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Como nova asa flexível para aviões pode revolucionar as viagens aéreas

Novo tipo de asa feito pela Nasa consegue se moldar durante o voo - Reprodução
Novo tipo de asa feito pela Nasa consegue se moldar durante o voo Imagem: Reprodução

Gabriel Joppert

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/05/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Novo tipo de asa foi construído por engenheiros da Nasa, do MIT e outros pesquisadores
  • Pesquisa pode tornar possível avião com asas flexíveis que se moldam durante o voo
  • Cientistas envolvidos na pesquisa consideraram os resultados do teste um sucesso

Um avião com asas flexíveis que se moldam automaticamente durante o voo pode estar próximo de existir. O conceito da asa foi construído recentemente por engenheiros da Nasa (agência espacial norte-americana), do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e de outras universidades norte-americanas, conforme informa o MIT News. Os resultados de um teste em um túnel de vento da Nasa foram promissores.

O novo tipo de asa é montado a partir de milhares de pequenas peças idênticas que criam uma estrutura de treliça aberta. Esta estrutura é então revestida com uma camada fina de material polimérico.

Por ser formada principalmente de espaços vazios, a estrutura reticulada permite que se obtenha a resistência de um polímero similar à borracha com uma densidade quase mil vezes menor. O peso reduzido tornaria as aeronaves feitas com este material muito mais eficientes energeticamente.

Como a estrutura é formada de pequenas partes menores, o conceito pode ser aplicado para a construção de qualquer forma geométrica. No caso de asas de aeronaves, a mistura de elementos rígidos e flexíveis permite que toda a asa se deforme e se molde de acordo com as etapas do voo -- decolagem, aterrissagem, navegação e assim por diante.

Atualmente, asas de avião são projetadas com partes móveis que cumprem da melhor forma possível o papel para cada necessidade, mas a rigidez e o peso dos materiais fazem com que a adaptação aerodinâmica ainda esteja longe de ideal.

A flexibilidade do material também permitiria conceitos e projetos de aeronaves mais inovadores e radicais do que o clássico formato de "tubo com asas".

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A asa testada no túnel de ventos de alta velocidade da Nasa tem mais ou menos o tamanho real de uma asa de um avião de um lugar. Por meio do cuidadoso desenvolvimento da estrutura da treliça e do equilíbrio entre as partes rígidas e flexíveis no interior da asa, os pesquisadores conseguiram que a asa, ou partes dela, consigam deformar-se automaticamente para responder às mudanças na carga aerodinâmica e a outras forças externas. Os pesquisadores consideraram os resultados do teste um sucesso.

Este primeiro conceito foi montado à mão a partir de peças de resina de polietileno feitas em impressora 3D. A ideia é que robôs sejam usados para montar peças maiores ou mais complexas.

A tecnologia poderá reduzir o custo e tornar mais eficientes quaisquer tipos de estruturas grandes, rígidas e leves, ainda com o benefício de poderem ser montadas diretamente nos locais de uso. Além de aeronaves, os pesquisadores visualizam o conceito sendo aplicado a antenas, lâminas de turbinas eólicas, espaçonaves e até, algum dia, na construção de pontes.