Aflição é pouco! Celulares da Samsung são submetidos a "sala de tortura"
Se você tem aflição de ver um celular caindo no chão, saiba que existe um lugar na Terra onde você não pode pisar: o laboratório de qualidade de smartphones da Samsung, que fica na sede da empresa em Suwon (Coreia do Sul). Em uma rara ocasião, a empresa abriu o local para jornalistas e podemos confirmar: os testes são agonizantes.
Dá para chamar as diversas salas e máquinas do local como uma ala de "tortura" de celulares, que a gente nem imagina que rola. Os aparelhos são testados de diferentes maneiras: quedas, água, poeira ou arranhões -- não tem como ficar impassível e sem querer interromper o "sofrimento" de cada aparelho no local.
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Um dos locais mais impressionantes do laboratório é onde é feito o teste de resistência, em uma sala com máquinas projetadas pela Samsung para que os celulares sofram quedas repetitivas. A intenção é avaliar, após cada queda, danos na estrutura externa e principalmente interna de cada celular que passa por ali.
À esquerda, uma máquina recolhe e derruba os celulares automaticamente em um processo infinito de deixar a gente louco só de observar. À direita, uma outra máquina derruba o celular de alturas de mais de um metro -- o operador humano coloca o aparelho em diferentes posições (em pé, de lado, deitado) e então a máquina faz o resto do trabalho.
Mais à frente, uma outra engrenagem derruba o aparelho de estruturas altas. Perto do chão, uma câmera grava em câmera lenta a queda para que os engenheiros da Samsung possam analisar o que pode ocorrer em diferentes ângulos.
É um teste pior que o outro
A tortura dos aparelhos não para na resistência e em testes de quedas de altura. Em uma sala próxima, a situação fica ainda pior para os aparelhos. São dezenas de máquinas, uma ao lado da outra, que fazem os dispositivos sofrerem em níveis diferentes.
Um teste muito curioso, por exemplo, simula uma calça jeans apertada com um celular no bolso. Automaticamente, a calça jeans no molde de um bumbum humano senta em um apoio repetidas vezes para verificar se o aparelho pode sofrer danos a partir desta pressão, tão comum no uso diário dos smartphones pelos consumidores.
Existem outros testes específicos. Um deles envolve a retirada e colocação da bandeja do chip do aparelho repetidamente. Outro busca checar se há danos e arranhões na colocação do plug de fone de ouvido -- possíveis erros no processo também são testados, já que o celular vai se movimentando lentamente para os lados nesse teste. Outra máquina simula um dedo pressionando constantemente o touch na tela.
Há torturas ainda mais pesadas para os pobres smartphones. Em uma máquina, um bloco de aço é derrubado repetidamente no aparelho para verificar a ocorrência de problemas. Já em outra é exercida uma pressão constante, também por um bloco de aço. Os testes ainda envolvem acessórios, como capinha -- uma das máquinas abre constantemente uma capa flip.
Os dispositivos também são torturados com água, em diferentes cenários. Uma das máquinas, por exemplo, simula braçadas humanas -- o teste é mais voltado para relógios inteligentes. Há ainda simulações de chuva, de jatos de alta pressão e também de submersão em um tanque de um metro e meio de altura. Ao final dos testes em água, os celulares são abertos para checar se há danos e só depois recebem um selo de aprovação.
As salas ainda contam com testes de umidade e temperatura para simular cenários diferentes no globo. A reportagem percebeu que uma das máquinas, por exemplo, estava com temperatura de 85º C. Ainda existem testes de vida útil do aparelho, em que são simuladas atividades do usuário em aplicativos repetidamente e em modo acelerado. Tudo é mecanizado.
Segundo os engenheiros do local, são testados todos os celulares em desenvolvimento e também outros já lançados para verificar possíveis problemas ou reclamações de usuários. A companhia não diz se testa celulares de concorrentes, mas se limita a afirmar que são usados "principalmente" aparelhos da Samsung.
Outras funções do laboratório
O centro de controle de qualidade da Samsung também atua em outras frentes. Há uma área exclusiva para testar as fotos dos celulares, com cenários reais recriados, como mesa de restaurantes ou outdoor para verificar como as câmeras se saem. Uma máquina consegue até simular as quatro estações do ano para ver como a câmera capta cada uma.
Já a sala de controle térmico conta com engenheiros que exigem o máximo do celular para notar problemas no aquecimento dos aparelhos. São usadas funções como GPS e jogos pesados, atividades que normalmente esquentam os celulares. Na tela, o engenheiro consegue identificar como cada celular está se saindo. É bom evitar um novo caso Note 7, né?
Quem sofre mais, contudo, são os testadores humanos de som. Existem duas salas diferentes, uma com silêncio absoluto e outra que simula barulhos do cotidiano. Os engenheiros que atuam nesse local contam com uma área de descansa com música clássica para aliviar o stress do ouvido.
*O repórter viajou a convite da Samsung
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