Musk quer criar robô gigante, mas estamos mais perto de um Homem de Ferro
Elon Musk é um fã de ficção científica que calhou de se tornar um bilionário. O resultado disso é que o executivo-chefe da Tesla e da SpaceX pode tentar tornar realidade seus maiores devaneios. No último dia 14 de outubro, ele compartilhou com seus milhões de seguidores mais um deles: "está na hora de criar um mecha."
Mas, afinal, que desejo é esse? O termo mecha tem origem na ficção e significa um robozão gigante, comandado de dentro por um ser humano. É como se fosse um carro, só que, em vez do volante, as ações são determinadas pelo corpo. Quem assistiu ao filme "Círculo de Fogo", de Guillermo del Toro, sabe o que estamos falando.
Com a evolução da automação e da robótica, bateu a dúvida: é possível criar mechas no mundo real?
A resposta é sim, segundo Fernando Madani, coordenador do curso de engenharia de controle e automação do Instituto Mauá de Tecnologia. Porém, o interesse nesse tipo de projeto é pequeno.
Tem uma série de limitações. Pouco investimento, por ninguém ter pensado em uma grande aplicação, para isso é uma delas. Também há limitadores de ter um dispositivo humanoide de grande porte, um Transformer, e fazer isso como um bípede
Fernando Madani
Ele afirma que é possível fazer algo próximo de um mecha com a tecnologia existente, se descontada a movimentação sobre duas pernas. Ele aponta como exemplo a dificuldade de robôs como o Atlas, da Boston Dynamics, de se manterem equilibrados com uma articulação bípede como a humana. Versões sem as duas pernas, inclusive, já existem de certa maneira.
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É o caso do Eagle Prime, robozão da MegaBots. A empresa americana foi fundada em 2014 com a finalidade de trazer os robôs da ficção científica para a realidade. Em 2017, ela promoveu um duelo contra outro mecha, da japonesa Sudobaiashi. As máquinas tinham uma coisa em comum: em vez de pernas, elas se deslocavam ou por rodas ou por lagartas -- mesmo mecanismo de tanques de guerra.
Para Madani, considerando as inspirações na ficção científica e cultura pop, a tecnologia está mais próxima da criação de algo mais parecido com o Homem de Ferro, ou seja, um exoesqueleto, do que um robô gigante.
"A gente tem pesquisas com exoesqueleto, muito mais parecido com o Homem de Ferro do que um robô gigante. Tem muita coisa pensada com características de exoesqueleto, principalmente partes do corpo", disse o professor.
Os experimentos mais avançados também não são de armaduras corporais completas, mas principalmente membros artificiais que podem ser usados por pessoas que perderam movimentos. O professor também citou como exemplo o uso de acessórios robóticos para diminuir o desgaste físico de idosos que realizem trabalhos braçais.
A ciência realizou avanços significativos na criação de robôs, mas ainda não está madura a ponto de realizar os sonhos de Musk. Nada impede que o excêntrico executivo use um pouco de sua fortuna de US$ 21,2 bilhões para o surgimento de robôs gigantes.
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