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Cadê, W3Catalog, Lycos... A busca na internet que existia antes do Google

Brasileiro Cadê foi um dos buscadores que surgiram em meados dos anos 2000 - Reprodução
Brasileiro Cadê foi um dos buscadores que surgiram em meados dos anos 2000 Imagem: Reprodução

Rodrigo Trindade

Do UOL, em São Paulo

04/10/2018 04h00

Há anos que o Google é sinônimo de internet. Lançado em 1998, o buscador revolucionou como os internautas navegavam pela rede, digitando o que queriam saber e obtendo milhões de resultados sobre o assunto disponíveis a todos. A empresa fundada por Larry Page e Sergey Brin foi a que prevaleceu nesse ramo, mas não foi a inventora da busca pela web.

Ferramentas de busca começaram a ser lançadas em 1990, ainda muito distantes do que viria a ser o Google. O embrião da página mais acessada diariamente no Brasil e no mundo foi o W3Catalog, em 1993, mesmo ano em que foram criados Aliweb e JumpStation, versões primitivas de buscadores.

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O padrão atual, que permite que qualquer palavra seja procurada em todo diretório da internet, surgiu com o Webcrawler. A plataforma foi fundada em 1994 e se destacou por suas capacidades únicas. A AOL foi a primeira a adquirir o Webcrawler, em 1995, vendendo-o dois anos depois ao Excite, portal de notícias que integrou o buscador em seu serviço e, posteriormente, teve a oportunidade de comprar o Google por um preço em torno de US$ 1 milhão, segundo o “The Register”.

Na época, o Excite estava em decadência e buscando compradores. Em meio a essa crise, Larry Page e Sergey Brin, cofundadores do Google, ofereceram a empresa a George Bell, executivo chefe da Excite. Estudantes em Stanford, Page e Brin consideravam que cuidar do Google vinha tomando muito tempo que deveria ser dedicado à universidade. A venda não rolou e o Google se tornou uma das maiores empresas do planeta. O Excite? Ele ainda existe, mas parece uma página que ficou no passado da internet.

Após o Webcrawler

No mesmo ano em que o Webcrawler foi criado, estudantes da universidade Carnegie Mellon fundaram o Lycos. Misto de buscador e site, ele se tornou um dos destinos mais acessados da internet no final dos anos 1990. Se aproveitando da bolha da internet, ele foi vendido à Telefonica, que revendeu o produto a uma empresa sul-coreana, a qual ele pertence até hoje – inclusive com o buscador operante.

O maior salto em relação ao Webcrawler veio com o AltaVista, que não tinha limite de banda dicas de busca e permitia a elaboração de perguntas. A plataforma teve sucesso imediato, foi adotada como buscador do Yahoo em 1998, mas, ao ser vendida para a Compaq em 1998, passou a tentar competir com o próprio Yahoo! como portal de notícias.

A iniciativa não deu certo, já que o serviço perdeu espaço para o Google no ramo das pesquisas e para o Yahoo nas notícias. Depois de passar a ser propriedade da CMGI, uma empresa de investimentos na Internet, e depois da Overture Services, o AltaVista acabou incorporado pelo Yahoo em 2003. Nostálgico, o velho buscador não existe mais

Acabar como propriedade do Yahoo foi o destino do brasileiro Cadê?, empresa nacional que funcionava como um repositório de páginas, que eram disponibilizadas manualmente pela companhia e se tornavam acessíveis na busca dos internautas. O buscador foi lançado em 1995 e posteriormente comprado pelo Yahoo, que inclusive é para onde o internauta é direcionado se colocar "cade.com.br" no navegador.

Em meio a essas e outras empresas que surgiram neste período, o Google se solidificou como a referência, se expandindo para o gigante tecnológico que é hoje em dia. Nem todas empresas tiveram o destino do AltaVista ou do Cadê. O Webcrawler, por exemplo, ainda existe como buscador, mas mistura os resultados do Google e do Yahoo em sua plataforma.

Outros representantes do passado sobrevivem com certa relevância, caso do Ask.com, que tem um sistema de pesquisas focado em perguntas. Você provavelmente já usou ele como buscador padrão do navegador, depois de instalá-lo por acidente por causa de outro programa.

O antigo MSN Search, hoje chamado de Bing, e o Yahoo também continuam como opções de um mercado atualmente consolidado, que tem como "dissidente" o Baidu, uma espécie de Google chinês.