Por que ricaços querem viver em ecovila tecnológica feita em ilha flutuante
Até 2021, um grupo de investidores cheios da grana pretende implementar no meio do oceano uma rede de ilhas artificiais flutuantes. Nelas, planejam montar ecotopias, ou seja, comunidades ecológicas altamente tecnológicas, libertárias e sem governo.
Pela descrição do projeto, as ilhas funcionam como assentamentos permanentes, mas são móveis e pensadas para não depender de terra. A engenharia lembra uma plataforma de petróleo em alto mar, mas são ambientalmente responsáveis e feitas para sobreviver a tsunais, furações e elevação do nível do mar.. A autonomia é negociada com governos anfitriões e cada ilha pode ter um esquema de governo, por exemplo.
Só no último mês, foi arrecadado US$ 1,4 milhão com a pré-venda de tokens digitais que darão acesso às ilhas e direito a um voto no estatuto da nova sociedade, "uma das poucas fronteiras tecnológicas que prometem criar um novo espaço para a liberdade humana". Mas esse montante nem de longe é suficiente para bancar o projeto.
O cabeça por traz de tudo isso é o teórico político e engenheiro de software Patri Friedman, 41, neto do falecido economista Milton Friedman, ganhador do Prêmio Nobel e conselheiro do então presidente americano Ronald Reagan. O Friedman jovem já trabalhou como programador da Sun Microsystems e largou um emprego no Google para tocar o Blue Frontiers.
Desde 2008, ele estuda a viabilidade de ilhas flutuantes e autônomas. Com ajuda financeira de Thiel, criou o Instituto Seasteading, que faz pesquisas científicas e de engenharia que levarão a construção de uma sociedade autossuficiente em mar aberto.
Só que agora o bilionário parece desiludido. No ano passado, Thiel declarou ao New York Times que o conceito de seasteading "não é muito viável do ponto de vista da engenharia".
Mesmo assim, já existem mais de 1.000 candidatos a colonos desta sociedade da contracultura. Eles vêm de cinco continentes e incluem o fundador do site TechCrunch, Michael Arrington.
Friedman defende que a criação de novos países em alto mar acabaria com entraves e impulsionaria a inovação. Com custos mais baixos, um monte de novas cidades surgiriam, dando às pessoas uma variedade de escolhas governamentais. Se políticas mal orientadas surgissem, os cidadãos poderiam simplesmente dirigir-se a uma nova nação. Sim, é tudo bem utópico.
Em 13 de janeiro de 2017, o grupo assinou com a Polinésia Francesa um Memorando de Entendimento para a criação de uma zona marítima com uma “estrutura governamental única”, então tudo indica que a nova comunidade usufruirá do mar azul da região.
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