Apple dá guinada e investe em cartão de crédito, revistas, filmes e games
Resumo da notícia
- A Apple anunciou hoje uma série de novos serviços digitais
- Entre eles estão: cartão de crédito e assinatura de vídeos, revistas e games
- Os lançamentos marcam uma mudança estratégica da empresa
A "hora do show" da Apple começou, e com ela alguns rumores foram confirmados: uma nova plataforma vai oferecer centenas de revistas (Apple News+) e jornais (Apple News) num único pacote, que custa US$ 9,99 mensais (o primeiro mês é gratuito). Também vem aí o próprio serviço de assinatura de vídeos da empresa, com direito a conteúdos exclusivos, o Apple TV+.
Outra novidade é o seu cartão de crédito virtual, feito em parceria com o banco Goldman Sachs e a MasterCard e que funciona integrado com o aplicativo Wallet. Além de tudo isso, agora as plataformas de jogos ganham um novo concorrente: o Apple Arcade.
O evento, que aconteceu nesta segunda-feira (25) no Teatro Steve Jobs, em Cupertino (EUA), representa uma renovação considerável nas ofertas de serviços da Apple e marca a sua transição de uma empresa que oferece produtos para uma forte concorrente no ramo de serviços digitais. O leque agora vai muito além de iPhones.
Jornais e revistas
Pelo anúncio, a plataforma de conteúdos já está disponível nos Estados Unidos e Canadá. Outros mercados começarão a receber a novidade ainda neste ano, mas ainda não há informações de preço ou disponibilidade para o Brasil.
Títulos como "National Geographic", "Billboard", "The New Yorker" e "Fortune" foram exibidos durante a apresentação, mas a empresa diz que disponibilizará 300 revistas de temas variados, como entretenimento, moda, notícias, política e saúde.
"Não queremos oferecer apenas uma ou duas [opções]. E se nós pudéssemos oferecer tudo? Hoje nós vamos trazer as revistas para o Apple News", afirmou Tim Cook, executivo-chefe da Apple ao anunciar que revistas fariam parte do catálogo da nova plataforma.
Os veículos "The Wall Street Journal" e "Vox" já haviam confirmado que fariam parte da parceria.
A Apple não detalhou como será a remuneração das mídias disponíveis no serviço, mas já se sabe que ela ficará com 50% da receita, dividindo a outra metade entre as publicações com base no tempo de permanência dos leitores.
Acredita-se que essa regra possa ter afastado publicações como "The New York Times" e "The Washington Post". As empresas afirmaram que não participarão da plataforma da Apple.
Segundo o presidente-executivo do "The New York Times", Mark Thompson, o jornal acredita que os usuários devem consumir os conteúdos produzidos por ele dentro da própria plataforma do veículo e não em outro lugar.
"It's show time"
A expressão "É hora do show", destacada no convite do evento, já dava indícios do que a Apple apresentaria hoje.
A empresa finalmente apresentou o seu serviço de assinatura de vídeos, que contará com séries, filmes e documentários exclusivos, o Apple TV+. O foco principal será produções da própria empresa, mas não se descarta a possibilidade de o serviço liberar conteúdos feitos por parceiros para os seus usuários.
Jamie Ehrlicht e Zack Van Amburg, nomes importantes da indústria do entretenimento e ex-funcionários da Sony Television, foram os responsáveis pelo anúncio.
Um dos primeiros títulos oferecidos, como já era esperado, conta com as atrizes Jennifer Aniston e Reese Witherspoon na produção 'The Morning Show'. O ator Steve Carell também faz parte do elenco. Além dele, uma série do Steven Spielberg também será oferecida pela plataforma. Os quatro participaram do anúncio da plataforma.
A apresentadora Oprah Winfrey participou do evento e foi um dos momentos mais marcantes do anúncio ao ser ovacionada pelos presentes.
Com o Apple TV+, os usuários poderão assistir a vídeos online ou offline. No último caso será preciso fazer o download do conteúdo (bem parecido com a Netflix).
O preço da assinatura ainda não foi informado, mas a plataforma estará disponível em algumas regiões durante o outono nos Estados Unidos (a partir de setembro).
A Apple confirmou que o Apple TV+ funcionará no Brasil, mas ainda não há uma data definida.
Os vídeos do lançamento ficarão disponíveis dentro do aplicativo Apple TV, que recebeu uma repaginada.
Segundo a Apple, o novo aplicativo aprende os interesses do usuário e consegue sugerir opções de conteúdo personalizadas conforme o seu interesse. Os usuários poderão acessar mais facilmente conteúdos da HBO, Amazon, entre outros.
Crédito ou débito?
Sobre o novo cartão de crédito, Jennifer Bailey, vice-presidente do serviço de pagamentos da Apple, explicou que os interessados receberão um cartão virtual no celular assim que efetuar a inscrição. Tudo feito de maneira rápida e prática.
Também haverá um cartão físico de titânio caso o usuário queira, mas o número, data de validade e assinatura não aparecerão. Tudo isso ficará armazenado no aplicativo Wallet.
Ao utilizá-lo, você consegue ter um controle maior sobre suas compras, já que o sistema avisa sobre gastos. A Apple também anunciou um programa de pontos, para que o cliente ganhe o "daily cash", dinheiro virtual que pode ser enviado a amigos ou lojas, sempre que gastar. Também devem oferecer benefícios para quem paga as contas em dia, além de recursos que "gamificam" o gerenciamento das finanças, parecido com o que a empresa já fez com exercícios no Apple Watch.
Por enquanto, o cartão da Apple estará disponível nos Estados Unidos até o meio do ano (no verão norte-americano).
Na era dos games
A empresa também aproveitou o evento de hoje para lançar Apple Arcade, seu serviço de assinatura de jogos -- com mais de 100 games novos e exclusivos. Entre os nomes associados ao projeto estão Hironobu Sakaguchi, de títulos como "Final Fantasy", "Blue Dragon" e "Chrono Trigger", e Will Wright, de "SimCity" e "The Sims".
Títulos como "The Pathless", da indie Annapurna Interactive, e "Hot Lava", da também independente Klei Entertainment, ganharam destaque na apresentação, mas marcas populares como Sonic e LEGO também estão presentes no serviço.
Pelo anúncio, não ficou claro qual será o modelo de negócio escolhido, mas a Apple afirmou que todos os games poderão ser jogados offline. Pela descrição dada, o Apple Arcade deve estar mais para um Xbox Game Pass, com diversos jogos liberados para jogar depois de baixar, do que para um Google Stadia, recém-anunciado projeto de streaming de jogos.
A novidade, que vai funcionar no Brasil, aparecerá em uma área nova dentro da Apple Store e funcionará nos iPhones, iPads, MacOS e Apple TV, sem anúncios.
Ainda há a promessa que "vários" dos games poderão ser jogados com controles, além de permitir a continuação de jogatina em diferentes plataformas. Por exemplo, se você jogou algumas fases no ônibus, mas chegou em casa, poderá dar sequência à jornada na Apple TV.
A ideia é destacar games que, entre os 300 mil disponíveis App Store, estariam "escondidos" entre os pagos - os maiores sucessos da plataforma são jogos gratuitos. Os critérios de seleção serão "originalidade, qualidade, diversão, criatividade e apelo a jogadores de todas as idades", diz a Apple.
A empresa diz que a plataforma foi desenvolvida para proteger a privacidade dos usuários --ela não consegue coletar dados dos jogadores e só usa informações autorizadas por eles.
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