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Se comprar carregador não original, preste atenção neste detalhe importante

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

14/11/2018 10h54Atualizada em 03/12/2018 10h00

Um teste realizado pela Proteste, associação de direitos do consumidor, confirma mais uma vez em detalhes o que já sabíamos: apesar de baratos e fáceis de achar, muitos carregadores não originais são ruins e podem demorar a carregar e até danificar o celular.

A associação alerta que o uso de um carregador similar ao original pode fazer com que o consumidor tenha que esperar praticamente o dobro de tempo para contar com a bateria 100% cheia.

Para verificar a compatibilidade dos carregadores com os respectivos celulares, é preciso consultar o manual de instruções e verificar um detalhe muito importante para a qualidade do carregamento: se a corrente de saída (output) é equivalente à corrente exigida para seu smartphone (input)

A Proteste avaliou alguns tipos de carregadores similares aos originais e eles sequer entregavam a corrente prometida. 

Os carregadores testados da marca Geonav obtiveram o pior resultado: a corrente de saída medida (0,75 A) equivale a 22% do indicado na embalagem (3,4 A). Em comparação ao carregador original do celular usado no teste, o preço cai apenas R$ 11,20.

Em seguida, vem o da marca Multilaser, com resultado de entrega em 32%, o equivalente a 0,65 A, em relação ao prometido (2,1 A). 

A Proteste ainda observou que os carregadores com mais de uma porta USB, ou seja, que carregam dois ou mais celulares ao mesmo tempo, disponibilizam as correntes já divididas e direcionadas para cada uma delas.

O correto, porém, seria que elas só se dividissem no caso de o consumidor carregar mais de um smartphone ao mesmo tempo. De qualquer forma, o mínimo esperado era que pelo menos 1 A fosse direcionado para cada saída, o que, de acordo com o teste, não acontece.

A associação ressalta que se o celular exigir 1 A, o fato de você selecionar um carregador que disponibiliza 2 A, o carregamento não será mais rápido, pois o celular vai absorver no máximo 1 A. Caso o modelo exija 2,1 A, não vale a pena comprar um carregador que disponibiliza 1 A, pois o carregamento da bateria irá demorar muito mais do que o normal.

Outro lado

A Multilaser afirma que realiza testes para que seus produtos atendam às necessidades dos usuários.

"Em relação ao teste divulgado hoje pela Proteste sobre carregadores de smartphone, a Multilaser esclarece que todos os seus produtos são testados para assegurar que atendam às necessidades dos clientes com segurança e confiabilidade. Vale ressaltar que para cada dispositivo móvel, faz-se necessário um cabo e um carregador adequados às especificações técnicas de cada fabricante para, dessa forma, atingir o total funcionamento do aparelho", explicou, em comunicado.

A Geonav afirmou que não concorda com os resultados da Proteste, pois "seus carregadores de parede, veiculares e power banks são testados, certificados e homologados pela Anatel, estando em acordo com a legislação brasileira e com os padrões de qualidade exigidos pela agência".

Além disso, a Geonav diz que a comparação de "dois parâmetros independentes e, por isso, não interligados, como a capacidade nominal de corrente do produto (que é de 3,4 A) com a corrente demandada pela bateria do aparelho, induz a um erro de interpretação que não pode servir de base para indicação de que um produto é melhor ou pior que outro".