Chefão do WhatsApp anuncia saída da empresa após nove anos
Cofundador e executivo-chefe do WhatsApp, Jan Koum anunciou sua saída da empresa nesta segunda-feira (30), por meio de sua página oficial do Facebook. "Foi uma incrível jornada com algumas das melhores pessoas, mas é a hora de seguir adiante", publicou o empresário.
No comunicado, Koum disse se afastará da tecnologia por um período, para aproveitar hobbies como colecionar Porsches, trabalhar com seus carros e jogar ultimate frisbee.
Segundo o jornal "Washington Post", as sucessivas tentativas do Facebook de obter dados pessoais dos usuários de WhatsApp, além de enfraquecer a criptografia das mensagens no aplicativo, foram o motivo da saída.
Koum também deixaria o conselho de direção do Facebook, do qual ele faz parte desde que a rede social comprou a plataforma de comunicação em 2014, por US$ 22 bilhões. Ele teria informado executivos de ambas as empresas de sua decisão, porém uma data para a saída ainda não é conhecida. Esta mudança não foi confirmada pelo texto de despedida escrito pelo executivo, mas Mark Zuckerberg enviou uma mensagem lamentando a mudança.
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"Jan: vou sentir falta trabalhar tão perto de você. Sou grato por tudo que você fez para ajudar a conectar o mundo e por tudo que você me ensinou, inclusive sobre criptografia e sua habilidade de tirar poder de sistemas centralizados e colocá-lo de volta nas mãos das pessoas. Esses valores sempre estarão no coração do WhatsApp", postou o fundador do Facebook.
Defensor da privacidade e contrário às propagandas desde a fundação, Koum era a principal figura do WhatsApp desde novembro de 2017, quando Brian Acton, outro cofundador da empresa, deixou-a. Desde então, Acton fez parte do grupo de figuras da indústria da tecnologia que criticou duramente o Facebook após o escândalo desencadeado com os vazamentos de dados promovidos pela Cambridge Analytica, que obteve informações privadas de 87 milhões de usuários.
Já fora do WhatsApp, Acton aderiu à campanha #DeleteFacebook.
O caso da Cambridge Analytica, no entanto, não foi o que motivou a decisão de Jan Koum, que de acordo com o "Washington Post" já estava determinado a deixar a empresa antes mesmo dos ocorridos dos últimos dois meses.
Com certa independência, apesar de ceder alguns dados de usuários ao Facebook (a contragosto dos cofundadores), o WhatsApp é uma incógnita entre as propriedades da rede social, já que deixou de ser um serviço por assinatura e não tem nenhuma fonte clara de receita. Ao mesmo tempo, o aplicativo tem mais de 1,5 bilhão de usuários e foi a aquisição mais cara da história do Facebook.
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