Perdeu, Musk: CEO da dona do iFood planeja ir ao espaço em 3 anos
Um brasileiro pode estar em um dos veículos espaciais a levarem os primeiros turistas para fora do planeta. É Fabrício Bloisi, CEO da Movile, dona do iFood. Ele já tem data para a viagem e até tem em vista qual empresa poderia ajudá-lo a realizar o sonho.
Se você chutou que a escolhida é a SpaceX, do multibilionário e polemista de plantão Elon Musk, errou. O executivo brasileiro está de olho mesmo é nos planos espaciais de outro bilionário do mundo da tecnologia.
“A do Musk não, mas a do dono da Amazon, a Blue Origin”, diz Bloisi, durante um tour com jornalistas pela sede da Movile em São Paulo.
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A Blue Origin, de Jeff Bezos, planeja levar viajantes ao espaço, mas faz bem menos barulho do que a empresa de Musk. O executivo, também executivo-chefe da montadora de carros elétricos Tesla, gosta de jogar holofotes sobre a capacidade da SpaceX. Enviou, por exemplo, seu carro para o espaço e já marcou para 2022 a chegada de um dos foguetes da companhia a Marte.
Musk também fez festa para anunciar em setembro que o bilionário japonês, Yusaku Maezawa, fundador da empresa de varejo online Start Today, foi o primeiro a comprar uma passagem para viajar ao espaço. Ele dará uma volta ao redor da Lua a bordo de uma nave da SpaceX em 2023. Pouco mais de uma semana depois já havia surgido o segundo turista, outro japonês, o CEO da Ispace, Takeshi Hakamada.
O foguete que levará Maezawa deve custar US$ 5 bilhões, segundo cálculos de Musk, que agradeceu ao bilionário japonês por providenciar parte dos fundos necessários. Apesar do valor pago não ter sido revelado, só de ver as declarações do dono da SpaceX, você já deve imaginar que o tíquete foi bem caro.
Por outro lado, segundo a agência de notícias Reuters, os ingressos da Blue Origin não chegam a ser uma pechincha, mas devem ser vendidos por entre US$ 200 mil e US$ 300 mil – ou seja, podem chegar a R$ 1,1 milhão. A possibilidade de não ter de desembolsar muitos milhões de dólares foi isso que atraiu Bloisi.
O executivo incluiu a viagem ao espaço em um mural dos sonhos, instalado na sede da empresa para que todos os funcionários compartilhem suas metas profissionais e pessoais. Fixada em outubro de 2015, a foto é acompanhada da seguinte legenda: “viajar ao espaço até dezembro de 2023”. Como muita coisa mudou de lá para cá, a voltinha fora da Terra foi antecipada para 2021.
“Esse é um sonho que eu inventei há 15 anos, quando nem existia essa possibilidade”, conta Bloisi. “Há um instinto básico da humanidade em mim: eu necessito ir para o espaço.”
Curiosamente, a foto está fixada ao lado de uma imagem que representa o sonho de Eduardo Henrique, outro dos fundadores da Movile. O objetivo que ele quer alcançar é algo um pouco mais terreno: fazer o IPO de alguma empresa do grupo até dezembro de 2020.
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Antes que surjam elucubrações sobre o que seria mais fácil, viajar ao espaço ou abrir o capital de algum dos aplicativos mais famosos do Brasil, o próprio Bloisi responde:
Olha, o IPO é bem mais fácil, porque, se a gente quisesse abrir capital hoje, já poderíamos
Segundo ele, a Movile ou sua marca mais forte, o iFood, não lançam ações na Bolsa porque já conseguem captar investimento de fontes privadas. E também preferem evitar abrir tantas informações ao mercado, como as empresas com capital aberto têm de fazer. “Não é legal a gente contar para todo mundo o que estamos fazendo de bom.”
Observando mais atentamente o mural dos sonhos da Movile, nota-se que a viagem ao espaço não é a única inserção feita por Bloisi. Ao fundar a Movile há 18 anos, ele queria aprender a pilotar helicópteros. E inclui no painel essa meta. Hoje, sobre a foto, há um selo com as palavras impressas: “conquistei meu sonho”. Seria uma previsão?
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