App da 99 passa a "prever crimes" e tem semana mais segura da história
O aplicativo 99, que oferece corridas de carros privados e táxis, realizou mudanças na sua inteligência artificial nas últimas semanas para deixar a plataforma mais segura. A estratégia de tentar “prever crimes”, que também foi adotada pela Uber recentemente, fez a plataforma ter a “semana mais segura de sua história”
A afirmação é de Leonardo Soares, diretor de inteligência da 99. De acordo com o app, a plataforma está tendo 43% menos “incidentes relacionados à segurança” depois que as mudanças foram implementadas em relação à semana imediatamente anterior. A empresa não divulga quais são os incidentes, mas eles têm a ver com assaltos a motoristas e roubos de celulares, por exemplo.
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Uma mudança primordial, segundo Soares, é a necessidade de cadastrar um CPF ou cartão de crédito antes da primeira viagem realizada pelo aplicativo. Isso foi primeiramente implementado em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador, Santos e Porto Alegre, passando a valer agora para todo o Brasil.
“A gente tem várias camadas de segurança. Temos análise de provedores e Receita Federal. Não é criar uma máscara de CPF ou colocar um que esteja na internet. É praticamente impossível porque nossa base vai validar ele e o sistema não aceita. Eles também vão utilizar sistemas antifraude” para avaliar cartões, aponta Leonardo ao UOL Tecnologia.
Mais inteligência artificial
A 99 afirmou ainda que realizou mudanças para aprimorar a inteligência artificial já existente no app para evitar crimes. Segundo a empresa, a tecnologia segue padrões de crimes já ocorridos dentro da plataforma para evitar que furtos ocorram. O sistema trabalhará com informações e variáveis que vão chegando ao longo do dia.
“Em cima de investigações e monitoramentos que fazemos, conseguimos ver horários com maior incidência de crimes, perfis propensos a cometer algo, locais com probabilidade de ter crime maior. São várias informações que vão melhorando a capacidade de entender um determinado cenário e impedir que algo aconteça”, explica.
Ao motorista, o aplicativo ainda contará com uma funcionalidade chamada de “notificação de passageiro frequente”. O sistema da 99 avaliará o histórico de quem solicita as corridas, além da forma de pagamento, para avisar ao condutor que a pessoa tem um bom precedente no app. A empresa nega, contudo, que dará uma espécie de “prioridade” a passageiros frequentes.
“A gente não vai analisar só quantidade de corrida, são várias análises que fazemos. É um conjunto de informações obviamente baseadas na frequência. Não é que ele terá prioridade. O frequente tem um padrão de corridas e quando tem isso posso falar se ele é um passageiro com probabilidade a crime ou não”, diz.
Algoritmo preconceituoso?
A companhia também diz, assim como a Uber, não quer bloquear áreas ou regiões do aplicativo. Não há a intenção de criar um “preconceito do algoritmo”. Os apps de transporte privado ganharam projeção no Brasil por principalmente atingirem regiões periféricas onde táxis não chegavam.
“O meu principal foco não é bloquear área, e sim indivíduos. A partir do momento que conseguimos identificar se um indivíduo tem uma tendência a fazer um crime, eu bloqueio ele, não a área. O que já fazemos é que em regiões com incidência maior de crimes eu aviso o motorista que é uma área de risco e ele toma a decisão se vai. Tem motorista que mora em regiões críticas, seria injusto ele não poder pegar uma corrida lá”, conta.
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