Vale a pena trocar o notebook por um tablet?
Quem é você na questão tablets x computadores? Fica do lado de quem acha que o tablet é mais prático ou de quem acha o dispositivo meio inútil?
A discussão não é nova. Em 2015, o chefão da Apple, Tim Cook, já dizia que o tablet iria "matar" os computadores para muitas pessoas. Isso claramente não aconteceu em grande escala, mas ele segue tentando --e dando outros contornos ao debate, trazendo tablets cada vez mais turbinados.
Sabemos que nem mesmo a tecnologia mais avançada pode fazer certas pessoas trocarem um computador por um iPad, por exemplo --e a resistência aparece nas vendas: no terceiro trimestre do ano passado, foram apenas 982 mil unidades vendidas no Brasil. Por isso, as marcas apostam numa mudança de cultura e miram fortemente nas crianças e nos jovens, que desde cedo podem estabelecer uma nova relação com os aparelhos.
Faz parte dessa estratégia, por exemplo, o lançamento de um iPad voltado para a sala de aula, que custa US$ 299 para escolas (mais US$ 89 do Apple Pencil, o "lápis" inteligente usado para desenhar na tela). É mais barato que o preço para o consumidor normal (US$ 329, mesmo preço do tablet do Google) e muito mais barato que o iPad Pro (a partir de US$ 749). No Brasil, ele custa a partir de R$ 6.799.
Ao mesmo tempo, a Apple lançou o iPad Pro para mostrar do que seu processador é capaz. O modelo é o mais poderoso já feito pela empresa e tem um processador que é bem melhor do que muito computador vendido no mercado.
Mas o avanço é suficiente para nos fazer abandonar um computador?
Para responder, aqui vão alguns pontos:
Cinco coisas positivas
1. MODERNIDADES: o iPad Pro foi escolhido para o nosso teste por seu processador, que, como dito, é um dos mais potentes no momento. O chip A12X Bionic, também usado nos iPhones mais modernos, processa cinco trilhões de operações por segundo, permite aprendizado de máquina avançado e oferece desempenho gráfico até duas vezes mais rápido, segundo a marca. O novo iPad também se destaca por ter eliminado o botão físico, pela tela com poucas bordas e por contar com a tecnologia de reconhecimento facial (Face_ID), o que significa um ganho em termos de segurança.
2. PROCESSADOR: Mesmo tendo um processador "de celular", dificilmente quem usar o dispositivo vai se arrepender. A Apple diz que ele é 90% mais rápido do que os iPads anteriores e, na prática, é impressionante a capacidade dele de rodar programas pesados. Com tanta potência, você pode cogitar adotar o tablet para abrir o Photoshop, editar vídeos profissionais ou disputar uma partida de Fortnite, por exemplo. Afinal, uma das melhores coisas da Apple é a qualidade se suas telas.
A impressão é de que ele oferece mais do que a maioria de nós realmente precisa (e isso, claro, tem um custo). Durante os testes, ele funcionou muito bem como um notebook pessoal, tanto para entretenimento quanto para trabalho. Deu para escrever, ler, usar a internet, assistir alguns vídeos online, jogar, desenhar e editar alguns vídeos básicos. Ele conseguiu manter vários programas funcionando em segundo plano ao mesmo tempo e não travou nenhuma vez.
3. BATERIA: A bateria do iPad também deu conta do recado. Fazendo tudo isso, ela durou entre nove e dez horas. Existem alguns notebooks no mercado com baterias que duram bastante. Então, neste quesito, temos um empate.
4. PRATICIDADE: Um dos grandes diferenciais do tablet é, obviamente, a praticidade. Ninguém mais aguenta carregar computadores pesados e grandes, cheios de fios e acessórios. Tamanho e peso contam muito. Com o iPad Pro, você vai carregar apenas 468 gramas. A outra grande novidade é que agora ele conta com entrada USB-C, o que te dá liberdade para conectar acessórios de outras marcas, como câmeras e monitores, sem adaptadores.
5. CÂMERAS: Outro lado bom dos tablets são as câmeras de qualidade, coisas que um computador de mesa não tem. O iPad Pro tem duas câmeras com HDR Inteligente, uma de 12 MP e outra com TrueDepth, que permite selfies com modo Retrato, FaceTime, Animoji e Memoji.
PONTOS DE ATENÇÃO
1. ACESSÓRIOS: Para essa troca dar certo, a maioria das pessoas vai precisar de um teclado --de preferência uma capa com teclado acoplado, como a que eu testei. Ela realmente torna tudo mais fluido, eliminando a necessidade de conectar partes móveis. Só que isso custaria mais R$ 1.199, se você optar por uma feita pela própria Apple.
2. FALTA DE MOUSE: Algumas funções do iPad Pro são pensadas para o Apple Pencil, a canetinha inteligente que custa R$ 979. Quem trabalha com ilustrações e/ou edição de imagens vai curtir. Ela é bem precisa e lembra muito o uso de uma caneta/lápis em um papel. Para quem sente falta do mouse, ela quebra um bom galho e, no meu caso, muitas vezes serviu para rolar a tela para cima e para baixo. De qualquer forma, dá para usar muito bem o tablet sem o acessório.
3. FRAGILIDADE: Um ponto fraco do tablet é a fragilidade do corpo. Vale investir numa boa capa e numa película, porque, assim como os celulares, ele corre mais risco de cair com a tela virada para o chão.
4. SISTEMA OPERACIONAL: O sistema operacional pode incomodar. O iPad Pro está muito mais perto de um iPhone do que de um MacBook. Isso é ruim? Depende do que você precisa fazer nele e da intensidade do seu uso. Como já dito, é acima de tudo uma questão de costume... De modo geral, existem alguns programas que são feitos exclusivamente para tablets e outros que acabam não funcionando bem. Por isso, antes de fazer a troca, pesquise na internet mesmo se os programas que você mais usa no notebook funcionam no tablet que você deseja comprar.
5. ENTRADAS: Na nova geração, a Apple finalmente adotou a entrada USB-C, que permite integração com outros dispositivos. O iPad agora consegue ler cartões de memória (com fotos, por exemplo), mas ainda não consegue ler pen drive. Então, obrigatoriamente você terá que salvar os seus arquivos na nuvem.
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