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Graças a streaming, consumo de podcast cresce a galope no Brasil neste ano

Levantamento da Deezer reforça tendência de outras pesquisas recentes - Getty Images/iStockphoto
Levantamento da Deezer reforça tendência de outras pesquisas recentes Imagem: Getty Images/iStockphoto

Rodrigo Trindade

De Tilt, em São Paulo

21/10/2019 04h00

Sem tempo, irmão

  • Pesquisa da Deezer de julho registrou aumento do consumo no Brasil
  • 25% dos ouvintes consomem mais de uma hora de podcast por dia
  • Com popularização, novas ferramentas estão chegando para criadores brasileiros

O Dia do Podcast no Brasil é nesta segunda-feira, 21 de outubro. Para quem ainda duvida da sua popularidade, uma pesquisa da plataforma de streaming Deezer reforça sua força no país. O levantamento registrou um crescimento de 67% no consumo nacional só em 2019.

A pesquisa foi divulgada com exclusividade para Tilt. Os dados foram apurados em julho com usuários de plataformas de streaming de podcasts, que vão do Spotify ao Apple e Google Podcasts, além de aplicativos especializados na organização e distribuição desses conteúdos.

A Deezer ainda comparou o comportamento dos brasileiros com os de franceses e alemães. No caso dos europeus, o crescimento foi menos expressivo, de apenas 50%. Quando considerada somente a audiência de podcasts na Deezer, a empresa notou um aumento de 177% no consumo ao longo dos últimos 12 meses.

Investimentos resultam em ouvintes

Quem ouve podcast também o faz por um tempo cada vez maior, segundo a pesquisa. O período de escuta na plataforma, que já havia aumentado em 130% em 2018, subiu mais 40% de janeiro até setembro deste ano. Além disso, 25% dos ouvintes brasileiros consome mais de uma hora de podcasts por dia.

Assim como o Spotify, que conta com seus programas exclusivos, a Deezer também apostou em produções originais. As duas plataformas de áudio, assim como o Google, têm investido para tornar esse meio de comunicação mais conhecido do público.

"Existe uma gama imensa de criatividade e conteúdo feitos por produtores que vêm se profissionalizando, além de grandes veículos de comunicação estreando podcasts de peso em 2019", explicou Gabriel Lupi, chefe de conteúdo da Deezer Brasil.

O UOL é um dos grandes veículos que investem em podcasts. Ao longo de 2019, o portal lançou programas sobre negócios, crime, política e futebol, entre outros temas diversos, provando a flexibilidade do formato.

Esses esforços têm surtido efeito, segundo as pesquisas cada vez mais numerosas sobre o tema. Já publicamos que 2019 é o "ano do podcast" no Brasil, mas a tendência é que 2020 também represente mais avanços para a mídia.

Com o conteúdo em áudio, é possível fazer outra atividade física ou manual. Muita gente ainda faz academia, por exemplo, ouvindo música, mas muitos já substituíram por outros conteúdos de entretenimento ou aprendizado
Lucas Patrício, executivo-chefe da agência de marketing digital GMD

É um negócio viável?

A empresa de Patrício tem sua própria produtora de podcasts, a Half Deaf, que atingiu a marca de 20 milhões de downloads em um ano e meio. Essa rápida adesão é um exemplo de como produzir essa mídia é um negócio viável, e há empresas que querem reforçar essa noção.

Os podcasts rentáveis se sustentam com anúncios publicitários lidos por seus apresentadores no ar. Outro caminho é o financiamento colaborativo (crowdfunding), que permite a uma base de fãs manter seus programas favoritos com contribuições pontuais ou mensais.

A empresa americana Voxnest, dona da plataforma de gestão e produção de podcasts Spreaker, introduziu no Brasil, no final de setembro, uma nova forma para que criadores se sustentem. A ferramenta lembra os recursos de monetização do YouTube, que permitem que os donos de canais ganhem uma graninha a partir das visualizações de seus conteúdos.

No caso do Spreaker, o recurso de monetização permite a inserção de propagandas adequadas ao perfil do ouvinte e dá independência aos criadores quanto à plataforma. Qualquer download ou stream vale, seja ele no Spotify, Deezer, Apple Podcasts ou Google Podcasts.

Foi a tecnologia, por meio do 4G e dos smartphones, que ajudou na popularização dos podcasts no Brasil. Agora, com cada vez mais ferramentas nas mãos de criadores, apoio de grandes empresas e a chegada de gadgets como o Echo, da Amazon, e o Nest Mini, do Google, as bases estão sendo preparadas para uma nova fase do formato.

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