Um terço dos brasileiros troca nude, mas... e se vazar? Veja o que fazer
Resumo da notícia
- 34% dos internautas brasileiros já mandaram um nude
- Mas a segurança online não é uma preocupação entre brasileiros
- É possível tomar algumas precauções para não ter imagem íntima vazada
- Se isso ocorrer, dá para tomar algumas medidas para reduzir o constrangimento
Se você é do tipo que não pensa duas vezes quando a conversa online com algum contatinho esquenta e já pede ou manda uma foto íntima, saiba que você não está sozinho: um terço dos brasileiros com acesso a internet já enviou um nude.
E mais: 28% já usaram o smartphone para tirar uma foto ou registrar um vídeo picante. Esses dados foram levantados em uma pesquisa realizada pela empresa de segurança Kaspersky, em parceria com a chilena Corpa. O problema é que, aponta o estudo, mais da metade dos brasileiros simplesmente não protegem seus aparelhos móveis de jeito nenhum. O que fazer para, primeiro, não ter seus nudes circulando por aí e, segundo, caso o vazamento ocorra, reduzir o constrangimento?
Os brasileiros que compartilham suas imagens íntimas não estão sozinhos. É grande a lista de personalidades que troca nudes. Inclui, por exemplo, Jeff Bezos, CEO da Amazon e homem mais rico do mundo. O grande público só teve conhecimento dessa prática porque as imagens vazaram ou foram usadas para obter algo dessas pessoas - Bezos estava sendo chantageado por um jornal, que ameaçava publicar os nudes trocados por ele com a ex-apresentadora de TV Lauren Sanchez.
As pessoas mandam nudes porque dá tesão. Elas não se protegem porque o tesão é mais forte que o racional. Comportamentos sexuais de risco existem dentro e fora da rede, como transar sem camisinha
Andrea Jotta, psicóloga especialista em psicoweb da PUC-SP
De uma forma ou de outra, as fotos só caíram na boca do povo porque alguma brecha de segurança foi explorada.
O fator determinante para evitar ter dados ou fotos vazadas é entender que boas práticas de segurança online precisam ser adotadas, como senhas únicas, backup de arquivos, restrição de acesso - principalmente para fotos, pois tudo isso pode fazer com que, caso haja um acesso indesejado ao dispositivo, será mais difícil ter sua vida ou intimidade exposta
Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky
É preciso entender que não há forma 100% segura de enviar qualquer arquivo pela internet. Mas é possível, aponta a Kaspersky, tomar algumas precauções para aumentar o nível de sigilo:
- bloqueie seu aparelho com senha: além de esta ser a primeira camada de proteção, afasta o acesso indevido de terceiros às suas informações pessoais. É bom ter isso em mente, já que nem sempre o vazamento de alguma intimidade é provocado por alguém com grades conhecimentos cibernéticos;
- converse com familiares sobre golpes na internet: sabe aquele link que chega pelo WhatsApp com alguma promoção ou com a promessa de dinheiro fácil? Nem todo mundo sabe que isso pode ser um golpe e já vai clicando e espalhando por aí.
- ative um programa que permita apagar suas informações de um dispositivo: ninguém quer ter o celular perdido ou roubado, mas não custa se preparar para o pior. Tanto Android quanto iOS possuem mecanismos para apagar seus dados de um celular. No sistema do Apple, você precisa acessar o aplicativo "Buscar". Quando encontrar o iPhone sumido, basta acionar a opção "apagar iPhone". No sistema do Google, vá a este site. Um detalhe: isso só funciona se o aparelho estiver com bateria e conectado à internet.
Se as imagens vazarem, o jeito é recorrer aos meios legais. A responsabilidade aí passa a ser não apenas de quem obteve as imagens mas também de quem as repassou e de quem as recebeu. Caso seja um vídeo, isso pode incluir também uma das pessoas expostas nas cenas.
Por exemplo: se um casal se filma em momentos íntimos e ambos concordaram com, não há crime. Se o conteúdo for divulgado sem a permissão de um ou de todos os envolvidos, isso passa a ser considerado crime, afirmam especialistas.
Se o conteúdo foi obtido por meio de invasão, o ato é criminalizado pela lei "Carolina Dieckmann" (Lei 12.737) com multa e detenção de 3 meses a 1 ano. Se for compartilhado sem a autorização da pessoa retratada nas imagens, o ato é configurado como importunação sexual e a pena pode variar de um a cinco anos de prisão.
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