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Pílula inteligente quer ser a solução para quem tem medo de injeção

Pílula inteligente pode revolucionar a administração de alguns remédios - MIT
Pílula inteligente pode revolucionar a administração de alguns remédios Imagem: MIT

Rodrigo Lara

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/02/2019 12h55

Quem curte tomar injeção? Provavelmente ninguém, mas existe uma diferença enorme entre "não gostar" e "ter pavor" de agulhas. Se você faz parte desse segundo grupo, temos uma boa notícia

Uma equipe de cientistas de instituições como o MIT (Massachusetts Institute of Technology), a Escola de Medicina da Universidade Harvard e o KTH Royal Institute of Technology, na Suécia, desenvolveram uma pílula inteligente cuja função é substituir êmbolo e agulhas na hora de administrar medicamentos que não podem ser utilizados via oral. O mecanismo foi descrito em um artigo publicado na revista "Science".

Antes, é preciso explicar que alguns medicamentos só podem ser administrados por meio de injeções por que a fórmula pode sofrer alterações consideráveis no ambiente ácido do estômago, fazendo com que a sua ingestão seja ineficiente. Aí a única solução é injetá-lo sob a pele, em um músculo ou em uma veia. 

Então a pílula serve para isso. O que ela faz ao ser ingerida é aderir à parede interna do estômago e, a partir dali, injetar o remédio no local usando uma agulha. Sim, você leu certo: uma agulha.

A questão é que, ao contrário de uma injeção convencional, você não sentirá nada, uma vez que a região é escassa em células nervosas responsáveis pela sensação de dor. 

Para saber a hora correta de injetar o medicamento, a pílula usa uma espécie de vidro feito de açúcar, que se dissolve depois de um tempo em contato com o suco gástrico. Quando isso ocorre, uma mola "dispara" a agulha, que injeta o remédio.

Outra solução interessante é o formato da pílula, inspirado pelo casco da tartaruga-leopardo, que faz com que ela sempre fique na posição ideal dentro do estômago independentemente de como ela venha a "cair" dentro do órgão. 

Os pesquisadores citam como exemplo de benefício desse tipo de pílula o fato de que ela possibilitou, pela primeira vez, a administração de insulina por via oral com sucesso, o que melhoraria muito a qualidade de vida de diabéticos.

Se você se empolgou com a notícia, bem, é melhor conter a emoção: apesar de ter resultados promissores, a pílula inteligente ainda está longe de ser lançada. Por ora, ainda está em estágio conceitual e passou por testes apenas em animais. Ou seja: continuaremos tomando injeções pelos próximos anos.