Não é só a Samsung! Huawei adia vendas do smartphone dobrável Mate X
Não foi só a Samsung que teve de postergar o lançamento de seu smartphone dobrável -- decisão tomada após testes preliminares feitos por jornalistas estrangeiros mostrarem sérios problemas com os aparelhos. Agora, foi a vez da Huawei adiar a chegada do Mate X às lojas.
Ainda que tenha sido impedida pela administração de Donald Trump de fazer negócios com empresas norte-americanas, a chinesa não atribuiu aos embates com a Casa Branca a transferência do início das vendas de seu celular dobrável de junho para setembro deste ano. O motivo, disseram porta-vozes da Huawei à CNBC e ao jornal Wall Street Journal, é que a empresa quer evitar as críticas que sua concorrente sul-coreana recebeu.
Tanto Galaxy Fold, da Samsung, quanto Mate X, da Huawei, foram lançados em fevereiro deste ano e prometiam ser a maior revolução da indústria de smartphone desde o surgimento do iPhone, o primeiro celular inteligente. As duas fabricantes anunciaram que iniciariam as vendas a partir do meio de 2019. Até que os primeiros modelos do Fold começaram a ser testados, e tudo mudou.
Exemplares do aparelho que chegaram às mãos de jornalistas estrangeiros em abril apresentaram uma série de problemas. A repercussão foi tão ruim que a Samsung resolveu esperar mais antes de colocar os dispositivos à venda e até cancelou as pré-vendas já feitas.
A Huawei, por sua vez, não disponibilizou smartphones para teste, mas parece ter notado que, se prosseguisse com os planos de vender o Mate X em junho, poderia passar pelo mesmo constrangimento. "Nós não queremos lançar um produto e destruir nossa reputação", afirmou um porta-voz à CNBC.
O representante da empresa chinesa informou ainda que mais testes serão feitos com operadoras e desenvolvedores antes de o celular chegar ao público. O objetivo é garantir que os aplicativos funcionem corretamente e que os componentes responsáveis pela dobra não se desgastem facilmente.
Este, no entanto, não é o primeiro produto cujo lançamento a Huawei decide atrasar. Nesta semana, a empresa chinesa iria apresentar seu novo notebook da linha Matebook durante a CES Asia 2019, realizada em Xangai. Iria.
Segundo disse à CNBC Richard Yu, CEO da divisão de produtos da Huawei, "infelizmente" a empresa "não poderia conseguir os suprimentos para o PC".
Dessa vez, sim, a justificativa é que o desenvolvimento do computador portátil foi prejudicado pelas ações do governo norte-americano. Em maio, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos colocou a Huawei na "lista de entidades". Isso proibiu formalmente a chinesa de fazer negócios com quaisquer empresas norte-americanas, salvo receba uma licença especial. Isso significa que a companhia não pode comprar componentes nem vender produtos.
A autorização até foi emitida, mas com prazo curto de validade, de apenas 90 dias, apenas para a empresa organizar sua cadeia de suprimento.
Dentre os motivos citados pela Casa Branca para tomar a decisão contra a Huawei estão acusações de roubo de propriedade intelectual e crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e evasão de divisas, para burlar o embargo comercial ao Irã.
O pano de fundo da investida norte-americana é uma guerra comercial contra a China. O conflito acabou espirrando na Huawei devido a anos de suspeitas de que a empresa seria usada pelo governo chinês para espionar adversários estrangeiros, o que foi amplificado com a chegada do 5G, a tecnologia móvel que sucederá o 4G e em que a chinesa é uma das mais fortes competidoras. Os norte-americanos temem que sua infraestrutura de telecomunicação, responsável pela internet e telefonia celular de última geração, seja controlada por uma empresa vinda de seu principal rival.
Para analistas, o golpe desferido pela administração Trump contra a Huawei é duro, por ter o poder de atingir diretamente a operação de smartphones da Huawei, justamente quando a empresa luta para desbancar a Samsung e se tornar a líder em vendas no segmento.
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