Big Brother + Black Mirror: reality show "2025" cria minicidade assustadora
Resumo da notícia
- No ar desde fevereiro em Israel, "2025" tem "O Show de Truman" como influência
- Cidade-cenário é vigiada por 150 câmeras; seis apresentadores-robô dão ar distópico
- Participantes recebem quantia em dinheiro e cada decisão na cidade tem um custo
- Espectadores votam nos favoritos e "doam" dinheiro; quem fica em último é substituído
O reality show israelense "2025" está levando o formato para um nível totalmente novo. O programa do grupo de mídia Keshet International está no ar desde o meio de fevereiro e de acordo com Revital Basel, diretora geral do grupo, é uma mistura de "Banco Imobiliário" e "Black Mirror" com o filme "O Show de Truman".
No filme de 1998, o personagem Truman Burbank, vivido por Jim Carrey, descobre que a sua vida é um programa de televisão: todos os detalhes de seu dia a dia são filmados e o funcionamento da sua cidade gira em torno do programa.
"2025" é mais ou menos assim. A produtora levou dois anos e investiu 15 milhões de dólares para criar o set: uma cidade cenográfica que inclui hotéis, um albergue, restaurantes, lojas, áreas comuns e até uma prefeitura. A cidade é conectada por um sistema operacional e todos os cantos são vigiados por 150 câmeras.
Também há seis apresentadores robóticos que ajudam os competidores. Apesar de controlados por pessoas reais, os robôs dão mais um toque distópico à la "Westworld" para a atração.
As regras do jogo são mais ou menos simples: os participantes recebem todos uma quantia igual em dinheiro e cada decisão na cidade tem um custo. Para comer, pernoitar em um hotel, falar com suas famílias ou até mesmo recuperar os pertences que levaram, eles precisam mexer no seu placar monetário. Os mais generosos podem também doar dinheiro para os companheiros.
Os participantes usam pulseiras eletrônicas que registram todas as suas compras, movimentos e ações. O "valor em dinheiro" de cada um é exibido em um telão na cidade e atualizado em tempo real com base nas decisões tomadas. A cada semana, os espectadores também votam em seus participantes favoritos e "doam" dinheiro para eles. Quem fica em último lugar é substituído.
O sistema monetário foi adotado para que o placar ficasse mais concreto, mas o que está sendo medido é a forma como os participantes interagem socialmente. "Queremos refletir sobre as formas como nos comportamos, e como nos comportaremos em um futuro próximo", explica Ovi Nir, CEO do Keshet Media Group.
Nir também diz que o programa não é necessariamente uma crítica social, mas uma reflexão sobre transparência, placares sociais, e outras coisas que estão cada vez mais presentes em nossas sociedades.
O confinamento não é tão rígido como se costuma ver em programas do gênero. Os participantes poderão, por exemplo, retornar às suas cidades natais para votar nas eleições nacionais israelenses que acontecem em 9 de abril. As câmeras, no entanto, não deixarão de acompanhá-los enquanto viajam e interagem com suas famílias e amigos.
A primeira edição do programa é considerada um piloto, para testar o conceito. A esperança do grupo Keshet é alugar a cidade cenográfica ou licenciar os planos de construção e o formato para mais países e emissoras.
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