Biochip: entenda a tecnologia por trás do implante colocado sob a pele
Abrir portas ao se aproximar, sem sequer pegar na maçaneta. Passar por uma catraca sem precisar digitar senha, usar crachá ou colocar a impressão digital. Tudo isso já é possível por causa do biochip.
A tecnologia no chip humano envolve um circuito eletrônico que funciona dentro de uma cápsula de vidro. Em geral, ele tem o formato de uma pílula, do tamanho de um grão de arroz, e é implantado em alguma parte do nosso corpo.
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O mais comum é tê-lo embaixo da pele de uma das mãos, entre os dedos. Normalmente, ele é dividido em duas partes: uma memória, que funciona como um pen drive, onde são armazenados arquivos, como cartões de visita e informações de saúde; e outra criptografada, onde ficam as senhas e os códigos de acesso.
Achou bizarro? Talvez não seja tanto assim.
Biochip na prática
Você provavelmente já tem um microchip na bolsa ou no bolso. Muitos smartphones já contam com a tecnologia.
A tecnologia RFID é usada há um bom tempo, por exemplo no bilhete único usado no transporte público de algumas cidades, no sistema de pagamento eletrônico de pedágios e nos aeroportos para monitorar bagagens de aviões. Até aquela etiqueta usada por lojas para evitar que produtos sejam roubados conta com o recurso.
Já o NFC tem sido mais usado para conectar aparelhos que estão próximos, como TVs, cartões, celulares e outros tipos de eletrônicos.
Os chips humanos mais populares usam as tecnologias NFC (comunicação por campo de proximidade, padrão de comunicação sem fio que permite a troca de dados em curtas distâncias) ou RFID (identificação por radiofrequência). Ambas permitem a troca de dados sem fio e por aproximação.
Você já ouviu falar que dá para pagar algo na maquininha só aproximando o celular? Simplificando, é quase a mesma coisa.
Por isso, é só chegar perto de uma porta que ela vai abrir "sozinha" se ela tiver um leitor NFC/RFID para funcionar. Os sensores do chip humano se comunicam com os sensores instalados em cartões, portas, catracas, chaves de carros.
Os usos dos biochips ainda estão sendo explorados, mas já existem pessoas que tiram proveito da tecnologia.
Antonio Dianin, executivo-chefe de uma empresa que produz o implante no Brasil, utiliza o biochip para abrir e fechar as portas de sua casa, ligar o carro e compartilhar o seu cartão de visita. Neste último caso, ele aproxima uma de suas mãos (onde o objeto foi implantado) perto de um smartphone e os seus contatos pessoais aparecem direto na tela do celular.
Os funcionários da sua empresa também podem entrar no local usando os próprios biochips se quiserem. Sem precisar então de crachá, biometria ou outro tipo de autorização.
Preocupações
Os usos descritos acima parecem até legais. Mas existem questões importantes por trás que precisam ser bem discutidas. Além dos desafios tecnológicos, existe também uma séria preocupação com a segurança e a privacidade de quem usa o biochip.
Empresas poderiam usar o implante para vigiar funcionários, por exemplo. As organizações conseguiriam acompanhar cada passo dos colaboradores. Sabe se lá como as informações coletadas seriam usadas.
Por outro lado, os defensores do biochip acreditam que hoje em dia as nossas informações pessoais já são monitoradas por grandes empresas, como Google, Apple, Facebook.
Outra preocupação é com os vírus ou vazamento de dados. O biochip está suscetível a algum tipo de invasão, como acontece com outras tecnologias.
Mark Gasson, pesquisador da Universidade de Reading (Reino Unido), fez um experimento interessante. Ele usou o seu biochip (com a tecnologia RFID) e o modificou para que ele espalhasse vírus de computador. Ou seja, foi possível usar a tecnologia de uma forma bem ruim.
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