Câmera que gira: Galaxy A80 alcança inovação e torna real o sonho de telona
O Galaxy A80 chegou com um recurso diferentão (e hipnotizante): uma câmera traseira que gira para tirar selfies. Com esse recurso, o smartphone já pode ser considerado, sem dúvidas, o mais inovador a desembarcar no país neste ano. E, depois de usá-lo por cerca de duas semanas, posso confirmar: ele faz o sonho de telona, que muito usuário quer, virar realidade - ainda que não seja um smartphone perfeito.
Um problema, por sinal, é seu preço: ele chegou ao Brasil com o valor de R$ 3.499. Não é barato, já que ele não tem todos os recursos de um top de linha - faz parte da linha de intermediários A, da Samsung. Mas, claro, toda inovação tem seu custo nos primeiros meses.
Esse novo modelo da marca vem para encantar quem é viciado em tecnologias novas e, claro, já começa a usar o celular como um substituto para a TV. O smartphone, contudo, só poderia ter mais qualidade em alguns pontos.
Sonho de telona vira realidade
De cara, ao bater o olho no Galaxy A80, uma coisa já fica clara: como esse celular é bonito. A frente dele é composta inteiramente de tela e o smartphone praticamente não tem bordas - a mais visível está na parte de baixo da tela, apesar de ainda assim discreta.
São nada menos que 6,7 polegadas de tela com uma qualidade excelente - Full HD+ e com a tecnologia Super Amoled - sem nenhum entalhe na parte de cima para encaixar câmeras frontais. É o que todo mundo queria. E essa tela não faz feio: assisti a seriados em serviços como Netflix e Amazon Prime sem sentir falta da TV - o recurso de pinça para esticar o vídeo, nesse caso, é muito bom, já que não rola nenhum corte no topo.
De uma maneira geral, o aparelho é bem elegante tanto na frente quanto na traseira, com diversos detalhes em metal. Só um contraponto é que a versão que testei, na cor preta, fica facilmente com marcas de dedo pelo corpo do celular. Como você provavelmente usará uma capinha, isso não importará muito.
O problema dessa tela gigante está na usabilidade do celular. Ele tem o mesmo tamanho do Note 9 (mas com um display maior) e, por isso, fica bem difícil usar o aparelho com apenas uma das mãos. Ele também é bem pesadinho para os padrões atuais, provavelmente por causa do motor interno para as câmeras.
A câmera que gira
A grande inovação que permite essa telona no Galaxy A80 está dentro do celular. A Samsung, de alguma forma, conseguiu embutir um motor interno no smartphone que faz a câmera traseira deslizar para cima e girar 180º para tirar selfies. Essa ação, que faz um pequeno barulho, é ativada quando você opta pela câmera frontal dentro do app da câmera ou quando entra em algum aplicativo que automaticamente usa a câmera frontal - como o Stories do Instagram.
Esse recurso é, de fato, inovador - algumas marcas chinesas chegaram a fazer isso, mas não venderam aparelhos no Brasil. E viciante: é inerente você ficar só girando a câmera por um tempo quando pega o celular pela primeira vez. Isso lembra o que alguns celulares pré-iPhone faziam - a diferença é que é muito mais difícil colocar uma tecnologia do tipo em smartphones, que já são cheios de tecnologias embutidas em sua parte interna, em espaço mínimo.
O mais legal dessa nova tecnologias é que a câmera traseira e a câmera frontal viram as mesmas - normalmente, as câmeras frontais de smartphones são piores do que as principais, mas não é o caso do Galaxy A80, que usa o mesmo conjunto para tudo. E um conjunto de respeito: o sistema tem uma câmera principal de 48 MP, uma grande angular que capta uma área maior de 8 MP e um sensor 3D Time of Flight que é usado para a câmera ler a distância entre objetos a fim de fazer desfoque.
Essa câmera seria perfeita se não apresentasse algumas inconsistências que deixam o Galaxy A80 ainda atrás de celulares tops de linha como o S10, iPhone XS Max e o Huawei P30 Pro. De uma maneira geral, as fotos saem muito boas, com cores vívidas, bom contraste e qualidade - as opções de grande angular e do retrato agradam, apesar deste último nem sempre ficar bom.
O conjunto de câmeras giratórias às vezes peca, contudo, por irregularidades. Um problema claro é com a luminosidade - de vez em quando, dependendo do ambiente em que você está, as câmeras estouram muito a iluminação e você precisa ajustar no dedo a abertura. A estabilização também não funcionou perfeitamente em todas as fotos que tirei.
Ao menos o sistema conta com outros recursos de top de linha: a inteligência artificial que reconhece objetos para otimizar fotos, presente no S10 e no Note 9, está aqui no A80 com mais de 30 cenas preparadas para reconhecimento. Os efeitos diferentões para fotos com o fundo desfocados, antes exclusividade do S10, também estão no aparelho. O celular ainda conta com outra novidade "roubada" do S10: o modo câmera de ação que recorta um vídeo para dar estabilidade.
Desempenho não é top, mas vai bem
Apesar do preço alto, o A80 não vem com o melhor processador do mercado - estes, sim, são exclusividade dos tops de linha. Mas ao menos o sistema, com impressionantes 8 GB de RAM, não decepciona. Em duas semanas de uso, não tive problemas com travadas no aparelho e apenas tive que ter paciência com alguns jogos mais pesados, como é o caso do 'Harry Potter: Wizard's Unite'. Nada que não dê pra aguentar.
Um problema ao jogar esse game foi que a localização do celular não acompanhou integralmente os movimentos que eu fazia na vida real - de vez em quando, o GPS ficava parado até retomar bem na frente. Não é possível cravar que isso fosse um problema de geolocalização do celular ou do app - quando usei um iPhone X, com o mesmo jogo, isso não rolou.
Já a bateria foi bem para os padrões atuais de celulares. Usando o celular moderadamente - com o WhatsApp Web aberto durante o trabalho, mas utilizando alguns games pesados, redes sociais, câmeras e afins entre um momento e outro, cheguei ao fim do dia com cerca de 30% a 40% de sobra para o dia seguinte. Os 128 GB de espaço interno também são mais do que suficientes.
O celular ainda vem com um desbloqueio por digital embaixo da tela, na parte inferior do display do smartphone. Só um detalhe: o desbloqueio não é ultrassônico igual ao do S10, mas óptico como o de alguns fabricantes chineses, como a Huawei. Por sinal, senti esse desbloqueio falhar mais do que deveria nos meus testes.
Outra novidade é o que o A80 não tem alto-falantes no topo do aparelho, como estamos acostumados. O som do celular sai da própria tela e isso causa estranhamento principalmente ao fazer ligações, que podem ficar com o áudio mais baixo. O novo brinquedinho da Samsung também não tem certificado de resistência à água igual a maioria dos aparelhos da atualidade, então é bom tomar cuidado.
Vale o preço?
Como toda grande inovação, o Galaxy A80 não está barato. Por sinal, com os R$ 3.500 pedidos pela Samsung, já dá para comprar modelos tops de linha da própria empresa, como o Galaxy S10, lançado há menos de seis meses.
O A80 não é um smartphone perfeito e apresenta alguns defeitos que podem te incomodar, mas no geral é um ótimo celular. Minha sugestão, portanto, é que você espere alguns meses - quando a Samsung começar a derrubar os preços desse aparelho para a casa dos R$ 2.000, manda bala. A câmera giratória e a telona fazem o celular, com certeza, se diferenciar da concorrência.
Direto ao ponto: Galaxy A80
Tela: 6,7 polegadas Super Amoled Full HD+
Processador: Octacore 2,2 GHz
Memória: 8 GB (RAM) e 128 GB (armazenamento)
Câmeras: traseira/frontal (48 MP + 8 MP + sensor 3D ToF)
Bateria: 3.700 mAh
Preço: R$ 3.499
Pontos positivos: câmera inovadora, tela e bateria
Pontos negativos: usabilidade. sensor de digital e falta de resistência à água
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