6 dicas do "melhor" motorista da Uber para se dar bem no aplicativo
Se dar bem no aplicativo da Uber como motorista não é nada fácil. Afinal, a concorrência é gigante com tantas pessoas trabalhando no serviço no Brasil e nem sempre é tranquilo agradar alguns passageiros. Mas o site Fast Company compilou com quem eles consideram um dos melhores motoristas da Uber algumas dicas - se você não trabalha no app, mande para aquela pessoa que está precisando de uns toques para arrebentar na direção.
As dicas foram dadas à publicação norte-americana por Vishwas Aggrawal, um motorista da Uber que tem a absurda nota 4.99 depois de fazer quase 5 mil corridas no aplicativo em Toronto, no Canadá. Ou seja, ele basicamente conquistou o coração de 5 mil pessoas diferentes para ganhar um 5 - e a gente sabe que todo usuário dá aquela checada na nota antes da corrida para ter noção de quem está vindo te pegar, né?
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Mas como foi possível o motorista ter uma nota tão alta? Basicamente porque ele se importa com o serviço prestado ao consumidor. E ele passou algumas dicas preciosas para outros motoristas também arrebentarem - e é óbvio que não é preciso seguir todas, mas algumas são bem úteis. Confira abaixo:
1 - Os primeiros 10 segundos são muito importantes
Depois de Vish confirmar o nome do passageiro e o destino, ele sempre pergunta: "Você tem espaço suficiente aí atrás?", enquanto move seu assento para cima. Com esses 10 segundos iniciais, ele já é capaz de mostrar que está oferecendo um serviço bom, com um método repetido sempre.
Após mover o assento, ele complementa: "vai demorar 11 minutos até o seu destino. Esse tempo é bom para você?". O propósito da pergunta é estabelecer o serviço que está sendo oferecido e se o passageiro está com pressa. Se estiver, vai trabalhar para diminuir em um ou dois minutos da previsão de chegada do aplicativo. Se não estiver, ele sabe que a oferta está transparente para os dois lados.
2 - Você estabelece seu padrão todos os dias
Nascido na Índia, Vish, como gosta de ser chamado, tem MBA e já esteve em posições de vendas e marketing em empresas como a Coca-Cola e a New York Life. Por lá, diz que aprendeu como lidar com as pessoas, com tato e inteligência emocional. Após mudar para Toronto, admite: "estar na Uber não era minha primeira opção".
Mesmo assim, ele não diminuiu seu padrão - até apesar de a companhia não pagar tão bem assim seus motoristas-parceiros. "Por que não comparar dirigir um carro com pilotar um avião?", ele diz. Os dois são fundamentalmente destinados a servir o consumidor. O mantra de Vish é: "ou eu faço a coisa ou não faço. Mas se faço, vou fazer o melhor".
3 - É sempre a 1ª vez do passageiro com você
Apesar das milhares de viagens que já fez, o indiano sabe que sempre será a primeira vez do passageiro com ele. Vish deixa lenços umedecidos embaixo do seu banco e limpa o assento entre cada corrida. "Esse carro é meu escritório. É o único escritório que tenho nesse negócio, então preciso manter ele inteiro e limpo", aponta. Todo dia, ao ir para casa, o indiano ainda limpa os tapetes.
Como um motorista, Vish pensa que o passageiro está pagando por um serviço, não para ir do ponto A ao B. Seu celular está programado para o silencioso durante as viagens e uma resposta automática é programada para cada texto ou ligação que recebe - assim, não perde o foco do passageiro.
4 - Estabeleça o "sim" na sua mente
Com um livro, o motorista aprendeu a fórmula do "sim, senhor" e "não, senhor". O motorista explica que leu que o cérebro humano é como uma fábrica com dois capatazes: um é o "não, senhor" e outro é o "sim, senhor". Se você der a tarefa ao "não", sua mente vai procurar lógica e razões para provar porque você não pode fazer um trabalho.
No dia a dia, Vish deixa os clientes alterarem a rota se preferirem e até liga para passageiros em casa para avisar que o amigo dele, no UberPool, foi deixado em casa em segurança. Sempre que possível, também tenta acomodar pequenos pedidos ao longo do caminho.
5 - Use todos os sentidos
Para evitar cheiros desagradáveis, Vish diz que só come vegetais e salada no seu carro. Seu veículo precisa ser um espaço em branco para que os passageiros sintam até que o automóvel é deles, não como se eles estivessem de repente na cozinha de alguém. Ele até deixa as pessoas comerem em seu carro, mas depois espalha um perfumador pelo veículo e abre as janelas.
Sua teoria é a mesma para o som e é por isso que nunca uma rádio estará sintonizada quando o passageiro entrar no carro. Se o passageiro quiser, ele liga, mas a música será desligada para a próxima pessoa e por isso assim vai.
6 - Entenda o seu passageiro-alvo
A reportagem do Fast Company perguntou a Vish como ele lida com consumidores bêbados em uma sexta ou sábado à noite. A resposta surpreendente foi que ele não atende esses clientes: passageiros bêbados não são o seu cliente-alvo. Quando ele costuma pegar um nessa situação, geralmente encerra o dia e vai para casa. É o sinal de que está servindo pessoas fora do espectro desejado e que seu dia terminou.
"A coisa mais importante na sua vida é gostar do que você faz", justifica o motorista. Ser motorista da Uber não era sua intenção, mas a partir do momento em que ele está nessa posição ele tenta tirar e fazer o melhor.
E taí uma lição que vale não só para motoristas por aí, mas todos nós.
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