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Venda de animais vivos e parte de seus corpos se espalha por redes sociais

Policial carrega um filhote de orangotango durante ação contra o tráfico de animais selvagens na Indonésia - Reuters
Policial carrega um filhote de orangotango durante ação contra o tráfico de animais selvagens na Indonésia Imagem: Reuters

Hardy Graupner

Da DW

26/05/2018 04h00

Animais ameaçados de extinção e partes de seus corpos são vendidos pela internet em países europeus, aponta relatório. Fundo de proteção à vida selvagem pede resposta de governos e do setor privado

Uma grande quantidade de animais vivos – incluindo muitos ameaçados de extinção – e partes de seus corpos está disponível para venda online na Europa, aponta um relatório do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (Ifaw, na sigla em inglês), divulgado nesta quarta-feira (23).

A organização também detalha os desafios enfrentados por conservacionistas, governos e o setor privado no combate ao cibercrime envolvendo animais selvagens.

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Ao analisar especificamente a situação na França, Alemanha, Rússia e no Reino Unido durante um período de seis semanas em 2017, os pesquisadores do Ifaw encontraram milhares de animais vivos e ameaçados de extinção e produtos animais à venda na internet.

O fundo disse ter identificado mais de 5 mil anúncios espalhados por 106 mercados online e plataformas de mídia social – e listaram mais de 11 mil espécimes ameaçados, no valor de 3,3 milhões de euros.

"Pela primeira vez na Europa, o Ifaw investigou o florescente comércio de animais selvagens nas redes sociais", disse o diretor do Programa para Crimes contra a Vida Selvagem, Rikkert Reijnen.

Embora isso represente uma pequena porcentagem do comércio online geral, alertamos que há motivos para acreditar que é apenas a ponta do iceberg, com os traficantes provavelmente operando em grupos fechados

O relatório intitulado "Disrupt: Wildlife Cybercrime" mostrou que o comércio online de marfim e produtos derivados de marfim é um problema persistente. Além disso, animais vivos correspondiam a 80% dos itens negociados, "demonstrando a popularidade de possuir animais exóticos, como tartarugas, papagaios, corujas, primatas e até grandes felinos como animais de estimação".

As autoridades do Ifaw reiteraram que o comércio ilegal de animais silvestres representa uma enorme ameaça para muitas espécies e deve receber uma resposta abrangente dos setores público e privado. Eles mencionaram que, por meio de liderança do Ifaw, 15 empresas de tecnologia online já adotaram políticas de proteção à vida selvagem numa tentativa de desenvolver uma abordagem mais ampla para reduzir o tráfico online de animais em 80% até 2020.

Um dos maiores mercados online do mundo, o site eBay, está entre os primeiros a adotar políticas rígidas que visam os vendedores ilegais. "No ano passado, evitamos ou removemos mais de 45 mil anúncios que violaram as políticas de comércio de animais selvagens", disse Wolfgang Weber, diretor de regulamentação global do eBay.