Passou rápido: Por que a Apple matou o iPhone X
Tanto quanto os novos aparelhos, algo chamou a atenção de quem acompanhou a apresentação promovida pela Apple na última quarta-feira (12): a empresa deixou de produzir alguns modelos de smartphones, incluindo o iPhone X.
Sim: em menos de um ano, a Apple matou aquele que foi considerado o iPhone mais inovador (ao menos se considerarmos os últimos lançamentos da Apple), e que rapidamente se tornou sonho de consumo de muita gente.
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Essa decisão marcou um movimento da Apple pouco usual, porém já visto antes. Em geral, a empresa mantém seus aparelhos antigos sendo vendidos, normalmente com descontos iniciais de US$ 100. A última vez que a empresa tinha tomado a decisão de matar um aparelho com apenas um ano foi com o iPhone 5. Ao lançar o iPhone 5S e o iPhone 5C em 2013, a empresa aposentou o seu antecessor.
Muita gente esperava que o iPhone X passasse por reposicionamento para colocar as mãos em um, mas não vai rolar: o iPhone X nasceu e morreu custando US$ 999.
Há, contudo, algumas explicações para essa decisão da Apple. E elas provam que a opção por "tirar a vida" do iPhone X é muito parecida com o que aconteceu com o iPhone 5. A criação de um modelo "menos caro", como aconteceu com o iPhone 5C, inviabilizou o modelo do ano anterior. Quem faz esse papel em 2018 é o iPhone XR.
Caro de se fazer
Supondo que o iPhone X ficasse em linha por US$ 899 (preço tradicional de aparelho de ano anterior), ele teria como concorrente o iPhone XR, que é mais simples, mas nem tão diferente assim. Por US$ 250 a menos, seria possível levar para casa um celular com praticamente o mesmo visual, mesmas funções - exceção feita à câmera dupla na traseira e à tela de Oled -, e até um processador melhor.
Ou seja: se a ideia seria ter o iPhone X como uma pechincha em relação ao iPhone XS, o iPhone XR tornaria essa ideia um tanto inviável, o que poderia fazer com que o celular antigo simplesmente encalhasse nas lojas.
E quando falamos de um aparelho refinado e caro de se produzir, vender pouco e com lucro menor por unidade não é uma estratégia interessante. Para se ter uma ideia, o analista Ming-Chi Kuo estima que a Apple gasta entre US$ 120 e US$ 130 em cada tela do iPhone X por conta tecnologia e do formato da peça.
Isso não ocorre com o visor de LCD do iPhone XR, o que permite um aparelho um aparelho "quase igual", mas bem mais barato.
Um risco para as novidades
Esse cenário poderia gerar um impacto negativo nos lucros da Apple, especialmente se considerarmos que seus aparelhos mais caros tendem a ser uma fonte mais lucrativa. Vender mais iPhone X, com um lucro menor por aparelho, acaba sendo um negócio pior do que concentrar as vendas no iPhone XS e iPhone XS Max. É o que mostra um balanço da empresa divulgado no início deste ano.
Outra prova vem de um levantamento feito pela consultoria Counterpoint Research, relatando que no período de dez meses, o iPhone X vendeu 63 milhões de unidades, 30 milhões a menos se considerarmos o número de iPhone 6 vendidos no mesmo período após seu lançamento.
Ainda assim, a receita com as vendas de ambos foi similar: algo em torno de US$ 62 bilhões, o que mostra que os US$ 350 de diferença de preço foram mais do que suficiente para obter o mesmo resultado em termos de faturamento bruto.
Posição indesejada
Ou seja, o iPhone X ocuparia um local intermediário bem indesejado. Ao mesmo tempo que não teria destaque como "mais barato", ele tiraria o apelo do modelo mais caro.
Com a nova linha, você terá a opção de economizar uma boa grana levando o iPhone XR, um modelo mais simples, mas suficientemente poderoso. Ou, ainda, inteirar o valor para um iPhone XS e ter em mãos um smartphone de ponta.
O iPhone X foi um aparelho que marcou um novo rumo para a empresa, comemorou os dez anos da linha e rapidamente se tornou um sonho de consumo para fãs da marca. Manter sua existência, porém, simplesmente não faria o menor sentido.
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