khosrowshahi, questionar os pesquisadores do MIT e pedir revisão do estudo que mostrou que 30% dos motoristas da empresa nos EUA estão perdendo dinheiro e ganhando menos do que um salário mínimo. Os responsáveis até concordaram em revisar os dados apresentados, mas agora um novo estudo reafirma o problema.
Um levantamento de dados foi feito pelo economista Jim Stanford, no Centro de Trabalho Futuro do instituto de pesquisas Australia, apontou que os motoristas de UberX recebem menos do que o salário mínimo local nas seis cidades australianas pesquisadas. E mais: é por isso que o serviço de transporte privativo é barato.
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Stanford aponta que, deduzidos os impostos, o custo de manutenção do carro e as taxas do Uber, os motoristas do UberX recebem em média o equivalente a US$ 11,42 por hora, valor abaixo do salário mínimo local que equivale a US$ 14,29 por hora.
Para comparação, um motorista de táxi convencional fatura o equivalente a US$ 23,54 por hora no país.
O estudo explica que o baixo valor pago tem relação direta com o lucro da empresa:
Esse subsídio extraído dos motoristas, muitas vezes sem eles saberem ou contra sua vontade, é crucial para a estratégia de crescimento da empresa, que se baseia em cobrar menos do que as empresas de táxi já estabelecidas. Na verdade, o que os motoristas pagam à empresa é o que faz o Uber ser mais barato do que as concorrentes
O preço de uma corrida de táxi na Austrália é entre 27% e 60% maior do que o cobrado pelo Uber X e, de acordo com Stanford, essa vantagem poderia desaparecer caso a empresa pagasse seus funcionários de acordo.
O economista também convocou os políticos australianos a investigar a empresa e pressionar pela regulamentação da atividade, de maneira a proteger os trabalhadores.
Os valores pagos pela empresa têm deixado motoristas descontentes em todo mundo. Em fevereiro, um grupo deles realizou um protesto em frente ao escritório do Uber em Nova York. Ao menos por ora, a empresa não deu nenhum sinal de que mudará sua política de remuneração.
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