Topo

Novos iPhones: versão barata agrada, mas inovação não surpreende tanto

Bruna Souza Cruz

De Tilt, em Cupertino (EUA)*

11/09/2019 07h00Atualizada em 11/09/2019 12h43

Resumo da notícia

  • Os novos iPhones foram lançados e o grande destaque foi para a câmera tripla da linha "Pro"
  • Apesar de trazer recursos avançados, a Apple chegou tarde na tendência de câmeras múltiplas
  • Por isso, a versão mais barata do iPhone acabou roubando a cena e se destacando

Três novos iPhones (11, 11 Pro e 11 Pro Max) ganharam vida nesta terça-feira (10) em um evento que teve de tudo. Novo iPad, atualização do Apple Watch e datas de lançamento reveladas de serviços como o Arcade (games) e o Apple TV+ (séries e filmes online). Mas o que muitos queriam mesmo ver é como seriam os novos smartphones.

iPhone com tela dobrável, um monte de recursos exclusivos e um design super inovador. Bom, não teve nada disso. A Apple escolheu a câmera tripla, presente no iPhone 11 Pro e no 11 Pro Max, para enaltecer o quanto está disposta a melhorar a relação dos usuários com suas fotos.

Cada câmera tem uma função. A primeira lente é a principal, a outra funciona como grande angular e a última como teleobjetiva. Todas possuem 12 MP de resolução e são interessantes para tirar fotos de paisagens ou de muitas pessoas reunidas.

Embora os novos aparelhos tenham ganhado funções avançadas e continuem poderosos, a Apple nada mais fez do que correr atrás do prejuízo ao trazer uma novidade que nem é tão novidade assim. Celulares com várias câmeras juntas já se tornaram tendência em 2019. Dos top de linha (Huawei P20 Pro, de 2018, e o Galaxy S10, deste ano) aos modelos intermediários (como Galaxy A70 e Moto One Action, ambos de 2019).

Não estou tirando o mérito de que ela desenvolveu toda uma tecnologia para que as lentes consigam funcionar bem. Mas, convenhamos, ela chegou atrasada nesta corrida.

Em relação ao conjunto da obra, ainda é cedo para apontar quem é melhor entre a Apple e a concorrência. Mas é algo que certamente ficaremos de olho.

Samsung, Huawei e Google apresentaram ótimos conjuntos de câmeras em seus modelos mais recentes. As melhorias no modo noturno das câmeras são bons exemplos. As empresas acima têm dado uma atenção especial a ele. Com os novos iPhones, pelo menos, a Apple aposta que as fotos no escuro ficarão ótimas com ajuda de seu sistema otimizado para tal desafio.

Simplificando, a câmera tira várias imagens em sequência. Durante o processamento da cena, as mais nítidas ficam sobrepostas e o software do aparelho ajusta tudo para ficar o mais natural possível. Quando testarmos os celulares, contaremos aqui se a tecnologia é tudo isso mesmo.

Confira os valores de lançamento:

  • iPhone 11: a partir de US$ 699 (64 GB)
  • iPhone 11 Pro: a partir de US$ 999 (64 GB)
  • iPhone 11 Pro Max: a partir de US$ 1.099 (64 GB)

Trunfo das câmeras

Apesar de só agora aderir à moda da câmera tripla, a Apple traz lentes que possuem boa qualidade. E essa percepção vale para os três novos modelos da família.

Ao ver por alguns minutos como as câmeras funcionam, tive a impressão de que elas são ótimas e dão muito mais liberdade para os amantes de fotos. Isso ninguém pode negar.

Outro trunfo é o sistema de processamento das imagens, que surpreendeu bastante no primeiro contato com os aparelhos. É rápido, funcional e preciso.

Alguns recursos legais que vi funcionando:

  • Modo retrato agora é compatível com fotos de objetos e animais. Antes só era possível usar o efeito com pessoas;
  • Não é mais preciso mudar de aba para escolher tirar foto ou gravar. Na mesma tela da captura de fotos, basta apertar o botãozinho central e o celular começa automaticamente a gravar a cena. Tudo funciona com o recurso QuickTake;
  • Slofies é o que a Apple apelidou de selfie em câmera lenta. A função foi lançada com os novos modelos;
  • A câmera frontal agora produz vídeos em 4K.

A qualidade das câmeras dos novos iPhones mostra que nem sempre lentes com resoluções gigantes são sinônimos de ótimas fotos. Uma boa imagem é resultado de um bom equilíbrio entre hardware, desempenho e sistema de processamento de imagem.

Comparando com rivais

Nos números, o conjunto de câmeras triplas com 12 MP traz a mesma resolução vista na família Galaxy S10 —com exceção da grande angular da versão S10+, que é de 16 MP— mas perde em parte pra câmera da Huawei P30 Pro, com 40 MP (principal), 20 MP (grande angular) e 8 MP (telefoto).

Os tamanhos de tela foram mantidos na linha iPhone em relação ao ano passado: 5,8 (11 Pro), 6,1 (11) e 6,5 polegadas (11 Pro Max). Esse último não tem a maior tela dentre os celulares atuais: o Huawei Mate 20 X ostenta 7,2 polegadas, e o Galaxy Note 10+ traz 6,8 polegadas.

O processador do trio é o A13 Bionic, e a Apple não divulga a velocidade (em GHz) do seu chip, mas a empresa manda bem nesse quesito porque combina bem todo o hardware com software dos iPhones, rendendo um bom desempenho. Seus chips concorrentes são HiSilicon Kirin 980 (do Huawei P30 Pro, de 2,6 GHz), Exynos 9825 (go Galaxy Note 10, de 2,7 GHz) e Snapdragon 855 (no Xiaomi Mi 9, de 2,84 Ghz).

Em armazenamento, os 512 dos 11 Pro e 11 Pro Max só perdem para o 1 TB do recém lançado Asus ROG Phone 2, voltado para gamers.

iPhone 11 rouba a cena neste ano

Lembra quando o iPhone XR, que ficou conhecido como o "baratinho" da Apple, foi lançado no ano passado por US$ 749?

A empresa deve ter gostado da estratégia e reduziu o preço de lançamento do iPhone 11 em uns bons dólares. A atualização do modelo de 2018 vai começar a ser vendida por US$ 699, US$ 50 a menos.

Por esse valor, o custo-benefício se torna bem interessante. Entre os lançamentos, o iPhone 11 é o modelo mais simples. Conta, no entanto, com o mesmo processador, o A13 Bionic, das outras duas novidades. Sua bateria também melhorou, e a Apple diz que ela consegue durar 1h a mais do que a do XR.

A câmera tripla sem dúvida foi ponto alto para a empresa, mas o conjunto de duas lentes do aparelho também consegue capturar fotos com maior campo de visão. A qualidade das imagens também se mostrou muito boa.

Nem testei o aparelho ainda, mas sinto cheiro de que ele tem potencial para o mercado brasileiro. O iPhone XR chegou custando R$ 5.199 no país. A expectativa de preço para o iPhone 11 é interessante se considerarmos isso.

Devia ter copiado e não copiou

Com a perspectiva do lançamento de ontem, algumas funcionalidades úteis eram esperadas. Pelo menos uma delas teria sido um grande marco para a empresa, por mais que outras fabricantes já o façam.

É o carregamento por indução. Com ele, basta aproximar um celular de outro e a bateria de um deles começa a ser recarregada, como funciona no Galaxy S10. Essa com certeza teria sido uma das novidades mais legais e ficou de fora. A esperança é que os modelos de 2020 recebam esse upgrade. Será que até lá alguma tecnologia ainda mais avançada já não vai ter surgido?

Apple Pencil

Adotar ou não o uso do lápis inteligente da Apple é algo polêmico (talvez nem o Steve Jobs aprovaria a ideia), mas ele também estava na lista de apostas para os lançamentos da empresa. Só que nem sinal de que ela realmente deseja adotá-lo.

Se você curte o dispositivo, a solução será encontrar outra fabricante de celular que trabalhe com a tecnologia — o novo top de linha da Samsung, o Galaxy Note 10, pode ser interessante.

Pontos positivos

Bateria: os modelos do ano passado já tinham se destacado pelas baterias interessantes. Mas os números deste ano animaram bastante. A família "Pro" promete autonomia de 4h a 5h a mais do que a geração anterior. É de ser animar com a promessa de que o iPhone 11 Pro Max, por exemplo, pode ficar tranquilamente mais de um dia e meio sem precisar ser recarregado. E tudo isso mesmo com a potência dos aparelhos.

Processamento campeão: a cada ano a Apple encontra cada vez mais um equilíbrio entre hardware e software em termos de desempenho. Se os iPhones do ano passado já voavam durante várias atividades, os deste ano prometem ir além. Jogos mais pesados e gráficos com altas resoluções não devem se tornar um problema para eles.

Resistência: pela primeira vez, todos os lançamentos chegam juntos com a certificação IP68. Os da linha "Pro" possuem resistência à água por até 4 metros em até 30 minutos. O iPhone 11 também é resistente, mas a 2 metros de submersão por até 30 minutos.

E, aí? O que achou dos novos iPhones?

Ficha técnica: iPhone 11

Tela: 6,1 polegadas LCD
Sistema Operacional: iOS 13
Processador: A13 Bionic
Memória: 64 GB, 128 GB e 256 GB
Câmeras: Dupla de 12 MP (ultra-wide e grande-angular) e câmera de selfie de 12 MP
Dimensões e peso: 150,9 x 75,7 x 8,3 mm, e 194 g
Cores: preto, verde, amarelo, roxo, vermelho, branco
Preço de lançamento: 64 GB por US$ 699 (R$ 2.970 na conversão sem taxas); 128 GB por US$ 749 (R$ 3.190); 256 GB por US$ 849 (R$ 3.610)

Ficha técnica: iPhone 11 Pro e 11 Pro Max

Tela: 5,8 polegadas (Pro) e 6,5 polegadas (Pro Max)
Sistema Operacional: iOS 13
Processador: A13 Bionic
Memória: 64 GB, 256 GB e 512 GB
Câmeras: Tripla (ultra-angular, grande-angular e teleobjetiva) de 12 MP e câmera de selfie de 12 MP
Dimensões e peso: 144 x 71,4 x 8,1 mm, e 188 g (Pro); e 158 x 77,8 x 8,1 mm, e 226 g (Pro Max)
Cores: Dourado, cinza-espacial, prateado, verde meia-noite
Preço de lançamento: Pro: 64 GB por US$ 999 (R$ 4.250 na conversão sem taxas); 256 GB por US$ 1.149 (R$ 4.890); 512 GB por US$ 1.349 (R$ 5.740). Pro Max: 64 GB por US$ 1.099 (R$ 4.670); 256 GB por US$ 1.249 (R$ 5.310); 512 GB por US$ 1.449 (R$ 6.158)

* A repórter viajou a convite da Apple

    Confira o evento da Apple na íntegra

    UOL Tilt

    SIGA TILT NAS REDES SOCIAIS