Por que a Microsoft não quer que você baixe Chrome e Firefox no Windows
A Microsoft vem tentando convencer os desenvolvedores a não instalar outros navegadores de internet no Windows 10 enquanto eles testam as atualizações que chegam em outubro deste ano. A empresa tem ampliado as ações contra o Chrome para promover o Edge, em uma série de investidas por meio do Windows, o sistema operacional mais famoso do mundo.
Ainda assim, as investidas estão longe da agressividade com que a companhia agia nos anos 90, quando transformou o Internet Explorer no mais usado navegador do mundo, e protagonizou uma das maiores condenações por conduta anticompetitiva da história.
Os participantes do programa de testes do Windows, chamado Windows Insider, que tentam baixar algum navegador se deparam com o seguinte aviso:
"Você já tem o Microsoft Edge - o mais seguro e rápido navegador para o Windows 10".
A partir daí, o usuário deve escolher se abre o Edge, que vem instalado de fábrica no sistema, ou se instala o navegador escolhido por ele assim mesmo.
A Microsoft não vê problema na ação. Afirma que, ainda assim, é o consumidor que decide qual navegador vai usar.
"Testamos essa funcionalidade como parte do programa Windows Insider, que permite o teste de funcionalidades e recursos diferentes, bem como a coleta de feedbacks antes de um lançamento mais amplo. Os consumidores continuam no controle e podem escolher o navegador de sua escolha", informa a empresa por meio de nota.
Não é a primeira "funcionalidade" criada para convencer usuários a aderir ao Edge. Em março deste ano, uma das novidades da versão de teste do Windows 10 foi abrir no Edge os links recebidos por meio de seu email --mesmo se o browser escolhido como padrão pelo usuário fosse outro.
A Microsoft nunca engoliu ter perdido a dianteira para o Google no mundo dos browsers, uma vez que já dominou esse mercado com o Internet Explorer. A criação do Edge, remodelado com maior integração a outras de suas plataformas e inteligência artificial, foi, de alguma forma, uma resposta à ascensão do Chrome.
Em 1998, a disputa ferrenha pela preferência do consumidor entre os navegadores levou a Microsoft ao banco dos réus. A empresa detinha o maior caso anticompetitivo da história da tecnologia até este ano, quando o Google recebeu uma multa recorde da União Europeia por usar o Android e seu domínio entre os celulares para prejudicar rivais.
A Microsoft foi acusada na época de usar seu monopólio sobre o Windows para ampliar a distribuição de seu antigo navegador, o Internet Explorer, e minar o avanço de concorrentes, entre os quais, principalmente, o Netscape.
Em 1998, o IE estava longe de ser unanimidade e o Netscape fazia com que a empresa de Bill Gates comesse poeira no segmento. Após a acusação, a Microsoft chegou a ser condenada, em uma decisão que exigiu que ela fosse dividida em duas: uma área voltada ao Windows, e outra ao IE.
Após apelar, a Microsoft entrou em um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Aceitou liberar um kit de desenvolvimento para programadores de fora da empresa criarem softwares próprios e foi obrigada a ter seus sistemas vistoriados por cinco anos, para garantir que não mudaria seus códigos para prejudicar rivais.
*O jornalista viajou a convite da Microsoft
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