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Quick Charge: é seguro usar carregador turbo para ter bateria rapidamente?

Tecnologia "quick charge" dá 30% mais bateria em 20 minutos - iStock
Tecnologia "quick charge" dá 30% mais bateria em 20 minutos Imagem: iStock

Rodrigo Lara

Colaboração para o UOL

02/10/2018 04h00

Quantas vezes você já precisou de uma carga rápida de emergência no celular porque a bateria acabou antes do previsto? O problema é que os carregadores comuns costumam realizar essa tarefa lentamente e quase nunca ajudam em uma hora de aperto. É aí que entram em cena os carregadores "turbo", cuja missão é carregar o mais rápido possível a bateria dos smartphones.

A maioria das marcas que vende aparelhos no Brasil tem acessórios do tipo.

Como funcionam

Segundo o professor Valter Fernandes Avelino, do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Universitário FEI, a tecnologia, chamada 'Quick Charge', permite que o processador do celular controle o carregamento da bateria, fazendo com que o carregador gere tensão e corrente mais elevadas do que o normal. 

Um carregador convencional, normalmente, gera uma tensão de 5 V e uma corrente que varia entre 0,5 e 1 A. Já um modelo turbo pode gerar tensões de 20 V e correntes de 2 ou 3 A. 

Dependendo do aparelho, o resultado disso é uma recarga de até 30% da bateria em cerca de 20 minutos. O suficiente, por exemplo, para permitir o uso do smartphone por mais algumas horas.

Por fornecer uma carga maior em menos tempo, um dos efeitos é que o celular esquenta um pouco mais.

"Ao fornecer mais carga rapidamente, gera uma dissipação maior dentro dos mecanismos de carga da bateria e com isso há um ligeira elevação de temperatura", afirma o professor Luiz Carlos Kretly, da Faculdade de Engenharia Elétrica da Unicamp.

Com o celular "mais quente", muitos usuários ficam com a impressão de que o aparelho está "forçando" além do normal, reduzindo, inclusive, a vida útil da bateria. Mas isso é verdade?

O professor Kretly explica que, em geral, baterias têm temperaturas ideais de funcionamento e que permitem prolongar a sua vida útil. "Qualquer temperatura fora da faixa ideal abrevia a vida das baterias, sim", diz. Mas, ressalta ele, no caso dos carregadores turbo, as fabricantes calculam esse risco:

Usar um aparelho do tipo gera pouco impacto, que não é suficiente para alterar a média de vida útil dos componentes

Para deixar os usuários ainda mais tranquilos, Avelino reforça que o celular controla a carga do carregador de maneira a evitar picos de tensão e de temperatura.

"O conjunto de controlador do carregador e microprocessador do celular opera de modo a identificar qual é a carga máxima que a bateria do smartphone pode receber sem que haja qualquer tipo de dano à bateria ou ao celular. Da mesma maneira, esse monitoramento reduz a corrente na medida em que a carga máxima vai sendo atingida", diz.

É por isso que a parte final da bateria - em geral, acima dos 80 ou 90% - demora mais para "encher". 

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Um carregador turbo pode ser usado em um celular que não possui suporte ao carregamento rápido, desde que seja original.

Se um carregador turbo original for conectado a um celular que não possui essa tecnologia, o carregador irá identificar a situação e gerar uma tensão convencional de carga, funcionando como um acessório comum

Valter Fernandes Avelino

Por serem mais caros --algo em torno de R$ 100--, muita gente acaba caindo na tentação de comprar cabos e carregadores não-originais. Mas o professor alerta: 

Carregadores sem o selo de homologação da Anatel, ou modelos genéricos, que simplesmente geram uma tensão maior na saída para o celular, podem causar danos à bateria ou ao próprio celular

Nestes casos, não há como garantir que a temperatura e a tensão estão sendo devidamente controladas. "Isso pode diminuir rapidamente a vida útil das baterias e provocar falhas, o que, em casos extremos, podem resultar em explosão devido a superaquecimento", afirma Avelino.

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