Serviços como Uber aumentam o trânsito, aponta estudo
Um estudo noticiado na quarta-feira (25) pelo jornal "Washington Post", realizado pela Schaller Consulting nos Estados Unidos, apontou que serviços como o Uber pioram o trânsito de grandes cidades - pelo menos, nos EUA.
Feito em nove metrópoles do país, o levantamento conclui que os serviços de corrida compartilhada, seja na modalidade X ou Pool, resultaram no aumento do número de carros nas ruas.
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A pesquisa aponta que a promessa de reduzir a propriedade de veículos e o uso individual deles nos Estados Unidos não foi cumprida com o surgimento de apps como o Uber.
A categoria Pool, por sua vez, passou a competir com meios de transporte públicos, como sistemas de metrô e ônibus, e acarretou em mais tempo no volante no geral.
Os serviços de corrida compartilhada adicionaram 9,1 bilhões de quilômetros rodados nas nove regiões urbanas avaliadas nos seis anos cobertos pela pesquisa. Como os apps do gênero ainda estão crescendo em popularidade, a tendência é que estes números subam, conforme aconteceu em Nova York entre 2016 e 2017, com um crescimento de 72% em corridas.
O Uber contesta os resultados do levantamento, embora concorde com algumas das políticas públicas sugeridas por ele, como a inclusão de faixas exclusivas para transporte público em cidades como Nova York.
Segundo a empresa, só em 2017, as viagens na modalidade Pool evitaram que fossem percorridos mais de 507 milhões de quilômetros em todo o mundo. Além disso, diz que o estudo só leva em conta o contexto de 2017, e que neste ano está adotando nos EUA outras modalidades além dos carros, como bicicletas elétricas.
Detalhes do estudo
As cidades americanas analisadas pelo estudo foram Nova York, Los Angeles, Chicago, Boston, Washington, Miami, Filadélfia, San Francisco e Seattle. O levantamento apurou que, para cada 1,6 km rodado com um carro particular, o UberX roda 4,5 km, e o UberPool, 4,1 km.
Isso leva em consideração o tempo e a distância que os motoristas de aplicativo gastam e percorrem esperando por uma corrida e se dirigindo até o cliente antes do início da mesma.
“Corridas compartilhadas aumentam o trânsito porque a maioria dos usuários deixa de usar modais sem carro. Em adição, tem uma quilometragem extra entre corridas enquanto motoristas esperam para o próximo serviço e então dirigem para pegar o cliente. Ainda, mesmo em uma corrida compartilhada, alguma parte da corrida envolve só um passageiro (entre o primeiro e segundo embarque)”, diz o relatório.
O Uber diz que o levantamento ignora benefícios que viagens compartilhadas trazem para a mobilidade de pessoas de baixa renda em bairros periféricos.
Ele cita como exemplo Nova York, onde mais da metade das corridas com o aplicativo ocorrem em bairros fora da região central de Manhattan, em contraste com menos de 5% para táxis tradicionais. Habitantes de bairros mais afastados do centro também usam o Pool, mais barato, com mais frequência.
A empresa ainda destaca o crescimento em cidades menores e regiões suburbanas, onde havia pouca ou nenhuma alternativa de mobilidade além do carro próprio, e questiona dados ignorados pelo estudo de uma pesquisa governamental de 2017, que serviu parcialmente como fonte para o levantamento.
Além do Uber, a concorrente Lyft, que também foi citada nos estudo mas não está disponível no Brasil, também rebateu o relatório do Schaller Consulting.
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