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Impressão 3D de córneas poderá salvar 15 milhões de pessoas da cegueira

Steve Swioklo, coautor do projeto com Che Cheon (à direita) - Divulgação/Newcastle University
Steve Swioklo, coautor do projeto com Che Cheon (à direita) Imagem: Divulgação/Newcastle University

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

30/05/2018 17h58

Impressoras 3D podem fazer mais do que bonequinhos e objetos em plástico. Sua contribuição para a medicina já era conhecida pela fabricação mais fácil de próteses. Mas esta descoberta pode ser o início de algo maior: a cura da cegueira.

Cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, imprimiram em 3D as primeiras córneas humanas. A novidade foi anunciada no site da universidade nesta quarta-feira (30).

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A equipe misturou células-tronco de uma córnea doadora saudável com alginato e colágeno para criar uma "biotinta". Ao examinar os olhos de um paciente, o grupo poderia usar os dados para imprimir rapidamente uma córnea que correspondesse ao tamanho e ao formato do rosto dele.

Usando uma bioimpressora 3D --"prima" da impressora 3D que lida com materiais biodegradáveis e orgânicos-- de baixo custo, a biotinta foi modelada em círculos concêntricos para formar uma córnea humana em menos de dez minutos. O passo seguinte foi estimular as células-tronco para crescerem. 

Estima-se que a cegueira corneana ameace até 10 milhões de pessoas em todo o mundo, com outros cinco milhões sofrendo cegueira total devido a cicatrizes na córnea causadas por queimaduras, lacerações, abrasão ou doença.

Com córneas saudáveis disponíveis para transplante são escassas, muitas equipes em todo o mundo estão atrás da biotinta ideal para viabilizar esse processo".

“Nosso gel exclusivo mantém as células-tronco vivas enquanto produz um material que é rígido o suficiente para manter sua forma, mas macio o suficiente para ser espremido pelo bocal de uma impressora 3D", diz Che Connon, professor de Engenharia de Tecidos na Universidade de Newcastle, que liderou o trabalho.