Testamos o Android 10, e o modo escuro é realmente seu melhor recurso
Sem tempo, irmão
- Apenas celulares da linha Google Pixel receberam a atualização nesta semana
- Tema escuro é ativado ao toque de um botão, e inverte a ordem das cores do aparelho
- Modo sem distrações permite silenciar apps que causem dispersão do usuário
- Controle por gestos foi aprimorado; permissões do app ficaram mais específicas
Se você aguarda ansiosamente pelo Android 10 porque acredita que a nova versão do sistema operacional do Google mudará completamente a forma como você usa o celular, bem, é bom diminuir a expectativa.
Essa é a conclusão que tirei após utilizar a novidade em um smartphone Pixel 2, que faz parte da linha de aparelhos do Google —vendidos nos EUA e mais 12 países, mas não no Brasil— que começou a receber o novo sistema operacional a partir desta terça-feira (3).
O usuário mais desatento provavelmente vai se concentrar em uma única novidade: o tema escuro. Ativado ao toque de um botão, ele basicamente inverte a ordem das cores do aparelho: o que aparecia em tons de cinza claro ou branco, ganhou tonalidade escura.
O resultado, na minha opinião, é bem interessante. Ajuda a descansar um pouco seus olhos e a economizar energia, no caso de celulares com telas com iluminação Amoled, que apaga pixels para ficarem pretos e com isso gastam menos em telas escuras.
Mudando as entranhas
Mas o modo escuro é apenas a novidade mais aparente do novo Android. Se, por um lado, isso significa que a maioria dos usuários não precisará fazer um curso intensivo para aprender a mexer no novo sistema operacional, por outro há um risco razoável de algumas novidades importantes passarem despercebidas.
Um exemplo disso são os "quase 50 novos recursos e alterações focadas na privacidade e segurança" que, segundo o Google, o novo Android traz.
O usuário comum provavelmente não mexerá a fundo para descobrir onde cada opção nova fica, mas se eu puder dar um conselho, vale a pena explorar o "Modo sem distrações". Ele é configurado na seção "Bem-estar digital e controle dos pais" e permite selecionar um grupo de apps que você considera como "causadores de distração".
Uma vez que ele é ativado —é possível colocar o ícone da função na bandeja de acesso rápido do celular, junto com o botão de ativar ou desativar Wi-Fi, por exemplo—, todas as notificações desses apps serão silenciadas.
Um uso prático: você está correndo para entregar uma demanda de trabalho, mas não quer que o seu celular fique apitando a cada nova notificação do Facebook ou do Instagram. Colocar o celular no silencioso, porém, poderia fazer você perder uma ligação importante que você está esperando.
A única opção de resolver isso seria entrar individualmente nos apps e silenciá-los. Passado o sufoco, você teria que fazer esse caminho novamente para ativar as notificações.
Com o "Modo sem distrações", o que rola é um "sem tempo, irmão": quando ativado, apenas os apps selecionados serão silenciados, o que é indicado com ícones em preto e branco. Além disso, eles não poderão ser acessados enquanto o modo estiver ativo —uma forma até certo ponto exagerada de fazer você controlar a tentação de olhar as redes sociais quando deveria estar concentrado.
Uma vez desativado, tudo volta ao normal.
Caso você queria fazer um "modo sem distrações" mais pontual, é possível pausar apenas um aplicativo por vez. Para isso, basta apertar e segurar sobre o ícone e depois escolher o item da ampulheta. O resultado é o mesmo do descrito acima.
Três modos de controle
Como o Android geralmente passa por algum nível de personalização dependendo da fabricante que o utiliza, alguns recursos acabam ficando restritos a aparelhos que rodam o sistema operacional "puro" (ou quase isso).
Um exemplo é o modo de controle por gestos, que já existia no Android 9 e foi aprimorado na nova versão do sistema. De maneira geral, é possível remover totalmente o botão voltar e o "home", deixando apenas uma barra na base da tela. A partir daí, o controle de gestos fica similar ao do iPhone X, XS e XR.
Além desse modo totalmente gestual, é possível deixar os botões voltar e home fixos ou, ainda, manter o modo de três botões tradicionais do Android.
O que não deve mudar de acordo com a plataforma é o maior controle que o sistema operacional dá para quem deseja ajustar permissões de aplicativos.
Vejamos, por exemplo, as permissões para um app utilizar a localização do seu aparelho. Agora, em vez de escolher entre "ligado" e "desligado", há uma opção intermediária que permite aos aplicativos terem acesso a esses dados apenas quando estão em uso, não em segundo plano.
Em tempos de preocupação cada vez maior com a privacidade, é uma novidade bem-vinda.
Evolução, não revolução
Depois de passar algumas horas na companhia da novidade, creio que a mudança mais chamativa dessa versão do sistema operacional é não trazer um doce como sobrenome.
Não que o Android 10 seja ruim: enquanto usuários antigos do sistema se sentirão em casa, quem migrar da concorrência (leia-se iPhone) tende se adaptar mais facilmente.
Há novidades interessantes em termos de segurança e privacidade, bem como novos controles de notificações que tentam criar uma relação mais sadia entre usuário e aparelho.
Não são novidades que saltam aos olhos, mas passam longe de ser funções a serem ignoradas, mas que tendem a decepcionar quem esperava mais revolução do que evolução.
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