Facebook tem pior queda diária de uma empresa na Bolsa dos EUA
O mercado não perdoou. Nesta quinta-feira (26), o Facebook não teve apenas seu pior dia no mercado financeiro, mas também registrou a maior queda na história de uma empresa na Bolsa de valores em um único dia. A rede social perdeu US$ 119,3 bilhões em valor de mercado, segundo a empresa Economática, após apresentar seus resultados financeiros para o segundo trimestre deste ano.
As perdas desta quinta do Facebook são próximos aos valores de mercado somados de Petrobras (US$ 74,5 bilhões) e Vale (US$ 72,4 bilhões). Juntas, as companhias valem US$ 146,9 bilhões.
O tombo foi mais de três vezes maior do que a queda do Facebook um dia depois de vir à tona o pior escândalo de sua história: o vazamento de dados da Cambridge Analytica.
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Vendidas a US$ 176, as ações caíram 18,9%, um recorde para a rede social. A empresa fechou o dia valendo US$ 510,4 bilhões e ainda permanece no grupo das mais valiosas do mundo. A queda histórica na Bolsa atingiu até o Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook. Ele perdeu US$ 16 bilhões.
A queda dos papéis do Facebook pesou sobre o índice de tecnologia do S&P 500, que caiu 1,6%. Outras empresas de tecnologia também tiveram seu valor de mercado reduzido: Apple (US$ 2,9 bilhões), Amazon (US$ 26,9 bilhões), Microsoft (US$ 9,2 bilhões).
Top cinco empresas no mundo, de acordo com a empresa Economática:
1) Apple - US$ 954,5 bilhões
2) Alphabet (Google) - US$ 888,2 bilhões
3) Amazon - US$ 877,2 bilhões
4) Microsoft - US$ 842,2 bilhões
5) Facebook - US$ 510,2 bilhões
O Facebook faturou US$ 13,2 bilhões (o equivalente a R$ 47,5 bilhões) entre abril e junho deste ano, um resultado 43% superior ao do mesmo período do ano passado. A empresa ampliou sua receita, mas abaixo da expectativa, que era de US$ 13,4 bilhões.
O Facebook fechou o segundo trimestre com um volume de 2,2 bilhões pessoas conectadas a sua plataforma por mês - desse total, 1,5 bilhão se conecta todos os dias. A ampliação de sua base ficou em 11%, mas, ainda assim, abaixo dos 13% registrados no mesmo período de 2017.
Ainda que tenham ficado abaixo da previsão ou desacelerado, os resultados não são tão catastróficos para explicar uma derrapada tão grande na Bolsa. Os analistas não reagiram bem à perspectiva de faturamento do Facebook no futuro.
A rede social não só espera que o crescimento da receita desacelere ainda mais no restante do ano, como também aguarda que a a margem de lucro caia nos próximos meses devido aos custos necessários para ampliar a privacidade de seus usuários. Somado a isso, especialistas não acreditam que as opções estabelecidas pelo Facebook sejam suficientes para garantir um avanço sustentável da receita.
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"Na nossa opinião, os novos motores do Facebook (Instagram, Watch, Stories, Messenger/WhatsApp, realidade virtual), francamente, não são grandes o suficiente no curto ou médio prazo para alterar o crescimento em desaceleração", disparou o banco UBS.
Além disso, a rede social, apesar de aumentar sua base de usuários, vem registrando perdas significativas em mercados relevantes. Só entre abril e junho, 1 milhão de pessoas desativaram suas contas na Europa devido à nova lei de proteção de dados, que entrou em vigor no continente em maio.
Os problemas do Facebook com órgãos reguladores são, aliás, outro ponto de ceticismo dos analistas em relação ao futuro da empresa. Além de ter de se adequar às regras mais duras estabelecidas na União Europeia, o Facebook, diferentemente de outras companhias de tecnologia, tem de lidar com problemas internos que levantam dúvidas sobre seu modelo de negócio.
O escândalo do vazamento de dados da Cambridge Analytica não foi ruim apenas porque uma empresa conseguiu obter 87 milhões de dados pessoas de usuários do Facebook. O incidente ajudou a arranhar uma das principais apostas da rede social para manter seus membros entretidos: a relação com desenvolvedores terceiros de aplicativo.
A consultoria política não precisou acionar um hacker sequer para obter as informações. Apenas burlou o acordo que possuía com o Facebook ao comprar os dados obtidos de pessoas que participaram de um teste criado por um psicólogo.
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